Morre o ex-presidente do Ipea João Paulo dos Reis Velloso
Publicado em 19/02/2019 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h23
Publicado em 19/02/2019 - Última modificação em 22/09/2021 às 23h23
Morre o ex-presidente do Ipea João Paulo dos Reis Velloso
Economista esteve à frente do Epea e do Ipea na condução de programas voltados ao desenvolvimento nacional
Morreu na manhã desta terça-feira, 19, no Rio de Janeiro, o ex-presidente do Ipea João Paulo dos Reis Velloso. Ele tinha 87 anos. O economista dirigiu entre 1965 e 1967, após a gestão de Vitor da Silva Alves Filho, o então Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada (Epea), que originaria o instituto. Em 1967, por decreto-lei, o escritório tornou-se uma fundação pública, passando a ser chamado de Ipea.
Reis Velloso permaneceu como presidente do Ipea entre 1967 e 1969, para consolidá-lo como órgão de apoio à avaliação das políticas públicas do governo federal e no planejamento estratégico do desenvolvimento econômico e social. Para estabelecer o instituto, recrutou alguns dos mais brilhantes economistas brasileiros à época.
A relação com o Ipea sempre foi afetuosa. Em 2011, durante um evento na sede do instituto, em Brasília, declarou que considerava a fundação pública seu terceiro filho. Na ocasião, alertou que o desenvolvimento nacional só seria possível se o Brasil investisse em uma educação de qualidade e na chamada economia do conhecimento.
Em 2009, em meio às comemorações pelos 45 anos do Ipea, elogiou o trabalho dos pesquisadores. “O Ipea é, hoje, tão ou mais importante para o Brasil quanto nos seus primeiros anos – época em que estava reconstruindo a economia brasileira e avançando para o crescimento rápido. Atualmente, o Ipea pode auxiliar o país na saída da crise global e no desenvolvimento de oportunidades que levem o Brasil a realizar o seu potencial econômico e social dentro de uma economia transformada e com um novo modelo de desenvolvimento inclusivo”, afirmou.
No instituto, Reis Velloso recebeu a incumbência de elaborar programas básicos para a política macroeconômica, como o Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg), quando Roberto Campos era o titular da pasta do Planejamento. Um dos primeiros trabalhos de peso do instituto, na década de 60, foi a coleção “Diagnósticos da Economia Brasileira”, que serviu de base para o Plano Decenal 1967-1976.
Além de presidente do Ipea, Reis Velloso foi secretário-geral do Ministério do Planejamento e ministro do Planejamento (1969-1979). À frente do Ministério, contou com a contribuição de diversos artigos redigidos no Ipea para elaborar o I e o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND).
O ex-ministro escreveu mais de 50 livros, entre eles “Por que o Brasil não é um País de Alto Crescimento” (2005) e “Condições para a Retomada do Desenvolvimento” (1991). Começou a carreira no Banco do Brasil e, nos últimos anos, vinha dedicando-se a debater o desenvolvimento brasileiro no Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
O presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, divulgou uma nota de pesar pelo falecimento de Reis Velloso. Leia a íntegra:
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) recebeu com imenso pesar a notícia do falecimento, nesta terça-feira, de João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do Planejamento, ex-presidente do Ipea e um dos destacados economistas brasileiros.
Nos anos 60, Reis Velloso foi incumbido pelo então ministro do Planejamento, Roberto Campos, de coordenar um dos mais notáveis projetos de planejamento econômico brasileiro, o Paeg. Foi o segundo dirigente do Ipea e empenhou-se para consolidá-lo como órgão de apoio à avaliação das políticas públicas do governo federal e ao planejamento estratégico do desenvolvimento econômico e social.
O ministro Reis Velloso dedicou sua vida a pensar e a propor soluções para tornar o Brasil um país desenvolvido.
O Ipea presta esta homenagem ao economista Reis Velloso, que sempre prestigiou os trabalhos desta instituição.
Ernesto Lozardo, presidente do Ipea