Agentes internacionais menos otimistas com a economia
Publicado em 27/06/2012 - Última modificação em 02/10/2021 às 13h32
Publicado em 27/06/2012 - Última modificação em 02/10/2021 às 13h32
Agentes internacionais menos otimistas com a economia
Expectativa quanto ao crescimento do PIB brasileiro caiu 9 pontos em relação ao último Monitor
A sétima edição trimestral do Monitor da Percepção Internacional do Brasil (MPI-BR), publicado nesta quarta-feira, 27, apresentou redução do otimismo dos agentes internacionais em comparação à edição passada, de março deste ano. A diretora de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte), Luciana Acioly, e o chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, André Calixtre, participaram da apresentação, feita pelo técnico de Planejamento e Pesquisa André Pineli, que coordena a publicação.
As expectativas em relação ao crescimento do PIB brasileiro nos próximos 12 meses atingiram o nível mais baixo desde o início da pesquisa, com índice de 5 pontos. Mais de três quartos dos respondentes esperam que o PIB cresça entre 1,6% e 3,5%. Aqueles que projetam crescimento acima de 3,5% chegam a 17%, enquanto os que esperam crescimento inferior a 1,6% somam 7% do total. Com relação à inflação, houve variação modesta, passando de 23 para 25 pontos positivos. Contudo, a resposta mais frequente (41% dos casos) ainda aponta para uma taxa de inflação acima da meta oficial nos próximos 12 meses, em torno de 5,5%.
O otimismo sobre a posição do Brasil no ranking dos países que mais recebem investimento direto caiu de 51 para 24 pontos nesta edição. Já a influência do país em instituições multilaterais reduziu-se de 40 para 26 pontos.
De 24 pontos em março para 28 em junho, houve aumento da expectativa dos agentes que consideram que a desigualdade social no país irá reduzir. O nível de violência, porém, não variou, ficando em 35 pontos negativos, assim como em março do ano passado, o que Pineli avalia como um índice “estrutural, já que em todas as outras edições esse quesito é negativo e sempre na casa dos 30 pontos, exceto em casos isolados que alterem a percepção em determinadas edições”.
Pineli destacou que houve queda significativa no índice temático relativo às expectativas dos agentes internacionais quanto à dimensão político-institucional do país, “Política, governo e instituições”, significando uma tendência de redução da avaliação positiva. Em março, o índice ficou em 35 pontos, e em junho registrou 25.
Sobre um encolhimento relativo da indústria brasileira de transformação, 50 % dos respondentes atribuíram-no à perda de competitividade relacionada ao “Custo Brasil”, que inclui infraestrutura deficiente, excesso de burocracia e impostos elevados. Apesar disso, 35% não consideraram o suposto processo de desindustrialização à perda de competitividade, como sinalizou Calixtre.
