Diretora do Ipea participou de oficina sobre política industrial
Publicado em 27/08/2015 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h48
Publicado em 27/08/2015 - Última modificação em 22/09/2021 às 00h48
Diretora do Ipea participou de oficina sobre política industrial
Fernanda De Negri falou sobre as causas do baixo crescimento da produtividade no país e apresentou propostas para uma agenda de políticas de incentivo à inovação e à tecnologia
A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda De Negri, participou nesta terça-feira (25), de uma oficina de trabalho realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que debateu a política industrial do país até 2018. A pesquisadora falou sobre as causas do baixo crescimento da produtividade no país, levantando algumas hipóteses para uma agenda futura no setor.
Para De Negri, o baixo crescimento da produtividade é mais preocupante quando analisado setorialmente, principalmente em relação ao setor de transformação, que no ano passado perdeu produtividade na ordem de 0,8% ao ano. “A gente está perdendo a produtividade em relação aos países mais desenvolvidos dentro dos setores produtivos, de uma maneira geral”, disse. Ela destacou que em 1995 o Brasil era 8,6% mais produtivo que países menos desenvolvidos – em 2009, essa diferença caiu para 3,0%. Ao mesmo tempo, a diferença de produtividade dos países mais desenvolvidos em relação ao Brasil era de 6,6% e, em 2009, havia aumentado para 7,1%.
“Não é uma questão só de mudanças econômicas ou de composição setorial da economia brasileira. É uma questão interna do setor produtivo”, observou Fernanda, acrescentando que as causas para esse baixo crescimento da produtividade têm como pano de fundo, primordialmente, o setor de tecnologia e inovação. Mas, segundo ela, no caso brasileiro há uma série de outros fatores que talvez sejam, em curto prazo, tão ou mais importantes do que tecnologia e inovação: a infraestrutura, a qualificação da mão de obra, o ambiente de negócios e a concorrência.
Ao final da apresentação, a especialista expôs propostas para uma agenda futura de políticas de incentivo à inovação e à tecnologia: ampliar o investimento em P&D orientado a resultados; inclusão, na Lei nº 8.666, da possibilidade de aquisição de pesquisa e desenvolvimento; diversificação do sistema de C&T brasileiro; melhoria do ambiente de negócios para a inovação; construção de uma economia mais aberta e competitiva; e investimento em big science e infraestrutura de pesquisa.
Na mesa de debate sobre produtividade e custos, também estavam Regis Bonelli (FGV/IBRE), que tratou do tema A indústria do PIB: ascensão e queda, e Joísa Dutra (FGV/CERI), que falou sobre os custos da energia elétrica no Brasil.