Empresas impulsionam investimentos no exterior
Publicado em 15/06/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h19
Publicado em 15/06/2012 - Última modificação em 22/09/2021 às 02h19
Empresas impulsionam investimentos no exterior
Estudo mostra estratégias das empresas em seu processo de investir no exterior e como políticas públicas estimulam internacionalização
Foto: João Viana |
O estudo foi apresentado pela diretora da Dinte, Luciana Acioly e pelo técnico Elton Ribeiro |
“Os países em desenvolvimento têm tido um papel crescente como atores no cenário internacional”. Esta foi uma das principais conclusões do Comunicado nº 150 - Internacionalização de empresas: experiências internacionais selecionada, divulgado nesta quinta, dia 14, no Escritório Regional da Presidência da República, em São Paulo, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Desenvolvido em parceria com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), o Comunicado é uma síntese do estudo que deu origem ao livro com o mesmo título.
O estudo mostra estratégias seguidas pelas empresas em seu processo de investir no exterior, com destaque especial às políticas públicas de apoio à internacionalização de empresas na África do Sul, China, Coreia do Sul, Espanha, Malásia e Rússia. De acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Elton Ribeiro, a pesquisa mostra ainda que as empresas dos países em desenvolvimento estão cada vez mais agressivas em seus investimentos no exterior. Ele acrescentou que o investimento direto externo (IDE) desses países e dos que estão em transição correspondeu a cerca de 30% do IDE mundial em 2010. Em 1990, essa participação era de apenas 5%.
Elton também apontou que as políticas públicas de fomento ao processo de internacionalização seguem um padrão de classificação elaborado pelo Ipea a partir de um documento da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) de 2006: apoio informacional, assistência técnica e outras orientações; criação de comfort zone; instrumentos fiscais e tributários; instrumentos de mitigação de risco; instrumentos de finaciamento e acordos internacionais.
Redestribuição de riquezas
A diretora de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) do Ipea, Luciana Acioly, destacou a reordenação da distribuição da riqueza global: “A participação dos países ricos no PIB mundial, que em 2000 era de 62%, caiu para 52% em 2010. É como se o peso econômico se deslocasse para os países em desenvolvimento”. Segundo Acioly, esse processo iniciou-se no final do século 20, com ênfase para os fluxos de comércio e investimento entre os países asiáticos, particularmente a China, que chamou a atenção do mundo e causou um reordenamento financeiro e econômico mais dinâmico.
Pelos dados da UNCTAD, a Ásia, liderada pela China, configura-se como a região mais dinâmica do mundo e seus investimentos têm crescido aceleradamente, correspondendo a cerca de 70% dos fluxos de IDE realizados pelos países em desenvolvimento, em média, ao longo da última década. A América Latina responde por 29% e a África, por 1,6%. O aumento no volume de investimentos realizados pelas economias em transição é liderado pela Rússia, responsável em alguns anos pela quase totalidade destes investimentos.
Individualmente, países como Espanha, Hong Kong, Rússia e China aparecem entre os 15 primeiros colocados da lista. Coreia do Sul, Índia, Brasil e Malásia estão entre os 30. No caso do Brasil, há uma crescente expansão de empresas para o exterior, que pode ser importante para o desenvolvimento da empresa de capital nacional.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 150
Veja os gráficos da apresentação sobre o Comunicado do Ipea nº 150