Seminário no Pará discutiu políticas de desenvolvimento

Seminário no Pará discutiu políticas de desenvolvimento

Evento no Banco da Amazônia abordou o tema da publicação Brasil em Desenvolvimento 2011

Fotos: Aldridge Neto
Público acompanhou palestras sobre financiamento à saúde, à
educação, e apresentações sobre comércio e desenvolvimento regional


O financiamento do desenvolvimento foi o tema central do Seminário Brasil em Desenvolvimento 2011, realizado nesta quinta-feira, 23, a partir das 9h, na sede do Banco da Amazônia em Belém. O seminário apresentou os dois volumes do Brasil em Desenvolvimento 2011: Estado, planejamento e políticas públicas, uma das publicações institucionais do Ipea. Na mesa de abertura, a presidenta do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, afirmou que a Amazônia terá um papel central na dinâmica brasileira de desenvolvimento, aliando avanços sociais e conservação do meio ambiente.

“É importante compreender a especificidade e a importância da região amazônica para o futuro do Brasil e do mundo. Para isso, é necessário pensar o território de uma nova forma”, disse Petrelli, ao anunciar que a próxima edição do Brasil em Desenvolvimento analisará o “Brasil territorial”. “A questão da inclusão social tem de estar no centro da análise do desenvolvimento e, como ressaltou a presidenta Dilma na Rio+20, a sustentabilidade tem de ser vista com o homem no centro, levando-se em conta o aspecto social”, continuou a presidenta do Ipea.

A mesa de abertura também foi composta pelo presidente do Banco da Amazônia, Abidias José de Sousa Júnior, pelo superintendente de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Djalma Bezerra Mello, pela presidenta do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), Maria Adelina Baglia, e pelo técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará, Everson Costa.

O presidente do Banco da Amazônia ressaltou que as políticas sociais vêm sendo implementadas de maneira cada vez mais voltada ao desenvolvimento. Ele citou como exemplo regiões mais remotas do estado do Pará, como Bico do Papagaio e Alto Solimões. “A cada dia temos visto a vontade maior do governo de adotar políticas públicas para que o crédito chegue a quem precisa”, afirmou. Segundo Sousa Júnior, o desenvolvimento tem ocorrido de forma responsável, conservando a questão ambiental, “mas estados como Amapá, Amazonas, que têm elevado os indicadores de preservação das florestas, precisam ter contrapartidas para que esse processo continue e a população não seja tentada a desflorestar”.

Ainda pela manhã, o chefe da Assessoria de Planejamento e Articulação Institucional do Ipea e coordenador do projeto Brasil em Desenvolvimento, Aristides Monteiro, apresentou o conteúdo dos dois livros. “Para pensarmos sobre um ciclo expansivo de desenvolvimento, temos de refletir em relação a quem deve ser financiado, o que deve ser financiado, e os meios de financiamento”, declarou. A reflexão que resultou nos dois volumes, de acordo com Monteiro, buscou revelar que há um modelo de desenvolvimento capaz de priorizar demandas sociais, principalmente saúde e educação. E que o investimento em infraestrutura é urgente, pois o Brasil acumulou grande déficit nessa área.

O seminário foi concluído com duas sessões de debate. A primeira delas, sobre Necessidades de financiamento para políticas sociais, contou com exposições dos técnicos de Planejamento e Pesquisa do Ipea Luciana Servo (financiamento da saúde) e Paulo Corbucci (financiamento da educação). A coordenação da mesa coube à presidenta do IDESP, Maria Adelina Baglia. Às 14h30, a segunda sessão reuniu apresentações dos diretores do Ipea Luciana Acioly (comércio e investimento externo) e Francisco de Assis Costa (financiamento do desenvolvimento regional). A coordenação foi do professor Fábio Carlos da Silva, da Universidade Federal do Pará.