Política de Defesa Nacional é discutida em livro do Ipea

Política de Defesa Nacional é discutida em livro do Ipea

Publicação foi apresentada nesta terça-feira, 6, em evento no Rio de Janeiro

Foto: Marina Nery

Mesa de abertura do lançamento do livro, na Eceme


“É emblemático estarmos lançando o livro do Ipea sobre defesa em uma época de mudanças nas duas maiores economias do mundo, com a eleição presidencial nos Estados Unidos e as alterações no Partido Comunista da China”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Institucional do Ipea, Luiz Cezar Loureiro de Azeredo, durante o lançamento do livro Defesa nacional para o século 21, ocorrido na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), nesta terça-feira, 6, na cidade do Rio de Janeiro.

O evento contou com a participação de oficiais das forças armadas, pesquisadores do Ipea e acadêmicos de todo o país, e foi marcado por um ciclo multitemático de palestras. A ideia era situar o Estado brasileiro na conjuntura política internacional e lançar uma discussão sobre a importância do aparato tecnológico militar para a defesa do território.

Para Azeredo, o país tem de estar atento às mudanças e compreender a atual conjuntura e, para isso, três questões são fundamentais: o aprofundamento da globalização e a consequente intensificação das relações comerciais que ainda favorecem as nações desenvolvidas; a questão do meio ambiente, na qual os países centrais gozam de flexibilidade, como por exemplo na emissão de CO2, e cerceiam os bens naturais dos países periféricos, considerados mundiais e intocáveis; e a governança internacional que, apesar da crescente afirmação dos BRICS, ainda está nas mãos das nações mais ricas.

Em seu discurso, Azeredo destacou a importância de uma base material forte autônoma, centrada no desenvolvimento e na avaliação cuidadosa dos nossos aliados estratégicos no mundo. Segundo ele, o momento atual pode abrir oportunidades para o Brasil consolidar as estratégias de defesa na região, em conjunto com os vizinhos da América do Sul, e desenvolver parcerias no setor de tecnologia com outros países, como a África do Sul e a Índia. 

Loureiro lembrou que a reconfiguração do cenário político internacional tem pressionado os países a avaliar a mudança de posicionamento sobre domínio da tecnologia nuclear e intervenções das grandes potências em nações com menor estrutura militar e econômica. ''Não se trata de defender a não intervenção quando um país ruir, mas de não se permitir mais que alguns países intervenham quando quiserem, segundo seus interesses'', destacou.

Logo depois, o pesquisador do Ipea e um dos organizadores do livro, Rodrigo Fracalossi, defendeu a aproximação entre militares e civis para a efetividade das políticas de defesa. ''Quanto mais instituições debaterem a defesa, sejam civis ou militares, dentro ou fora do governo, mais diversas serão as perspectivas acerca dos problemas que nós temos de enfrentar na área. Países que têm uma defesa forte conseguiram envolver a sociedade civil no debate em torno do tema'', disse.

Veja a íntegra do livro: Defesa Nacional para o Século XXI: Política Internacional, Estratégia e Tecnologia Militar


Seminário: Debates sobre Defesa destacam mudanças na ordem mundial 

Seminário: Estratégias e tecnologias de segurança foram tema da segunda sessão de debates