No Dia Mundial da Água, Ipea exibe "Gitirana" e discute as grandes barragens

No Dia Mundial da Água, Ipea exibe "Gitirana" e discute as grandes barragens


Seminário "Gitirana: debate sobre grandes barragens no Nordeste" foi realizado nesta quinta, 22, na sede do instituto, em Brasília

Para comemorar o Dia Mundial da Água, o Ipea realizou o seminário Gitirana: debate sobre grandes barragens no Nordeste nesta quinta-feira, dia 22, na sede do instituto, em Brasília. A exibição do documentário Gitirana (1975), seguida de debate, contou com a participação do cineasta Jorge Bodansky, diretor do filme, de David Pennington, professor da Faculdade de Comunicação da UnB, e Temóteo Gomes, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O evento foi aberto ao público e ocorreu no auditório do 12º andar.

Impedido pela censura de estrear no Brasil por mais de cinco anos, o filme Gitirana, dirigido por Jorge Bodansky e Orlando Senna, conta a história de nordestinos cujas vidas, repentinamente, sofrem violentas modificações, tendo que se afastar de suas terras natais por conta da construção de uma grande barragem. A obra foi produzida no período da ditadura militar (em 1975) e filmada nas cidades de Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Juazeiro do Norte (CE).

"O filme participou da quinzena de realizadores do Festival de Cannes, em 1976, e ficou durante muitos anos literalmente perdido. Até recentemente, quando eu reencontrei uma produtora da TV alemã que foi coprodutora do filme", destacou Bodansky. O tema do longa-metragem dialoga com pesquisas desenvolvidas no Ipea, com o objetivo de fazer um diagnóstico social dos atingidos por barragens - como é o caso dos estudos sobre a Barragem de Sobradinho, na Bahia.