Autoridades discutiram cooperação Brasil-Espanha

Autoridades discutiram cooperação Brasil-Espanha


Diplomatas e acadêmicos participaram do evento, realizado na sede do Instituto

Foto: Sidney Murrieta
110428_semi_brasilespanha02
Os diretores da Fundación Carolina e da FLACSO Brasil, Alfredo Moreno e Pablo Gentili,  participaram da abertura

“A cooperação mais importante entre o Brasil e a Espanha é a do conhecimento”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, durante o seminário A Cooperação Cultural, Educativa e Científica entre o Brasil e a Espanha. Com o objetivo de analisar o estado atual das relações políticas, econômicas e culturais entre o Brasil e a Espanha e determinar orientações para consolidar a sua associação estratégica, a Fundación Carolina e a FLACSO Brasil promovem o evento que se iniciou nesta terça-feira, dia 26, e se encerra nesta quarta, no auditório da sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Ed. BNDES/Ipea, subsolo).

Os painéis contaram com a presença de ministros, secretários, conselheiros e outras autoridades, além de especialistas e acadêmicos, que debatem sobre o balanço das relações entre o Brasil e a Espanha e a cooperação educativa, cultural e científica entre esses países. Houve ainda uma sessão especial – Afrodescendentes e igualdade educativa: o caso do Brasil face às Metas Educativas de 2021. Confira a programação.

Germán García da Rosa, Diretor da Secretaria Geral Ibero-americana no Brasil, foi o moderador do primeiro painel que teve na mesa Marcio Pochmann, Juan Carlos Sánchez, Diretor Geral para América Ibérica, e Paulo Jardim, do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, foram os palestrantes. O presidente do Ipea enumerou alguns pontos de convergência entre Brasil e Espanha como a transição política pacífica de um regime ditatorial para a democracia, reformas institucionais importantes nos anos 80 e 90, integração economia e comercial, processo de internacionalização das empresas,

Pochmann ressaltou, contudo, as diferenças temporais dessas mudanças, em que a Espanha teve um avanço mais rápido do que o Brasil. Por fim, defendeu a reorganização do trabalho e um maior impulso nas relações entre ambos os países para enfrentarem os desafios do multilateralismo, que traz a China como nova oficina do mundo pela sua grande capacidade de produção.

Paulo Jardim acrescentou que a Espanha mudou o perfil de cooperação com o Brasil nos últimos anos e as relações não se resumem somente ao investimento comercial, em que o país brasileiro é superavitário nos últimos seis anos. Destacou a presença da Espanha na inovação no campo da ciência e tecnologia, telecomunicação, e no sistema financeiro com os serviços bancários.

Quanto aos problemas da política migratória da Espanha e os não-admitidos, Paulo esclareceu que as dificuldades não são irrelevantes, mas é um sinal de que as parcerias mais importantes apresentam problemas significativos. O economista citou também a posição contrária da Espanha em aumentar o numero de assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU. “O Brasil é a favor da medida, mas nem por isso o diálogo se fecha entre os países”, afirmou.

Participaram da abertura Hadil Vianna, Subsecretário-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do MRE, Carlos Alonso Zaldivar, Embaixador da Espanha no Brasil, Pablo Gentili, Diretor da FLACSO Brasil, e Alfredo Moreno, Diretor Acadêmico da Fundação Carolina.