Projeção de crescimento do PIB fica entre 4% e 5%

Projeção de crescimento do PIB fica entre 4% e 5%

Carta de Conjuntura apresenta também previsões sobre a inflação e transações correntes

Foto: Divulgação Ipea
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Ipea divulga Carta de Conjuntura com previsões sobre o PIB, emprego e inflação

“O crescimento do PIB do país ficará entre 4% e 5%,” afirmou Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em coletiva sobre a Carta de Conjuntura nessa quarta-feira, 13, na representação do Instituto no Rio de Janeiro. Com relação à inflação, a previsão é de que se situe entre 5% e 6% este ano. A tendência para os próximos meses é de que as taxas de inflação continuem em patamares elevados e desacelerem um pouco nos últimos três meses do ano. 
 
Para Messenberg, há uma falsa expectativa de que a inflação poderia sair de controle. “O mercado está tentando induzir que a taxa de inflação será maior, para arrebentar as agendas do foco do desenvolvimento, por exemplo”, acredita. Segundo ele, não existe possibilidade de hiperinflações num país com reservas de capitais que valorizam o câmbio nominal da moeda local, como é o caso atual do Brasil.

A redução do crescimento econômico brasileiro em 2010, quando a economia se expandiu em 7,5%, se deve ao aumento dos juros juntamente com o menor impulso do setor fiscal. A pesquisa prevê que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficará entre 5% e 6% neste ano, situando-se, acima do centro da meta definida pelo governo, de 4,5%, porém abaixo do teto de 6,5%. O Instituto calcula que a variação no preço dos serviços deverá responder, sozinha, por mais de 2 pontos percentuais no IPCA.

O documento atesta que a inflação sobre os serviços é provocada por uma pressão de demanda, forçada pela melhora das condições do mercado de trabalho e pela elevação do poder aquisitivo dos trabalhadores. A Carta de Conjuntura aponta ainda que o choque da oferta sobre os grupos alimentos e bebidas, e os eventos climáticos, impactaram a inflação no início do ano. “A taxa de inflação deve sofrer pressão das commodities agrícolas ao longo do ano, do aumento do preço do petróleo e da resistência da inflação de serviços”, prevê Messenberg.

A projeção para o déficit em conta corrente este ano é entre US$ 63 bilhões e US$ 73 bilhões. De acordo com o estudo, a manutenção do alto nível de liquidez internacional, associada a um diferencial de juros favorável em relação à economia brasileira, deverá fazer com que o fluxo de capitais estrangeiros seja "mais do que suficiente" para financiar o avanço do déficit em conta corrente.

Leia a Carta de Conjuntura na íntegra