Ipea avalia que crescimento do PIB em 2012 será maior

Ipea avalia que crescimento do PIB em 2012 será maior

 

Comunicado descreve fatores que levaram à desaceleração do PIB de 2011 e projeta panorama para este ano

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou na sexta-feira, 13 de janeiro, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, o Comunicado do Ipea nº 130, Algumas considerações sobre a desaceleração do PIB em 2011.

Napoleão Silva, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto, discorreu sobre os principais fatores que levaram à queda do crescimento do PIB em 2011. Dentre eles, a apreciação (valorização) da taxa de câmbio (R$/US$), que fez com que o setor industrial desacelerasse a produção de insumos em prol da importação dos mesmos; a política fiscal que desacelerou o ritmo de crescimento dos gastos públicos, o acúmulo indesejado de estoques pelos empresários, que não tiveram demanda satisfatória para seus produtos; a política monetária contracionista, que diminuiu a taxa de expansão da economia com o aumento dos juros e as restrições ao crédito ao longo do ano, assim como o conturbado momento europeu de crise, que deteriorou as expectativas e o estado de confiança dos empresários.

O diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Claudio Amitrano, também presente ao evento, projetou 2012 como um ano melhor para a economia. “O Banco Central deve reduzir os juros, e isso vai ter impacto positivo no segundo trimestre de 2012”, comentou. Ele ainda apresentou alguns fatores que são cruciais para maior crescimento do PIB. “Além da redução dos juros, é necessária uma redução das restrições ao crédito e uma política fiscal de desonerações e incentivo à indústria”.

Segundo Amitrano, a redução do crescimento do PIB já era esperada e tem a ver com uma série de políticas econômicas e com o panorama europeu de crise. Ele explicou que a desaceleração do crescimento também foi muito influenciada pelo chamado carry over, um efeito estatístico que informa quanto do crescimento do ano anterior será transportado para o ano seguinte. Em 2010, o efeito estatístico foi de 3,6%, e em 2011, de 1,2%.

Para 2012, é bastante provável que a taxa de crescimento seja superior à de 2011, algo em torno de 3,5% a 4%. “Mas esse número é incerto. Precisamos avaliar outras coisas”, ponderou Amitrano. Mesmo que se mantenha o crescimento do crédito, da renda e do emprego, é preciso levar em conta os desdobramentos do instável cenário político-econômico europeu. “Uma crise com elevada amplitude teria, certamente, muito impacto no Brasil”, afirmou.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 130, Algumas considerações sobre a desaceleração do PIB em 2011