Presidente do Ipea defende na Câmara eficiência do gasto público para retomada do crescimento

Presidente do Ipea defende na Câmara eficiência do gasto público para retomada do crescimento

Ernesto Lozardo participou nesta segunda, dia 12, de audiência pública sobre a PEC 241 e o Novo Regime Fiscal

Em audiência pública, na tarde desta segunda-feira, 12, na Comissão Especial na Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 - que institui um Novo Regime Fiscal e o limite o teto de gastos públicos – o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, afirmou que a PEC abre oportunidades para avaliar o custo/benefício das políticas públicas. “Ela coloca dois elementos fundamentais que é a prioridade e a eficiência do gasto público”, disse. E acrescentou que a PEC pode melhorar o nível de emprego, a partir de um orçamento previsível, uma inflação previsível, sem aumento de impostos. “Ter disciplina fiscal não significa prejudicar os mais necessitados". A PEC, segundo Lozardo, é o passo inicial para o país sair da crise. “É o primeiro tijolo, a pedra fundamental para as demais reformas”.

O presidente previu que, se a PEC for aprovada, o país poderá voltar a crescer num curto prazo. Se for aprovada “como está sendo desenhada, o Brasil sai dessa crise com muita velocidade, talvez em menos de três anos, melhor e mais fortalecido que países europeus”, disse.

Erros macroeconômicos
"Um dos principais problemas do país foi o estímulo ao consumo nas décadas passadas", disse Lozardo, durante a apresentação. Desde 2006, segundo ele, grandes erros macroeconômicos foram cometidos. “Na fase em que a inflação estava subindo, com demanda maior, os juros estavam caindo; o juro real estava próximo de zero e a política adotada foi a de que o Brasil devia crescer pelo consumo e não pelo aumento do investimento e da produtividade”.

Ele destacou ainda que, para o país crescer, são necessários investimentos e produtividade e não gastos públicos. "Há muito tempo o Brasil não tem governança pública, não temos políticas públicas direcionadas ao crescimento”, apontou. “Para crescer, tem que ter poupança para gerar investimento. Mas se o governo está endividado, como irá investir?".

Lozardo fez a projeção que, se as reformas - trabalhista e previdenciária - ocorrerem, o país tem capacidade de crescer 3% ou 3,5% ao ano, nos próximos 20 anos. “O Brasil não tem vocação para baixo crescimento”, afirmou. “Nós temos uma janela de oportunidades com a PEC muito grande. Podemos combater a pobreza nacional e melhorar a saúde e a educação”.