Obra sobre finanças públicas é lançada pelo Ipea

Ipea apresenta obra sobre finanças públicas

Publicação de dois volumes é lançada e debatida em evento em Brasília

A publicação Finanças Públicas e Macroeconomia no Brasil - um registro da reflexão do Ipea (2008-2014), organizada pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, foi lançada no último dia 11. Na ocasião, o presidente do Instituto, Sergei Soares, destacou que a Dimac tem desempenhado uma trajetória bastante positiva nos últimos anos. "A área de macroeconomia do Ipea tem se aproximado dos policy-makers", afirma. Desse modo, conclui o presidente do Ipea, "tem se aproximado cada vez mais da própria missão do Ipea".

Na abertura do evento, houve considerações sobre a lógica da reflexão do Ipea na área das finanças públicas. Foi destacado, em particular, que a pesquisa da casa sobre o tema tem privilegiado a utilização de dados primários em projetos de qualidade acadêmica voltados para o assessoramento dos ministérios da área econômica.

Carlos Mussi, diretor do Escritório da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) no Brasil, destacou a importância de se estudar as questões fiscais no passado e no presente à luz da história e de outras áreas de conhecimento além da economia. Nesse sentido louvou o trabalho que tem sido feito na Dimac nos últimos anos e a escolha da capa do livro, ilustrada pela obra "Colheita do Café", de Cândido Portinari. Segundo Mussi, durante a proeminência do café na economia brasileira, a política fiscal era altamente sensível aos preços do item no mercado internacional. E as crises políticas pelas quais o país passou ao longo de sua história frequentemente tiveram como pano de fundo questões fiscais.

Já Esther Dweck, chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, destacou a importância de um diálogo constante e construtivo entre a pesquisa do Ipea e as diversas áreas do governo. Ela afirma que a urgência das decisões tomadas pelos responsáveis diretos pelas políticas públicas é um fator que dificulta a reflexão. Estudos como os do Ipea na área de finanças públicas, então, contribuem para decisões políticas mais acertadas. "É muito difícil tomar decisões sobre as políticas públicas sem conhecer o impacto das várias alternativas", afirma. Ela destacou que a publicação Finanças Públicas e Macroeconomia é relevante inclusive pelo novo momento da realidade econômica. "A adaptação a novas realidades é muito importante e essa publicação tende a qualificar a discussão", disse à plateia.

Durante a tarde, Fabiana Rodopoulos, da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, ao lado do organizador do evento, Claudio Hamilton, abordou os desdobramentos da política fiscal em estados e municípios - marcada no período recente por gastos crescentes com pessoal e encargos sociais. Segundo Hamilton, é possível que isso se deva ao aumento das despesas desses entes nas áreas de educação e saúde, já que essas áreas são intensivas em uso de mão de obra.

Vanessa Petrelli, que foi presidente do Ipea em 2012 e antes, diretora da Dimac, comentou a situação fiscal do Brasil no período atual, que é marcado pelo fim do boom das commodities e menor crescimento econômico. Para ela, assim como o período anterior, de mais crescimento econômico, não pode ser explicado apenas pela confluência de fatores externos positivos, o baixo crescimento atual também não pode ser explicado apenas por contingências externas desfavoráveis. A política fiscal, afirmou, deve levar em consideração o atual momento do ciclo econômico.

Baixe o primeiro volume do livro 'Baixe o primeiro volume do livro 'Finanças Públicas e Macroeconomia no Brasil - um registro da reflexão do Ipea (2008-2014)'

Baixe o segundo volume do livro 'Finanças Públicas e Macroeconomia no Brasil - um registro da reflexão do Ipea (2008-2014)'