Centro-Oeste lidera a produtividade média do trabalho agrícola

Centro-Oeste lidera a produtividade média do trabalho agrícola


Região detém o maior uso de inovações tecnologia na agricultura e supera estados do Sul e do Sudeste/p>

A região Centro-Oeste lidera a produtividade média do trabalho agrícola no País devido ao uso crescente de inovações tecnológicas. Desde 1995, o processo de modernização agrícola avançou de forma mais intensiva e se aproximou da região Sudeste, a mais desenvolvida nacionalmente. Já em 2006, superou a média nacional e, em 2017, ultrapassou as demais regiões. É o que mostra o recém-concluído estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa o grau de heterogeneidade da estrutura agrícola da região Centro-Oeste, onde culturas como milho e soja têm forte participação nas exportações brasileiras. O estudo se baseou em dados dos três últimos censos agropecuários do IBGE.

Nesses anos, constata o estudo, a produtividade média do trabalho agrícola deu um salto na região – pela ordem, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal – e alcançou a média de R$ 80 mil por trabalhador agrícola ocupado, frente aos R$ 40 mil registrados no Sul, que, junto com os estados da região Sudeste, eram tradicionalmente os mais avançados. “Quanto mais se usa tecnologia na agricultura, maior é o aumento da produtividade do trabalho agrícola. O Centro-Oeste investiu em inovações tecnológicas e, por isso, apresentou desenvolvimento expressivo na agricultura. Hoje, a produtividade do trabalho agrícola na região pode ser comparada a de países desenvolvidos”, assinala o pesquisador do Ipea Murilo Pires, autor do estudo.

No estado do Mato Grosso, onde o uso de tecnologia na produção agrícola apresenta um maior grau de homogeneidade vis-à-vis aos demais estados da região Centro-Oeste, a produtividade média atingiu a marca de R$ 120 mil por trabalhador agrícola ocupado,revela a pesquisa O Grau de Heterogeneidade da Estrutura Agrícola da Região Centro-Oeste Segundo os Censos Agropecuários de 1995, 2006 e 2017. Ela também mostra que Goiás e Mato Grosso do Sul apresentaram um grau maior de heterogeneidade da estrutura agrícola frente ao Mato Grosso. Essa heterogeneidade é característica da agricultura brasileira, onde há unidades produtivas com intenso processo de modernização, enquanto em outras ainda prevalece a agricultura de subsistência e tradicional.

O processo de modernização da região começou em meados de 1960, porém, o Centro-Oeste manteve a mesma estrutura fundiária com médias e grandes propriedades rurais. Incentivadas pelos planos de desenvolvimento rural do governo federal – Prodecer e Polocentro, essas áreas incorporaram inovações tecnológicas da Revolução Verde, que encontrou campo fértil no Cerrado. Com a chegada das tradings companies na década de 1980, benefícios fiscais e financiamentos públicos, a ocupação agrícola da região avançou, guiada por culturas de exportação como soja e milho. Desde o início dos anos 2000, os países asiáticos, em especial a China, se tornaram os principais parceiros comerciais do Centro-Oeste.

Internamente, nos estados do Centro-Oeste, o desenvolvimento ocorre de forma heterogênea, com algumas regiões registrando maior dinamismo econômico. A tendência, conforme o estudo, é de acentuar ainda mais as diferenças inter-regionais, reforçando o processo de heterogeneidade estrutural e produtiva. “A incorporação de novas áreas ao processo produtivo regional demanda o uso crescente de inovações tecnológicas que não são acessíveis a todos os produtores da região, pondera o pesquisador do Ipea. “Quanto mais exportar, maior será o grau de heterogeneidade da estrutura agrícola da região. E somente políticas públicas ativas podem reduzir o hiato existente entre os produtores agrícolas modernos e aqueles que ainda permanecem na agricultura tradicional”, destaca Pires.

Acesse a íntegra do estudo

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