Livro sobre os BRICs analisa o papel brasileiro no grupo
Publicado em 01/06/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h30
Publicado em 01/06/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h30
Livro sobre os BRICs analisa o papel brasileiro no grupo
Obra é fruto de parceria do Ipea com a Cepal. Lançamento teve a presença de especialistas e jornalistas
Foto: Sidney Murrieta |
Renato Baumann, diretor do Escritório da Cepal no Brasil, apresentou três dos sete capítulos do livro lançado no Ipea |
Uma parceria do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com a Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe (Cepal) resultou no livro O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política. A obra tem sete capítulos que analisam a relação do Brasil com Rússia, Índia e China, e exploram as possibilidades de futuro desse grupo de nações emergentes.
O lançamento do livro ocorreu no auditório do Ipea em Brasília e teve a presença do diretor do Escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann, e do embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário-geral de Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores. O próprio Baumann apresentou os dois primeiros capítulos e o sexto. Ele assina o artigo As relações comerciais do Brasil com os demais BRICs com Raquel Araujo e Jhonatan Ferreira.
“Alguns tendem a pensar que o Brasil não é competitivo em nada, isso não é verdade. Analisando os ganhos e perdas em 13 mercados selecionados, porém, observamos que é exatamente na América Latina onde estamos perdendo mais mercado para a China. Isso é uma questão geopolítica importante”, afirmou Baumann. Os outros capítulos do livro foram explicados por seus respectivos autores.
O embaixador Jaguaribe se disse satisfeito pelo fato de os BRICs suscitarem, no Brasil, um ambiente de investigação e um interesse equivalente ao que despertam no mundo. “O BRIC é uma iniciativa provavelmente única na medida em que sua constituição política e diplomática é posterior à sua constituição analítica-conceitual”, disse. Os jornalistas Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, e Sergio Leo, do Valor Econômico, comentaram o livro.
“O que não está muito claro nos BRICs são as divergências. O Brasil está em condição inferior? Bom, ele tem um grande diferencial, que é a força da diplomacia, a inserção no mundo não pelo poderio militar”, declarou Cantanhêde. Para Sergio Leo, os BRICs podem ser usados como uma plataforma para o Brasil. “Se a gente fala dos BRICs como base para a atuação internacional brasileira, temos de tomar cuidado para não servir de pedestal na realização dos interesses da China em detrimento dos nossos próprios”, concluiu.
Leia a versão digital do livro
Veja os gráficos da apresentação sobre a inserção de Brasil, China e Índia no comércio internacional
Veja os gráficos da apresentação sobre China na América Latina
Veja os gráficos da apresentação sobre o Brasil e polos emergentes do poder mundial