Seis em cada dez pessoas têm medo de assassinato

Seis em cada dez pessoas têm medo de assassinato

Temor de assalto à mão armada é equivalente. Os dados estão no SIPS Segurança pública

Nesta quinta-feira, 5, foi lançada a segunda edição do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre segurança pública. Fabio Schiavinatto, pesquisador do Ipea que coordena o estudo, ressaltou que o objetivo é de captar os efeitos e impactos das políticas públicas do governo federal. Na primeira edição sobre o tema foram aplicados 2.888 questionários com 22 perguntas, distribuídos de forma representativa para todas as regiões do país. O atual levantamento foi feito com 3.799 questionários, mantendo a mesma representatividade estatística.

Almir de Oliveira Júnior, técnico de Planejamento e Pesquisa responsável por esta edição do SIPS, afirmou que o medo das pessoas de passarem por assalto à mão armada e de serem assassinadas é muito semelhante: 62,3% e 62,4%, respectivamente, afirmam ter muito medo de serem vítimas desses crimes.

O maior medo de assassinato está na região Nordeste. No Sul é onde a população se considera mais tranquila. Enquanto 39,1% dos respondentes da região afirmam ter muito medo de serem assassinados, essa porcentagem sobe para 72,9% no Nordeste. A região Sudeste, assim como o Sul, apresentou resultado um pouco abaixo da média nacional, apesar das projeções de violência existentes principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Confiança nas polícias

As polícias federais contam com um maior grau de confiança por parte da população: 50,9% dos entrevistados confiam ou confiam muito na Polícia Federal e 49,5% confiam ou confiam muito na Polícia Rodoviária Federal. As porcentagens equivalentes para as organizações estaduais são 38,6% para Polícia Civil e 37,5% para Polícia Militar.

Na região Centro-Oeste, a confiança na Polícia Federal é a maior: 61,1%. Oliveira Júnior atribui a diferença positiva em dez pontos percentuais acima da média nacional à atuação da instituição na capital federal.

A maior parte da população (53,3%) está inclinada a entender que a Polícia Militar (PM) não atende de forma rápida e eficiente a população pelo telefone 190. Apenas 3,6% concordam plenamente que a PM faça abordagens de forma respeitosa nas vias públicas. A região Sul desponta com uma avaliação mais positiva, pois 52,9% dos entrevistados concordam ou concordam totalmente com a afirmação de que os policiais militares abordam as pessoas de forma respeitosa. Também apresenta a menor porcentagem de respondentes que discordaram totalmente disso, apenas 6,2%.

Já na região Norte se faz a pior avaliação, pois 62% consideram a abordagem policial geralmente desrespeitosa, mais de dez pontos percentuais acima da média nacional (51,5%).

Carreira

A percepção dos entrevistados sobre em que medida a carreira policial é uma boa opção de trabalho para os jovens foi ótima para 9,1% dos entrevistados, muito boa para 25,6%, razoável para 37,7%, e 26,3% consideram a carreia de agente policial uma péssima opção de trabalho.

Criminalidade

A pesquisa revelou que as principais causas da criminalidade estão relacionadas, para a população, mais a grandes questões sociais do que por falhas no trabalho das polícias. 23,8% acreditam que a principal causa é a desigualdade social, enquanto 20,5% atribuem à falta de investimento em educação; 13,9% dizem que se deve ao aumento do tráfico de drogas, 12,7% acreditam que a causa maior seja a corrupção dos agentes políticos, enquanto 12,2% creditam a causa à pobreza.

Leia na íntegra o Sistema de Indicadores de Percepção Social: Segurança Pública