Ipea lançou em São Paulo 7º boletim internacional

Ipea lançou em São Paulo 7º boletim internacional


Lançamento ocorreu durante encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais

A sétima edição do Boletim de Economia e Política Internacional do Ipea (Bepi) foi lançada nesta sexta-feira, 22, em São Paulo, durante o encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (Abri). O boletim é uma publicação periódica por meio da qual a Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) apresenta a um público mais amplo os temas da conjuntura global que estão em sua agenda de pesquisas e debates.

Nessa nova edição, o Bepi traz sete artigos, quatro deles escritos por pesquisadores do Ipea e o restante por professores e pesquisadores convidados. Entre os temas abordados estão o comércio internacional de armas, os impasses vividos pela OMC com o insucesso da Rodada de Doha, a estratégia de desenvolvimento econômico da Rússia e a integração Brasil-Venezuela.

Quatro trabalhos foram apresentados e debatidos por seus autores no lançamento em São Paulo. Rodrigo Fracalossi de Moraes, técnico do Ipea, abordou o paradoxo de uma governança global que busca estabelecer a paz, por meio da atuação das forças de intervenção da ONU, ao mesmo tempo em que ignora a necessidade de controle sobre o comércio mundial de armas convencionais (que não são de destruição em massa). 

“O comércio de armas convencionais demonstrou ser um obstáculo às missões de paz. A grande questão é que os Estados não querem ceder espaço de sua autonomia de venda de armas no mercado internacional, por esse meio eles atingem objetivos políticos e econômicos os mais variados possíveis”, afirmou.   

Os dilemas da OMC e do comércio multilateral foi o tema discutido por Ivan Tiago Machado de Oliveira, pesquisador do Ipea e editor do Bepi. Para Oliveira, a possibilidade concreta do fracasso da Rodada de Doha traz perspectivas pessimistas para o multilateralismo nos próximos anos.

“Temos que ser pessimistas se pensarmos que mesmo a busca por uma agenda mínima na OMC, para fechar a rodada e não deixá-la morrer, não tem dado resultado. Essa estratégia minimalista não tem evoluído muito”, argumentou.

Raphael Padula, professor da UFRJ, falou sobre a integração Brasil-Venezuela e o Eixo Orinoco-Amazônia. De acordo com ele, as cadeias produtivas e as relações econômicas entre o norte do Brasil e o país vizinho são mínimas e deveria haver um esforço de construção de uma infraestrutura de produção comum às duas nações. “A integração de infraestrtura também tem um aspecto geopolítico, para gerar uma coesão político-social que permita a manutenção do controle territorial”, enfatizou.

O lançamento do Bepi foi encerrado com a participação da professora da USP Lenina Pomeranz. Ela traçou um retrospecto das políticas de desenvolvimento econômico adotadas pela Rússia e analisou como as mudanças políticas e a crise econômica mundial direcionaram os esforços do governo do país. “A crise afetou brutalmente a economia russa. 2% do PIB foram usados para o salvamento da economia. O governo busca a construção de uma moderna sociedade pós-industrial, com a modernização dos setores tradicionais e a transformação da inovação no principal fator de crescimento”, explicou.

Confira a 7° edição do Boletim de Economia e Política Internacional do Ipea