Pobreza extrema cai pela metade no Amazonas

Pobreza extrema cai pela metade no Amazonas

 

Renda domiciliar per capita continua abaixo da média nacional, revela estudo Situação Social nos Estados

Foto: João Viana

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A publicação Situação Social nos Estado: o caso do Amazonas apresenta dados em 8 áreas da política social

Entre 2004 e 2009, o estado do Amazonas reduziu pela metade o número de pessoas abaixo da linha da extrema pobreza. A desigualdade, que já era menor que a média brasileira, também caiu. A renda domiciliar per capita, no entanto, teve desempenho pior e não conseguiu convergir para o nível do resto do país.

A extrema pobreza passou de 12% para 6% nos anos analisados e a desigualdade, medida pelo Gini, registrou 50,9 em 2009, em comparação aos 54 do país (quanto mais perto de 100, mais desigual uma região). A renda teve um crescimento de 29% e atingiu R$ 439,00, aquém do nível brasileiro (R$ 631,00).

Os indicadores estão em um estudo divulgado pelo Ipea nesta quinta-feira, 9, durante coletiva pública na Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas, em Manaus. A publicação Situação Social nos Estado: o caso do Amazonas apresenta dados em 8 áreas da política social: saúde, educação, previdência social, emprego e renda, entre outros.

Para Herton Ellery Araújo, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, o fato do estado ter diminuído fortemente a pobreza mesmo sem grande ganho de renda significa que a riqueza da região foi melhor distribuída. Ele ressalta que os ganhos da população rural ainda precisa aumentar. "A renda não tem convergido com a do Brasil, o campo precisa de uma produtividade melhor, mesmo que o Bolsa Família já tenha sido uma ajuda importante nesses locais", argumentou.

Apesar de ter indicadores de renda abaixo da média, o Amazonas se destaca dentro da Região Norte pelo baixo índice de analfabetismo. Em 2009, 7% dos amazonenses eram considerados analfabetos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), número significativamente inferior até mesmo à média brasileira.

"Hoje o analfabetismo se concentra entre os mais velhos, com a universalização do ensino básico, não temos gerados novos analfabetos. Talvez por Manaus ter sido uma sociedade muito próspera durante o ciclo da borracha, os mais velhos podem ter encontrado, na época, um sistema educacional melhor", analisou Ellery.

Série
A publicação Situação Social nos Estado: o caso do Amazonas integra uma série de estudos que o Ipea está apresentando em várias cidades brasileiras nos meses de janeiro e fevereiro. Já foram lançados trabalhos com dados do Espírito Santo, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Ceará.

Leia a íntegra do estudo A situação social nos estados - Amazonas

Veja os gráficos da apresentação sobre a situação social no Amazonas