Seminário aborda inovação das empresas

Seminário aborda inovação das empresas

Debate pontua necessidade de se aumentar investimento público para o setor

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, abriu, nesta quarta-feira, 10, o seminário Tecnologias Sociais e o Novo Programa Inova Empresa, realizado em parceria com a Agência Brasileira da Inovação (Finep), afirmando que o estudo e mapeamento da inovação das empresas brasileiras, bem como das políticas públicas para o setor são “tema de interesse para o Ipea e este é o momento de olhar para frente e para trás, para avaliarmos o que já foi feito e onde podemos avançar”.

Neri acentuou que a pesquisa sobre tecnologias sociais é uma tradição no Ipea, “e agora o desafio é unir isso ao estudo sobre tecnologias inovadoras para a economia, e essa é uma missão importante que estamos enfrentando”, disse.

Glauco Arbix, presidente da Finep, fez a principal palestra do seminário, e destacou o Programa Inova Empresa, por meio do qual o governo federal vai disponibilizar, até 2014, R$ 30 bilhões para que as empresas atuem de forma inovadora.

Ele frisou que as empresas nacionais usam poucos recursos públicos para inovação, elemento “fundamental para incentivar as atividades inovadoras, dado o teor de incerteza das iniciativas desse tipo. Não há a menor chance de o país se desenvolver nesse setor sem a presença forte de recursos do Estado”, defendeu.

Para sustentar uma forte dinâmica de inovação, segundo Arbix, são necessários aproximadamente R$ 50 bilhões por ano. “Estamos evoluindo e lutando para mudar a cultura geral quanto à inovação”, acrescentou.

“As empresas precisam incorporar a inovação em sua estratégia de mercado, se diferenciando constantemente, não inovando de vez em quando. A pesquisa de novos produtos, novos sistemas e serviços precisa ser constante, e é isso que pode guiar o crescimento geral das empresas e do país”, argumentou Arbix.

Produtividade
Arbix alertou para o fato que ainda existe, no Brasil, grande carência de dados sobre o impacto, na trama industrial, da falta de engenheiros e de produção de conhecimentos sobre a área, um aspecto muito ligado à baixa produtividade da indústria do país.

Rating
A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset) do Ipea, Fernanda de Negri, apresentou durante o seminário a Nota Técnica - Índices compostos de inovação: uma proposta de cálculo de ratings para empresas e projetos, que tem por objetivo produzir um indicador sintético similar aos utilizados pelos bancos para avaliar o risco de crédito das empresas, só que, nesse caso, o objetivo é avaliar a capacidade inovativa das mesmas.

Saiba mais: Ipea desenvolve rating para empresas inovadoras

Vídeo: asista à íntegra do seminário "Tecnologias Sociais e o Novo Programa Inova Empresa"