Livro sobre os BRICs analisa o papel brasileiro no grupo

Livro sobre os BRICs analisa o papel brasileiro no grupo

Obra é fruto de parceria do Ipea com a Cepal. Lançamento teve a presença de especialistas e jornalistas

Foto: Sidney Murrieta
Renato Baumann, diretor do Escritório da Cepal no Brasil,
apresentou três dos sete capítulos do livro lançado no Ipea

Uma parceria do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com a Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe (Cepal) resultou no livro O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política. A obra tem sete capítulos que analisam a relação do Brasil com Rússia, Índia e China, e exploram as possibilidades de futuro desse grupo de nações emergentes.

O lançamento do livro ocorreu no auditório do Ipea em Brasília e teve a presença do diretor do Escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann, e do embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário-geral de Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores. O próprio Baumann apresentou os dois primeiros capítulos e o sexto. Ele assina o artigo As relações comerciais do Brasil com os demais BRICs com Raquel Araujo e Jhonatan Ferreira.

“Alguns tendem a pensar que o Brasil não é competitivo em nada, isso não é verdade. Analisando os ganhos e perdas em 13 mercados selecionados, porém, observamos que é exatamente na América Latina onde estamos perdendo mais mercado para a China. Isso é uma questão geopolítica importante”, afirmou Baumann. Os outros capítulos do livro foram explicados por seus respectivos autores.

O embaixador Jaguaribe se disse satisfeito pelo fato de os BRICs suscitarem, no Brasil, um ambiente de investigação e um interesse equivalente ao que despertam no mundo. “O BRIC é uma iniciativa provavelmente única na medida em que sua constituição política e diplomática é posterior à sua constituição analítica-conceitual”, disse. Os jornalistas Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, e Sergio Leo, do Valor Econômico, comentaram o livro.

“O que não está muito claro nos BRICs são as divergências. O Brasil está em condição inferior? Bom, ele tem um grande diferencial, que é a força da diplomacia, a inserção no mundo não pelo poderio militar”, declarou Cantanhêde. Para Sergio Leo, os BRICs podem ser usados como uma plataforma para o Brasil. “Se a gente fala dos BRICs como base para a atuação internacional brasileira, temos de tomar cuidado para não servir de pedestal na realização dos interesses da China em detrimento dos nossos próprios”, concluiu.

Leia a versão digital do livro

Veja os gráficos da apresentação sobre a inserção de Brasil, China e Índia no comércio internacional

Veja os gráficos da apresentação sobre China na América Latina

Veja os gráficos da apresentação sobre o Brasil e polos emergentes do poder mundial