Code/BA debateu a pobreza extrema no estado

Code/BA debateu a pobreza extrema no estado

 

Oficina realizada na UFBA levantou discussão sobre o percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza na Bahia

A oficina Pobreza Extrema na Bahia, realizada no Campus Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), teve como debatedores o técnico de Planejamento e Pesquisa do IpeaRafael Guerreiro Osório e os representantes da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Luis André Aguiar, e do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep, Casa Civil), Marco Auréllio Lessa Santos.

Rafael Osório disse que a luta contra a pobreza extrema tem como principal foco a Bahia. Isso porque o tamanho de sua população faz com que esse seja o estado com grande parte da população nacional nessa situação. “Não é o estado com a maior porcentagem de pobres da Federação, mas combinando a pobreza que abriga com a população que possui, tem um grande peso no número nacional”, afirmou.

Segundo o técnico, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), 10% da população da Bahia é constituída por extremamente pobres, o que representa 1,4 milhão de pessoas - 16% da pobreza do Brasil. Em Salvador, a incidência de extremamente pobres é pequena. A maior concentração está no interior do estado.

O técnico do Ipea destacou o fato de a incidência da pobreza extrema na Bahia ter experimentado duas reduções bem expressivas desde 1996, seguidas por períodos de estabilidade. A primeira queda ocorreu no período de 1996 a 1997, com uma variação de três milhões para 2,5 milhões. E a segunda, de 2003 a 2007, com uma redução de 1,5 milhão.

Análises locais
O representante da SEI apresentou dados sobre a população rural do estado. Luis André Aguiar chamou ressaltou que, mesmo depois de dois períodos de redução, a incidência de extremamente pobres nas áreas rurais continua acima de 30%. “Houve redução no emprego agrícola, mas houve aumento em setores que não são de alta produtividade, como é o caso do comércio e do emprego domestico”, enfatizou.

Marco Auréllio, do Funcep, disse que o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda, registra 8,4 milhões de pessoas pobres (com renda per capita de até meio salário mínimo). E ainda haveria cerca de 1,2 milhão que não estão inscritas no cadastro. Essa população provavelmente está em um nível de pobreza maior que os inscritos. Existem ações, no programa de combate à pobreza extrema, para alcançá-la.