Ipea e ONU debatem políticas de combate à pobreza rural

No evento, em parceria com o Fida, foi lançado o novo Programa de Oportunidades Estratégicas para o País, dedicado ao período 2016-2021

Representantes do Ipea, do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) reuniram-se nesta terça-feira, dia 24, em Brasília, com membros do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). O objetivo do encontro foi apresentar o novo Programa de Oportunidades Estratégicas para o País (COSOP), que norteará as operações da agência no Brasil entre os anos de 2016 e 2021.

O presidente do Ipea, Manoel Pires, apontou que, ao longo dos últimos anos, o Brasil avançou bastante nas políticas de combate à pobreza: “A gente construiu uma tecnologia muito eficiente de identificar a pobreza e mecanismos de transferência de renda para reduzir os seus impactos sobre as pessoas. No entanto, a pobreza não pode ser vista apenas como uma questão de renda. Existe uma série de políticas públicas que precisam ser construídas e oferecidas para que essas pessoas possam ter o mínimo de igualdade de oportunidade, que possa levar o Brasil para uma direção de desenvolvimento mais amplo”. E acrescentou que é necessário que o país comece a construir essa segunda geração de políticas públicas dentro dessa perspectiva.

“O Brasil tem feito muitos avanços nos últimos anos em termos de redução da pobreza e creio que todos os envolvidos têm interesse que esses resultados não sejam perdidos, mas sejam consolidados e aumentados nos próximos anos”, disse o gerente de Programas do Fida para o Brasil, Paolo Silveri. Ele explicou que, para se obter sucesso a partir dos objetivos sustentáveis que a comunidade internacional aprovou no ano passado com prazo de cumprimento até 2030, é preciso estabelecer parcerias em todos o níveis – público e privado, local, federal e internacional etc.

O representante do PNUD e IPC-IG, Niky Fabiancic, falou da sua satisfação de participar do lançamento da Estratégia do Fida para o Brasil nos próximos cinco anos, destacando a importância da parceria dessa agência internacional com o PNUD em seu trabalho constante pelo crescimento inclusivo e sustentável e pelo desenvolvimento humano: “Falar em combater a pobreza – seja no mundo, seja no Brasil – é falar, principalmente, do grande potencial da agricultura familiar, de segurança alimentar e de desenvolvimento humano.”

Programa

Os oficiais de programas do Fida Hardi Vieira e Leonardo Bichara Rocha trataram dos projetos da agência no Brasil, demonstrando a área de abrangência dos trabalhos atualmente em vigor. “As operações do Fida se destacam, basicamente, por estarem concentradas inteiramente no Nordeste do Brasil e, também, com foco no semiárido, tendo uma única exceção, uma pequena área do litoral no estado de Sergipe, que é o baixo São Francisco”, observou Hardi.

Também foi apresentada uma série de estudos sobre pobreza rural, elaborada com a parceria e colaboração dos governos federal e estaduais e organismos e instituições da sociedade civil. Os textos têm como foco o Norte e o Nordeste, abordando questões como os impactos das mudanças climáticas, políticas públicas para o desenvolvimento rural, condição fiscal do setor público e perfil da pobreza rural.

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