Pesquisador apresenta estudos sobre o São Francisco

Pesquisador apresenta estudos sobre o São Francisco

Seminário na sede do Ipea contou com a apresentação de resultados de pesquisas realizadas pela Dirur

O público que compareceu ao seminário A Transposição do São Francisco – conceitos, limites e oportunidades, realizado nesta terça-feira, 27, em Brasília, assistiu à apresentação de estudos do Projeto Diálogos para o Fortalecimento das Políticas e do Sistema Nacional de Recursos Hídricos. A palestra de José Luiz de Souza teve mediação do técnico de planejamento e pesquisa Júlio César Roma, da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea.

O projeto da transposição tem como princípio a retirada de água do rio São Francisco para ser destinada ao consumo da população de 390 municípios de Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, bacias do agreste em Pernambuco, Jaguaribe, metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no Rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba. O pesquisador José Luiz apresentou o contexto histórico dos projetos de transposição para elucidar o tema.

A versão mais atual das propostas de deslocamento de água do rio é de 2003, com o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), que redefiniu propostas e objetivos, incorporando os conceitos de segurança hídrica, sinergia hídrica e energia secundária. Para José Luiz, essa operação, que já é discutida desde o século passado, deveria sair do papel e ser implantada: “Eu não tenho dúvida que a transposição vai amenizar o efeito da seca nas regiões receptoras. O problema é que o empreendedor não soube vender o projeto em uma linguagem acessível, que mostrasse de verdade o que é o projeto".

Defendendo os benefícios da transposição, o bolsista ressaltou estimativas que reafirmam seus argumentos, como a de que a oferta de água, em 2025, alcançaria cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semiárida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A apresentação se encerrou com um debate. Entre os questionamentos, foi apontado o caráter econômico do deslocamento, que é contestado em estudos, mas foi defendido por José Luiz: “É uma exigência do próprio projeto que a obra tenha sustentabilidade financeira. E essa sustentabilidade vem de vários setores, como o pagamento da água pelo usuário final, por exemplo", concluiu.