Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Comunicado revela potencial dos BRIC no comércio internacional

Comunicado revela potencial dos BRIC no comércio internacional

Estudo foi divulgado pelo Ipea durante a Cúpula BRIC de Think Tanks, em Brasília

Foto: Sidney Murrieta
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Aproveitando a realização da Cúpula BRIC de Think Tanks: O papel dos BRIC na transformação global após a crise econômica, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira, 14, o estudo Rússia, Índia e China: comércio exterior e investimento direto externo. Realizado pela Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Direpi) do Instituto, o documento aponta os diferenciais de cada BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia) no comércio global e seus principais desafios.

 
O estudo, apresentado como Comunicado do Ipea nº 43, revela que, entre os BRIC, o Brasil se "caracteriza como uma economia com elevada participação do consumo e mercado doméstico forte". A Rússia, por sua vez, se destaca pelas vendas externas de commodities energéticas, a Índia pelas exportações de serviços, e a China pelas exportações de manufaturas e elevadas taxas de investimento.
 
Apesar de contar com boa vantagem comparativa em relação aos demais BRIC no quesito produtos intensivos em recursos naturais e primários agropecuários, o Brasil apresentava em 2008 o menor valor exportado entre os quatro países. O Comunicado do Ipea nº 43 menciona, ainda, o Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR) dos BRIC. Nesse ponto, a China se destaca.
 
Luciana Acioly, coordenadora de Estudos de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, tirou dúvidas dos jornalistas sobre o estudo durante a Cúpula BRIC de Think Tanks, que se encerra nesta quinta-feira no Hotel Mercure Eixo, em Brasília. Mais informações sobre a cúpula podem ser acompanhadas no hotsite do evento.
 

 

Ipea lançou estudo sobre ações sociais em congresso no Rio

Ipea lançou estudo sobre ações sociais em congresso no Rio

 A pesquisadora Anna Peliano apresentou estudo no 6º Congresso do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife)

Apenas 16% das cerca de 95 mil empresas que atuam no social no Brasil declararam possuir algum tipo de avaliação documental das ações sociais realizadas. As companhias, que na década de 1990 se diferenciavam por atuar no social, hoje se destacam no resultado obtido com a avaliação documental. As informações estão presentes no estudo Cultivando os Frutos Sociais: A Importância da Avaliação nas Ações das Empresas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo foi lançado na sexta-feira, 9 de abril, pela pesquisadora Anna Peliano, durante o 6º Congresso do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), no Sheraton Hotel & Resort (Avenida Niemeyer, 121, Leblon, Sala Lagoa), no Rio de Janeiro.

O uso da avaliação é recente e prevê algumas dificuldades como tempo, recurso e definição de instrumentos para a realização. Ainda há muita resistência dos gestores na avaliação. Segundo o estudo, 41% acham ser perda de tempo. Outras dificuldades seriam desenvolver um modelo simples e de recursos viáveis, capacitar a equipe interna e contornar tensões (corte de recursos, por exemplo).

No trabalho das empresas na área social, há interesses em parcerias e apoios e em legitimar a participação. No setor privado, a avaliação serve para corrigir rotas e elaborar formas de firmar a imagem da empresa, principalmente na comunidade em que atua. “A avaliação tem de ser instrumento de gestão, pois os resultados na área social são longos e difíceis. Às vezes resolve-se um problema e gera-se outro sem intenção”, argumentou Anna.

Em 2002, o Ipea divulgou a primeira Pesquisa Ação Social das Empresas (Pase) que gerou um mapeamento. Dos estabelecimentos empresariais do Brasil, 59% desenvolviam atividades sociais. Para isso, alocaram recursos da ordem de R$ 7,8 bilhões. Na segunda pesquisa, em 2006, houve uma retração, principalmente na região Sudeste, e os recursos chegaram à casa dos R$ 6 bilhões. Mesmo assim, a região continua sendo a de maior participação (25%), e um quarto das empresas tem avaliação estruturada.

A coordenadora do estudo lembrou que os investimentos das empresas não devem ser vistos como a solução dos problemas sociais. “É apenas ajuda. No setor privado, não há muito compromisso com o que é certo ou errado, há mais flexibilidade para as empresas adequarem seus projetos sociais.”, a pesquisadora afirma que a experiência que vem sendo desenvolvida pelas empresas no campo da avaliação social poderá, no futuro, contribuir para o aprimoramento das avaliações das políticas públicas.

Leia a íntegra do estudo 

 

Taxa de fecundidade nacional assemelha-se à de países ricos

Taxa de fecundidade nacional assemelha-se à de países ricos

Seminário do Ipea no Rio de Janeiro discutiu as perspectivas demográficas e o crescimento econômico brasileiro

Um estudo sobre queda da taxa de fecundidade, ligada ao processo de envelhecimento e crescimento econômico do País, foi apresentado na última quarta-feira, dia 7, no seminário Enriquecer antes de envelhecer: redução da fertilidade e crescimento econômico no Brasil. Jorge Saba Arbache Filho, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), expôs o trabalho na representação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Rio de Janeiro.

