Sensor Econômico aponta crescimento de 2,8% do PIB

Sensor Econômico aponta crescimento de 2,8% do PIB

Pesquisa do terceiro bimestre do ano registra expectativa para a taxa de câmbio de R$ 1,93

Os assessores técnicos da Presidência do Ipea André Viana e André Calixtre apresentaram nesta quarta-feira, 4, a edição do terceiro bimestre de 2012 do Sensor Econômico, pesquisa que expressa a opinião de entidades associativas do setor produtivo brasileiro sobre os principais indicadores macroeconômicos para o ano corrente.

“O estudo complementa variáveis de indicadores de conjuntura, com a diferença de se centrar nas entidades do setor produtivo, sejam elas patronais, mistas ou de trabalhadores”, destacou Calixtre, chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Instituto.

André Viana apresentou os dados do Sensor, que registrou expectativa de crescimento do PIB de 2,8% para o ano, diferentemente do governo, que estima que essa taxa fique entre 4% e 4,5% em 2012. Esta é a segunda queda seguida do componente. No primeiro bimestre, os respondentes esperavam que o crescimento do PIB ficasse em 3,5%, e na aferição seguinte, em 3,2%.

Quanto à inflação, as estimativas das entidades participantes têm registrado comportamento mais uniforme. Nesta edição, a inflação prevista é de 5%, contra os 4,5 pontos percentuais esperados oficialmente pelo governo. Apesar de a expectativa quanto à inflação estar em queda, houve uma pequena variação ao longo do ano: 5,3% para janeiro e fevereiro, e 5,1% para os meses de março e abril.

As previsões feitas pelas entidades consultadas sobre a taxa básica de juros (Selic) para 2012 ficaram em 8%. Atualmente a taxa Selic está fixada em 8,5 pontos percentuais ao ano.

Nos últimos meses, a taxa de câmbio tem variado fortemente, o que, segundo Viana, pode explicar a expectativa registrada nesta edição do Sensor Econômico, que ficou em R$ 1,93 por dólar, a mais alta registrada até agora. O governo, porém, prevê que a taxa encerre o ano em R$ 1,76. Outra grande diferença se deu na previsão de investimentos (formação bruta de capital fixo - FBCF), pois o governo federal espera uma variação positiva de 10%, já os participantes do Sensor, de apenas 5,1 pontos percentuais.

Quanto à geração de empregos formais este ano, o indicador apontou expectativa de 1,6 milhão de novos postos, enquanto o governo espera que sejam gerados dois milhões. Já para as exportações, o Sensor registrou estimativa de R$ 265 bilhões, mais positiva que a meta anunciada pelo governo, de R$ 264 bilhões. Para as importações, foi projetado um montante de R$ 245 bilhões.

“Ao captar essa dinâmica das expectativas, tem-se uma variável complementar para a análise e formulação de políticas públicas de curto prazo, além de políticas econômicas de curto prazo, com espectro anual”, enfatizou Calixtre.