Diretora do Ipea participou de oficina sobre política industrial

Diretora do Ipea participou de oficina sobre política industrial

Fernanda De Negri falou sobre as causas do baixo crescimento da produtividade no país e apresentou propostas para uma agenda de políticas de incentivo à inovação e à tecnologia


A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda De Negri, participou nesta terça-feira (25), de uma oficina de trabalho realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que debateu a política industrial do país até 2018. A pesquisadora falou sobre as causas do baixo crescimento da produtividade no país, levantando algumas hipóteses para uma agenda futura no setor.

Para De Negri, o baixo crescimento da produtividade é mais preocupante quando analisado setorialmente, principalmente em relação ao setor de transformação, que no ano passado perdeu produtividade na ordem de 0,8% ao ano. “A gente está perdendo a produtividade em relação aos países mais desenvolvidos dentro dos setores produtivos, de uma maneira geral”, disse. Ela destacou que em 1995 o Brasil era 8,6% mais produtivo que países menos desenvolvidos – em 2009, essa diferença caiu para 3,0%. Ao mesmo tempo, a diferença de produtividade dos países mais desenvolvidos em relação ao Brasil era de 6,6% e, em 2009, havia aumentado para 7,1%.

“Não é uma questão só de mudanças econômicas ou de composição setorial da economia brasileira. É uma questão interna do setor produtivo”, observou Fernanda, acrescentando que as causas para esse baixo crescimento da produtividade têm como pano de fundo, primordialmente, o setor de tecnologia e inovação. Mas, segundo ela, no caso brasileiro há uma série de outros fatores que talvez sejam, em curto prazo, tão ou mais importantes do que tecnologia e inovação: a infraestrutura, a qualificação da mão de obra, o ambiente de negócios e a concorrência.

Ao final da apresentação, a especialista expôs propostas para uma agenda futura de políticas de incentivo à inovação e à tecnologia: ampliar o investimento em P&D orientado a resultados; inclusão, na Lei nº 8.666, da possibilidade de aquisição de pesquisa e desenvolvimento; diversificação do sistema de C&T brasileiro; melhoria do ambiente de negócios para a inovação; construção de uma economia mais aberta e competitiva; e investimento em big science e infraestrutura de pesquisa.

Na mesa de debate sobre produtividade e custos, também estavam Regis Bonelli (FGV/IBRE), que tratou do tema A indústria do PIB: ascensão e queda, e Joísa Dutra (FGV/CERI), que falou sobre os custos da energia elétrica no Brasil.