País deve ter excedente de mão de obra qualificada em 2010
Publicado em 11/03/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h44
Publicado em 11/03/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h44
País deve ter excedente de mão de obra qualificada em 2010
Ainda assim, alguns setores sofreriam com escassez, segundo o Comunicado nº 41, que analisou ainda regiões e UFs
Um contingente de quase 653 mil profissionais com experiência e qualificados terá dificuldade para se inserir no mercado de trabalho em 2010. Situação, contudo, não tão ruim quanto à do exército de 5,5 milhões de brasileiros sem qualificação, dentro de um universo de 24,8 milhões de pessoas disponíveis para a potencial demanda de 18,6 milhões de postos de trabalho.
É o que consta no Comunicado nº 41 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quarta-feira (10),
Demanda
A estimativa da demanda de 18,6 milhões de ocupações para 2010 divide-se em cerca de 11% de abertura líquida (pouco mais de 2 milhões de novas vagas) e quase 90% advindos de demissões (rotatividade), estimados pelo número de pessoas admitidas e demitidas entre 2004 e 2008. Leva em conta ainda um crescimento de 5,5% do PIB (a projeção não é a oficial do Ipea, apenas um parâmetro técnico).
“Vivemos uma fase de recuperação muito forte, superamos a contaminação da crise de 2008 e a expectativa, de maneira geral, é de um ano muito melhor do que foram o ano passado e
Oferta
Essas estimativas nacionais, no entanto, escondem realidades diversas nas projeções regionais e por setores da economia. Paraná, com saldo de -18.441 entre a oferta e a demanda de trabalhadores, Santa Catarina (-13.300) e Rondônia (-4.531) poderão sofrer escassez de mão de obra qualificada. Já quanto aos setores, comércio e reparação (-187.580), e educação, saúde e serviços sociais (-50.086) seriam os mais atingidos pela falta de trabalhadores com formação adequada.
Para o presidente do Ipea, este é um “problema bom”, já que o Brasil ainda possui um elevado excedente de mão de obra e acostumou-se a ele. “A última vez que o País teve escassez assim foi no milagre econômico [nos anos 1970]”, lembrou. Segundo o estudo, a ação de políticas públicas de promoção de qualificação dos trabalhadores poderia não apenas minorar essa escassez, mas também reverter a baixa remuneração nas ofertas de emprego.
O Comunicado do Ipea nº 41: Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil - Impactos do Crescimento Econômico Pós-crise foi lançado
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 41
Veja as tabelas da apresentação do Comunicado