Inflação de abril teve a mesma variação para famílias mais pobres e mais ricas

Inflação de abril teve a mesma variação para famílias mais pobres e mais ricas


No acumulado de 2018, porém, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda aponta pressão inflacionária menor sobre as classes de baixo poder aquisitivo

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda divulgado nesta sexta-feira, 25, mostra que, ao contrário dos meses anteriores, as taxas de inflação de abril de 2018 se mantiveram muito próximas, independentemente da classe de renda. O resultado é reflexo de aumentos que impactaram tanto os mais pobres (ônibus urbano, medicamentos) quanto os mais ricos (gasolina, plano de saúde).

Em abril, a inflação das famílias de renda muito baixa e também a das famílias de renda alta ficou em 0,21%. Mas, no acumulado do ano (de janeiro a abril), a pressão inflacionária continua menor sobre as classes mais pobres da população. O indicador registra, nesse período, 0,56% de inflação para as famílias de menor poder aquisitivo e 1,34% para a parcela mais rica.  

Essa diferença ocorre porque, de janeiro a abril, as maiores altas de preços foram registradas em itens de grande peso na cesta de consumo das famílias de renda mais alta (combustíveis, mensalidades escolares e planos de saúde). Em sentido contrário, a deflação de alimentos como cereais, massas e farinhas, carnes, aves e ovos ajudaram a conter a inflação das classes de renda baixa.

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) do IBGE. Para mais informações sobre a metodologia de cálculo do indicador, clique aqui.

O Ipea também divulgou nesta sexta a seção de Inflação da Carta de Conjuntura nº 39, assinada pela técnica de planejamento e pesquisa do instituto Maria Andreia Parente Lameiras. “A projeção de inflação para 2018, feita pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Pesquisas Macroeconômicas, mantém-se em torno de 3,6%, refletindo uma apreciação de preços administrados maior que a esperada anteriormente, porém, sendo atenuada por um comportamento mais favorável dos preços livres”, afirma o estudo. A seção completa analisa a inflação dos alimentos, bens e serviços e preços administrados.

Confira a íntegra do indicador e da seção de Inflação no blog da Carta de Conjuntura