Empresas da Índia no exterior são analisadas

Empresas da Índia no exterior são analisadas

 

Estratégias mudaram no processo de internacionalização de organizações do país ao longo do tempo

A Índia tem apresentado elevadas taxas anuais de crescimento, em torno de 8% nos últimos anos. A economia em expansão tem como um dos grupos protagonistas as empresas do país que atuam em outros territórios. O comportamento dessas empresas foi analisado nesta quinta-feira, durante a coletiva de lançamento do Comunicado do Ipea nº 141 – A internacionalização das empresas indianas, apresentado pelo diretor-adjunto da Diretoria de Estudos Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), Lucas Ferraz, que participou da elaboração do estudo em parceria com a equipe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea. A mediação foi feita pela chefe da Astec, Luciana Acioly.

Segundo Ferraz, em 2006 os fluxos de investimento direto externo (IDE) realizados pela Índia aumentaram em 380% em relação ao ano anterior, chegando a um total de mais de US$ 14 bilhões. Mesmo com a trajetória de crescimento observada desde 2000, somente naquele ano o país atingiu um patamar tão elevado.

Em comparação com os outros países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Índia demonstra internacionalização relativamente baixa de suas empresas, ficando à frente apenas da África do Sul, e somente a partir de 2008.

Ásia
Entre os principais países asiáticos em desenvolvimento realizadores de IDE, a Índia chegou à melhor posição do ranking em 2008, quanto realizou US$ 19,4 bilhões e ficou em 4º lugar. Em 2000, sua posição havia sido 9º (514 milhões), e em 2010, após sofrer os impactos da crise de 2008, ficou em 5º, tendo realizado US$ 14,6 bilhões.

Estratégias
Nos anos 1990, 44% dos investimentos externos das empresas eram destinados às regiões desenvolvidas. Atualmente, esse percentual é de 53%, passando à predominância. “O objetivo é entrar nesse mercado para obter ativos estratégicos, como na indústria farmacêutica, garantindo mercado para medicamentos genéricos, automobilística, para o acesso a componentes e automotivos, e de informática, com os serviços de software”, explicou Ferraz.

Antes da década de 1990, a motivação básica para a internacionalização das empresas era a busca de novos mercados. Nos anos 1990, a estratégia mudou para trade supporting, que consiste na instalação de escritórios locais para apoiar a atividade exportadora. A partir dos anos 2000, essas empresas ganharam escala maior e procuraram mais mercado, acesso a marcas e clientes, e recursos naturais.

Leia a íntegra do Comunicado 141 - A internacionalização das empresas indianas