Políticas de combate à pobreza no campo foram apresentadas no Ipea
O Instituto, o Fida e o IPC promoveram o evento no último dia 24
O novo Programa de Oportunidades Estratégicas para o País (COSOP), que norteará as operações do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola no Brasil (Fida/ONU) entre os anos de 2016 e 2021, foi apresentado no Ipea, na última terça-feira, 24 de maio.
Representantes do Ipea, do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) promoveram o encontro em que foram debatidos estudos sobre a pobreza rural no país e políticas públicas para enfrentá-la.
Boletim do Ipea mostra o cenário dos postos de trabalho em 2015
Confira a matéria com os principais dados do estudo
Foi lançado pelo Ipea a 60° edição do Boletim Mercado de Trabalho (BMT), que traça o cenário geral do mercado de trabalho brasileiro no ano de 2015. De acordo com as análises, do ponto de vista quantitativo, a geração de postos de trabalho diminuiu e piorou a qualidade nos últimos meses no que se refere ao rendimento e à informalidade.
“O que a gente vê hoje, analisando os últimos dados da Pnad, é que o jovem tem sofrido com o aumento do desemprego. Observa-se também que, por conta de perdas de rendimento ou até mesmo de emprego do chefe de família, outro membro do domicílio venha tentar compensar essa perda de bem estar e deixe alguma outra atividade para buscar emprego”, afirmou o coordenador de Trabalho e Renda do Instituto, Carlos Henrique Leite Corseuil.
Queda na ocupação, no rendimento e na massa salarial preocupa
O coordenador Carlos Henrique Leite Corseuil comenta os desafios para a retomada da trajetória do mercado de trabalho
“Essa conjuntura de queda na ocupação e no rendimento traz uma queda na massa salarial de 2% em 2015 quando comparada em 2014, o que é um fato preocupante se pensarmos em retomada da trajetória do mercado de trabalho”, disse o coordenador de Trabalho e Renda do Ipea, Carlos Henrique Leite Corseuil, durante o lançamento da 60ª edição do Boletim Mercado de Trabalho (BMT), nesta terça-feira, dia 10/05.
O pesquisador resumiu o quadro econômico do país destacando o aumento do desemprego acompanhado de uma redução do nível de ocupados, motivada pela diminuição intensa de contratações no setor formal. “Não houve tanto um aumento dos desligamentos, mas sim uma diminuição acentuada das contratações”, explicou.
Panorama Ipea discute a situação dos catadores no Brasil
Fernanda Lira Goes, do Ipea, e Gilberto Carvalho, do Conselho Nacional do Serviço Social da Industria (Sesi), foram convidados para o debate
No Brasil, existem cerca de 400 mil catadores de materiais recicláveis. Pesquisa aponta que parte desses trabalhadores está na faixa dos 40 anos, tem baixa escolaridade, recebem em média 570 reais, e em sua maioria, são pretos e pardos. Contudo, por meio de associações e cooperativas eles vêm se formalizando no mercado e deixando de serem invisíveis para a sociedade.
“Muita gente começa a catar material porque cata comida no lixo para sobreviver. Então, essa interseccionalidade entre população em situação de rua e catador de material reciclável infelizmente é uma realidade. Mas nós temos programas sociais, principalmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que ajudou a fortalecer o catador como individuo por meio de cooperativas”, afirma a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Fernanda Goes.
O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Gilberto Carvalho, destacou os desafios que ainda precisam ser alcançados. “Na questão de políticas de resíduos sólidos, nós temos que avançar mais em tudo aquilo que chamamos de logística reversa, que é responsabilizar as empresas que produzem o material que depois vai ser descartado”.
Livro sobre catadores de material reciclável foi lançado no Ipea
Para a organizadora da publicação, Fernanda Lira Goes, o Brasil tem um amplo espaço para trabalhar a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Para discutir as políticas públicas de reciclagem no Brasil, de acordo com o pensamento e as experiências dos catadores, o Ipea organizou o livro Catadores de Materiais Recicláveis: um encontro nacional.
Fernanda Lira Goes explica que o Brasil tem um amplo espaço para trabalhar a Política Nacional de Resíduos Sólidos: “Essa política consegue ser efetivada no Brasil, porque temos um excelente território, uma população muito diversa, e o principal, vontade política e coletiva para trabalhar”.
