Ipea discutiu seu papel para o desenvolvimento brasileiro


Ipea discutiu seu papel para o desenvolvimento brasileiro

Ex-presidentes do Instituto analisaram como o Instituto pode ajudar o Brasil a encontrar saída para desafios históricos e conjunturais

Teve início na manhã desta terça-feira (30), o seminário Agenda Estratégica para o Brasil, promovido pelo Ipea, em Brasília, com o objetivo promover debates em torno dos desafios e das propostas para a formulação de uma nova estratégia de desenvolvimento para o Brasil. Parte das comemorações pelo aniversário do Ipea, o evento, que acontece até o dia 2 de outubro e reúne parlamentares, autoridades governamentais, especialistas e lideranças da sociedade civil, foi inaugurado com uma sessão sobre o tema “O papel do Ipea na formulação de uma agenda estratégica para o Brasil”.

O presidente do Instituto, Jessé Souza, destacou a desigualdade social e a produtividade – especialmente sob a luz da soma da mão de obra dos trabalhadores – como dois dos maiores desafios para o desenvolvimento do país. Para o sociólogo, o Ipea tem a oportunidade de reforçar sua grandeza quando encarna a ousadia de tocar em questões que outras instituições não têm condições de abordar, por estarem envoltas em suas próprias produções. “Isso implica também construir, portanto, a articulação da economia do Estado e da sociedade como um todo. A gente está tentando montar esta agenda estratégica para que a capacidade instalada historicamente do Ipea possa servir para o atual momento brasileiro de extraordinária dificuldade”, afirmou Jessé.

O ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Vitor Chaves, ressaltou que em um momento de crise como o que o país está atravessando é muito apropriado um debate que busque alternativas na construção de um novo modelo de desenvolvimento, baseado na criação de oportunidades, na democratização. Ele falou que esta é uma gestão preocupada em aproveitar o que há de melhor no Instituto para organizar as vozes contrastantes: “Todas as vozes compostas nesta agenda têm os eixos a se pensar a travessia para o desenvolvimento”.

Ex-presidente do Ipea, Fernando da Silva Resende lembrou que o Ipea sempre teve a capacidade para enfrentar desafios: “Tem um ativo que não é traduzido em cifrões, se traduz em inteligência”. Já a também ex-presidente Vanessa Petrelli Corrêa destacou que a burocracia e a acomodação não podem ter lugar em um instituto de pesquisa e que é preciso ousar. Segundo ela, o Ipea não deve somente assessorar o governo, mas pensar o país estrategicamente.

Por sua vez, Glauco Arbix, presidente do Instituto entre 2003 e 2006, afirmou que o Brasil continua sendo um país de renda média e grandes desigualdades, o que sintetiza os desafios de um instituto com o perfil do Ipea. “A nossa agenda é paciente, é de grande porte, é urgente. Ou a gente mescla e começa a produzir na sintonia dos acontecimentos, ou vamos morrer na praia”, ressaltou, lembrando que o Instituto possui técnicos especializados em várias áreas do conhecimento.

Vídeo: íntegra da mesa de abertura do seminário 'Agenda Estratégica para o Brasil'

Vídeo: reportagem da Agência Ipea sobre o primeiro dia de seminário