Salários formais em Roraima caíram quase 10% após fluxo de migrantes venezuelanos

Análise do Ipea revela que ápice do efeito migratório ocorreu em 2017, devido à crise no país vizinho

A crise política, econômica e social na Venezuela agravou-se em 2015, ano em que aumentou o fluxo de imigrantes do país vizinho ao Brasil, principalmente para o estado de Roraima. Uma nota publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (23) conclui que os salários formais em Roraima tiveram uma redução de quase 10% após o início da onda de migração.

A nota faz uma análise sobre o impacto da crise instaurada na Venezuela, que, desde 2013, provoca instabilidade no estado brasileiro, principal porta de entrada para os imigrantes venezuelanos. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 5,6 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos, ou seja, quase 20% da população.

O estudo utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e o Método de Controle Sintético proposto por Abadie e Gardeazabal (2003) e Abadie, Diamond e Hainmueller (2010) para avaliar como o choque migratório venezuelano afetou os salários no mercado de trabalho local. O ápice do impacto negativo ocorreu em 2017, exatamente no momento em que influxos migratórios aumentaram expressivamente, levando a uma diminuição média de aproximadamente 13% nos salários formais.

Ainda segundo a Nota da Presidência, a partir de 2018 observou-se que o efeito da migração começou a diminuir, o que pode ser atribuído a ações do governo brasileiro, como o controle de fronteiras, a operação acolhida e os acordos de interiorização.

Por fim, a nota conclui que o governo brasileiro deve investir em ações humanitárias no sentido de conter efeitos econômicos resultantes de impactos migratórios que, provavelmente, podem desequilibrar a economia de cidades brasileiras alvo de refugiados. 

Acesse a íntegra da nota 

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