Situação social de catadores é destaque em novo livro do Ipea
Desigualdade de gênero no trabalho é tema do Panorama
Natália de Oliveira Fontoura, do Ipea, e Rosane Silva, do Ministério do Trabalho e Previdência Social, foram as convidadas para o debate
“A diferença de rendimento entre homens e mulheres é uma consequência de uma série de características da inserção das mulheres no mercado de trabalho. Apesar de mais escolarizadas, as possibilidades de inserção das mulheres são menores”, apontou Natália de Oliveira Fontoura, pesquisadora do Ipea.
Rosane Silva, coordenadora do Subcomitê de Igualdade de Gênero do Ministério do Trabalho e Previdência Social, completou dizendo que as empresas acabam preferindo os homens, porque “eles têm seu tempo disponível para o trabalho. As mulheres têm que conciliar o trabalho remunerado e o doméstico, ainda uma responsabilidade única e exclusiva nossa”. Confira a íntegra do debate no vídeo ao lado
Jovens no mercado de trabalho foi tema do Panorama
Desafios como a informalidade e o desemprego foram discutidos por Enid Rocha Andrade da Silva, do Ipea, e Ana Maria Nogales, da UnB
“É importante destacar que, no Brasil, a gente costuma dizer que a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora. 60% dos jovens brasileiros já fazem parte da população economicamente ativa, seja procurando emprego, já vivendo o desemprego, ou até mesmo trabalhando e estudando. A inserção dos jovens no mercado de trabalho tem alguns desafios, como uma alta rotatividade e informalidade, uma remuneração menor, a necessidade do jovem conciliar estudo e vida familiar”, pontuou Enid Rocha Andrade da Silva, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, no debate do Panorama Ipea desta semana sobre a juventude no mercado de trabalho.
Para Ana Maria Nogales, demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB), “o jovem tem mais dificuldade de colocar-se no mercado, justamente porque não tem essa experiência. Ele ainda é novo, falta-lhe esse acolhimento. Então, o que nos preocupa é que esse jovem, não entrando para o mercado de trabalho de maneira formal, vai entrar em uma informalidade. São desafios importantes que nós temos que ver pra nossa juventude.” Assista ao programa completo no vídeo.
"Não houve um aumento dos desligamentos e sim uma diminuição das contratações"
É o que afirma Carlos Henrique Corseuil, do Ipea, no debate sobre dinâmica do emprego no país, ao lado de José Lopez Feijóo, do Ministério do Trabalho
No Panorama Ipea desta semana, o cenário do mercado de trabalho foi tema de discussão. "Na medida que o desemprego foi aumentando, paralelamente a isso, não houve um aumento dos desligamentos e sim uma diminuição das contratações. Então, as pessoas estão tendo mais dificuldade de se colocar e recolocar no mercado de trabalho", disse o coordenador de Estudos e Pesquisa em Trabalho e Renda do Ipea, Carlos Henrique Corseuil, coautor da Nota Técnica Análise da dinâmica do emprego setorial de 2014 a 2015.
Já José Lopez Feijóo, secretário Especial do Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência Social, comentou sobre a informalidade. "Este trabalhador não precisa necessariamente ser informal. Ele tem que se tornar um microemprendedor, contribuir pra previdência e assegurar seus direitos", defende.
“Nós construímos um colchão de amortecimento a crises econômicas”
Na participação no Panorama Ipea desta semana, André Calixtre destacou a estrutura social brasileira que sustentou o ano de 2014 “Nós construímos um colchão de amortecimento a crises econômicas. Esse colchão é finito. Ele não é capaz de suportar qualquer crise. Mas a grande questão é: ele suportou 2014 muito bem”. No debate sobre as transformações sociais que o Brasil passou de 2004 a 2014, André Calixtre, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto, explicou que só foi possível passar por um ano com tantos desafios devido às escolhas que o país fez nessa última década. A discussão foi motivada pela análise dos dados da PNAD 2014 feita pelo Ipea, em que foi apresentado um painel do país desde 2004.
A gravação do programa é transmitida online pelo Portal Ipea, geralmente na sexta, à tarde, e o público pode participar ao vivo enviando perguntas pelo Twitter. Acompanhe todas as novidades pelo nosso perfil do Facebook ou Twitter, além do Portal Ipea. |
Assista à íntegra do lançamento da NT sobre os dados da PNAD 2014
Em Nota Técncia, Ipea fez uma avaliação das informações de 2004 e 2014
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, André Calixtre, apresentou a análise do Ipea sobre os dados da PNAD 2014, no dia 30/12, na sede do Ipea, em Brasília. Para o pesquisador, a renda crescente, a diminuição da desigualdade de renda, além da melhoria dos programas de transferência de renda e o aumento da cobertura previdenciária explicam os números de 2004 a 2014. “Houve uma retomada do ciclo de redução da extrema pobreza”. |