Ministro da Noruega participa de reunião no Ipea

Ministro da Noruega participa de reunião no Ipea

Heikki Holmås, ministro do Desenvolvimento Internacional, encontrou-se com o presidente do Instituto

Foto: João Viana

Heikki Holmås: inclusão no mercado de trabalho é
ponto-chave para a igualdade de renda

Nesta quarta-feira, dia 23, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, recebeu o ministro norueguês de Desenvolvimento Internacional, Heikki Holmås, para uma reunião de apresentação de dados e conversações sobre os trabalhos realizados pelo Ipea na área de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Holmås está no país para conhecer as políticas públicas brasileiras de crescimento e distribuição de renda, e acentuou, no encontro, que “o Brasil está no caminho contrário ao resto do mundo, dando prioridade ao crescimento em iguais condições para seu povo”.

Neri apresentou dados sobre a trajetória das políticas equitativas empregadas pelo governo federal e ressaltou que o programa Bolsa Família é um exemplo importante para o mundo. Segundo ele, atualmente mulheres, negros e populações em condições excludentes têm as maiores taxas de crescimento econômico e social, fenômeno que vem acontecendo desde 2006, “mas que se intensificou nesses últimos anos, justamente os piores para a economia mundial”.

“Avaliações sobre o crescimento devem ser vistas com cautela. Dizem que a economia do Brasil não está crescendo, mas isso é apenas uma perspectiva. O povo está melhor do que o país, e isso é um paradoxo”, afirmou Marcelo Neri. O presidente do Instituto falou ainda ao ministro a respeito dos impactos da crise financeira da Europa sobre a qualidade do crescimento brasileiro.

Distribuição de renda
Holmås afirmou, durante a reunião, que sua equipe apresentará ao governo da Noruega, em breve, um relatório que coloca a distribuição equitativa de renda como ponto-chave para o progresso social e econômico. “Tenho visto experiências em muitos países, e posso dizer que estudos que levam prioritariamente o crescimento do PIB em consideração para analisar a trajetória de desenvolvimento de um país não são os mais úteis para nossa realidade mundial”.

De acordo com o ministro, existem muitos estudiosos que querem usar o Brasil como modelo para analisar a distribuição social. “A chave para a distribuição mais equitativa de recursos e maior igualdade de renda em um país deve ser a inclusão no mercado de trabalho, recebendo salários mais justos, não apenas salários mínimos”, defendeu.