Ipea projeta expansão do PIB e declínio da inflação em 2012

Ipea projeta expansão do PIB e declínio da inflação em 2012

 

Crescimento médio anual do Produto Interno Bruto deve ficar entre 2,8% e 3,8%, com queda da inflação para 4,3% a 5,3%

Em coletiva de imprensa que apresentou a Carta de Conjuntura de maio (16/05) no Rio de Janeiro, o Ipea estimou uma atividade econômica em progressiva expansão ao longo de 2012, acompanhada por taxas de inflação declinantes do IPCA, entre 4,3% e 5,3%, e em convergência para o centro da meta oficial de 4,5%. Os principais fatores de contribuição para esse movimento consistiriam nas reduções das cotações do etanol e das commodities não energéticas, como alimentos, insumos industriais e matérias-primas agrícolas.

Além disso, com a desaceleração recente da produção industrial, a ociosidade de parte da capacidade produtiva instalada na economia minimizaria os riscos de pressão inflacionária advindos de uma recuperação mais forte do ritmo de crescimento mais à frente. “Em nossas previsões da Carta de Conjuntura do ano passado, diferentemente de outros agentes do mercado, acabamos acertando que a taxa de inflação ficaria dentro da meta oficial estipulada para o Banco Central”, lembrou o coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea, Roberto Messenberg.

A diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Vanessa Petrelli, também presente à coletiva, reconhece que “não há movimento de aceleração da inflação” e que “o momento mais propício à queda da taxa de juros na economia é aquele em que há desaceleração do nível de atividade”. Ela ressaltou, ainda, que a elevação do investimento público é um fator importante para que a taxa de crescimento econômico passe a se acelerar de forma sustentável.

Da mesma forma, Messenberg afirmou que “a expansão dos investimentos públicos é um fator essencial para a aceleração do crescimento porque, sozinha, a redução das taxas de juros não vai alavancar a taxa de investimentos na economia”. Nesse sentido, o coordenador do GAP concluiu pela “necessidade de uma socialização do processo decisório associado à demanda de investimento na economia, a partir da atuação contundente do setor público”.  Messenberg fez alusão ao filme Hanami – Cerejeiras em Flor, da cineasta alemã Doris Dörrie: “Tivemos um momento muito bonito na economia brasileira e devemos nos preocupar com o próximo ciclo, conduzido pelo investimento, para um novo festival das cerejeiras”.

Leia a íntegra da Carta de Conjuntura de maio