Especialistas discutiram estratégias e tecnologias de segurança

Especialistas discutiram estratégias e tecnologias de segurança
Compuseram a mesa Érico Esteves Duarte, professor da UFRGS, e o General José Carlos Amarante

Na segunda sessão de debates, compuseram a mesa a mediadora Isabel Sampaio, coordenadora do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Érico Esteves Duarte, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e o General da Divisão da Reserva, José Carlos Amarante.

Amarante falou sobre como o emprego da tecnologia evoluiu nas guerras em todo o mundo, desde as épocas mais longínquas aos dias de hoje. Ele citou quatro conflitos fundamentais, em que o processo de desenvolvimento tecnológico acelerou consideravelmente: as guerras napoleônicas (1794), 1ª e 2ª guerras Mundiais (1914 e 1939) e a guerra no Golfo Pérsico (1991).

Para o futuro, o General deu um diagnóstico do uso das tecnologias nos combates. “A realidade é que os combates do futuro serão diferentes dos combates do presente e passado, devido ao crescimento descomunal da tecnologia militar. O combate futuro tende à robotização”.

Érico Duarte considerou positivo o lançamento do livro pelo Ipea, porque, segundo ele, pouco se discute sobre Defesa no Brasil. Duarte também criticou a distância entre Ministério da Defesa e sociedade civil, que, segundo ele, não dialogam para formulação de políticas para o setor, nem para a cobrança das políticas já existentes. “Não há sinergia entre essas esferas”, disse.

Dissuasão militar
O último debate discutiu o presente e o futuro da dissuasão brasileira, entendida como a forma de lidar e negociar com os países. O encontro foi mediado pelo Coordenador de Estudos em Comércio Exterior e Política Comercial da Diretoria de Estudos Internacionais do Ipea (Dinte), Edison Silva Filho, e contou com a apresentação do General de Brigada da Reserva, Luiz Eduardo Rocha Paiva.

Rocha Paiva explicou o significado de dissuasão: o poder de convencer o oponente a deixar de fazer algo que não agrade ao dissuasor. Nessa linha, o General comentou sobre a fragilidade da dissuasão brasileira, que, segundo ele, tem Forças Armadas sem capacidade para tal. Rocha Paiva questionou ainda o papel interventor das Forças Armadas em conflitos urbanos, tal como aconteceu no Complexo do Alemão, quando os militares foram deslocados para a região.

“Se o Estado não dá conta, o problema é da polícia, dos órgãos competentes. As Forças Armadas devem se voltar para a defesa do país”. O General também criticou o pouco investimento federal em Defesa, sob pretexto de que o Brasil não tem países inimigos. “O governo diz que nós não temos países inimigos, hoje não temos, mas e os países inimigos em potencial, esses não contam?”, finalizou.