Crescimento sustentável exige investimento público

Crescimento sustentável exige mais investimento público

Boletim Conjuntura em Foco, apresentado no Rio de Janeiro, estima crescimento mais suave na economia

“Na comparação com o segundo trimestre de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 8,8%, sendo esta a segunda maior taxa verificada na série histórica”, afirma o boletim Conjuntura em Foco, apresentado no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 10.

A economia continua crescendo, mas não no mesmo ritmo. Segundo o documento, o arrefecimento do ritmo de expansão da economia no segundo trimestre já era esperado. Com a retirada dos estímulos fiscais e o início do aperto monetário em abril, vários indicadores antecedentes já apontavam para uma desaceleração do nível de atividade. “Para os trimestres restantes do ano, espera-se que a economia mantenha esta velocidade mais suave de crescimento”, informou em coletiva de imprensa o Coordenador do Grupo de Análises e Previsões (GAP) do Ipea, Roberto Messenberg.

Para o técnico de planejamento e pesquisa do Instituto, o Brasil tem a tendência de passar por diversos altos e baixos no crescimento se não houver uma carga maior de investimento público. “Podemos observar que o investimento privado só cresce à medida que o consumo aumenta, então para o Brasil dar um salto real na economia, só com mais investimento público”, afirmou aos jornalistas.

Empregos
O mês de julho de 2010, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), registrou saldo líquido positivo de 181.796 empregos formais. Embora esse resultado indique uma desaceleração de 14,6% na criação de empregos com carteira em relação ao mês anterior (212.952), comparando-se com igual período de 2009 (138.402), houve alta de 31,4%.

Por outro lado, pelo critério do acumulado de 12 meses, as contratações líquidas mantêm ritmo de crescimento. O mês de julho de 2010 representa o maior nível da série histórica: 2.212.318 empregos com carteira assinada. Mais uma vez o setor de Construção Civil foi o destaque, com um crescimento de 9,42% em relação ao antigo recorde para o mês de julho, alcançado em 2008.

O setor de Serviços continua desempenhando o papel importante na geração de empregos formais. Com a criação de 61.606 vagas, o setor registrou saldo recorde para o período. Acompanhando o bom desempenho dos Serviços, a Indústria de transformação teve 41.530 postos de trabalho criados em julho deste ano, com maior crescimento relativo, seguindo a base de comparação julho de 2010/2009: 139,3%.

Inflação
A pesquisa também avalia o cenário de inflação entre os meses de janeiro a julho para mostrar que a produção deve se estabilizar entre agosto e dezembro. O estudo traz informações do PIB, de exportações e comércio, de finanças e da política fiscal do país.

“O efeito da correção do salário mínimo e da política ativa de gastos sociais no ano de 2010, ao manter o dinamismo da demanda agregada, tem contribuído para provocar um impacto multiplicador significativo sobre a economia e, por consequência, conduzir ao aumento do PIB, da arrecadação e do controle e redução na relação dívida/PIB”, conclui o documento.

Leia a íntegra do boletim