No debate, houve comparações com crescimento e fecundidade de outros países. “O regime de fecundidade aqui é de país rico. Estamos abaixo de Estados Unidos, França e Inglaterra porque nestes a taxa voltou a crescer”, disse Arbache. Na China, a taxa aumenta desde 2002. O país implantou uma nova política demográfica e começou a liberar o controle da fecundidade. E 55% da população ainda está no campo. “A China cresce 10% ao ano e sabe que um dia isso vai acabar. A política deles é crescer o mais rápido possível e amadurecer a economia para poder crescer 4, 5% tranquilamente.”

A rápida queda da taxa de fecundidade no Brasil está ligada ao processo de envelhecimento da população. A taxa assemelha-se à de países com renda alta, mas está abaixo da registrada nos países de renda média e os da América Latina. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam estabilização em torno de 1,5 ponto percentual. Dessa forma, a economia começará a sofrer com a queda populacional a partir de 2040. Segundo Jorge Arbache, a situação pode ficar crítica. “O Japão, por exemplo, entrou numa estagnação crônica e não consegue sair. Há um grande problema demográfico por lá, e nós estamos indo por esse caminho.”

Os grupos jovens no Brasil estão encolhendo, e a população acima de 25 anos está crescendo. Além da taxa de fecundidade, a expectativa de vida do brasileiro seria outro fator preponderante para esses fatos. Em 2030, a perspectiva é de que haja uma elevada taxa de dependência dos idosos, em torno de 20%. Para a economia resistir a essa mudança, serão necessárias alterações na previdência social. “Este aumento sugere maior custo com a saúde, por exemplo. A receita da previdência em relação ao PIB está em 8% e não para de aumentar. População envelhecendo implica poupança menor. Se o País não se adaptar às políticas públicas, vamos ter sérios problemas na poupança pública”, afirma Arbache.

Segundo o estudo apresentado, alguns dos desafios para suavizar a queda da fecundidade do Brasil são estimular os aumentos da poupança, da fecundidade, da migração e do crescimento demográfico. “O Brasil não é mais um País de jovens. Nesse ritmo, em 2025 daremos adeus ao bônus demográfico.” De acordo com o texto, o País deveria aproveitar o período de bônus demográfico para alavancar o seu crescimento econômico por meio do aumento da poupança e do investimento. “Envelhecer onde a renda ainda é baixa. Como um País em desenvolvimento consegue isso?”, indagou Arbache. A pergunta diz respeito à possibilidade de o Brasil conseguir alcançar características de economia madura e estagnada antes mesmo de atingir níveis mais elevados de renda per capita.

Seminário discute papel dos BRIC no pós-crise

Seminário discute papel dos BRIC no pós-crise

Encontro de técnicos governamentais é realizado pela Dicod do Ipea. Acompanhe o hotsite do evento

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realiza nos dias 14 e 15 de abril a Cúpula BRIC de Think Tanks: O papel dos BRIC na transformação global após a crise econômica, aproveitando a oportunidade da Cúpula dos presidentes dos países que compõem o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - marcada para o dia 16 de abril em Brasília, DF. O evento reune representantes dos governos e pesquisadores de centros de estudos dos quatro países. A cúpula, cujas informações são atualizadas no hotsite www.ipea.gov.br/bric, é realizada no Hotel Mercure Eixo, em Brasília (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 5, Bloco G).

O evento é organizado pela Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dicod). Durante os dois dias, serão discutidos o novo papel desses países no cenário mundial, com destaque para os impactos da crise financeira internacional, a dinâmica do comércio exterior, a mudança climática global, o papel dos investimentos estrangeiros diretos, o processo de introdução de inovação tecnológica e as transformações nas instituições da governança global.

A abertura ocorreu às 8h30, com a participação do ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães; do presidente do Ipea, Marcio Pochmann; do secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antônio Patriota; do diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI), Rathin Roy; do vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Li Yang; e dos embaixadores da Índia, B. S. Prakash; da China, Qiu Xiaoqi; e da Rússia, Sergey Pogosovich Akopov.

 

Fórum
Na mesma semana da cúpula BRIC, nos dias 12 e 13 de abril, foi realizado em Brasília o Fórum Acadêmico Ibas: Um Diálogo de Políticas Públicas. O evento, organizado pelo CIP-CI, reuniu cerca de 120 formuladores de políticas públicas, especialistas e pesquisadores de Índia, Brasil e África do Sul para construir uma agenda de cooperação para o desenvolvimento social. A abertura teve a participação do presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Técnicos do Instituto participam dos debates. Mais informações estão disponíveis em http://www.ipc-undp.org/pressroom/pdf/IPCPressroom261.pdf.

 
Confira a programação da Cúpula BRIC de Think Tanks:

Quarta-feira, 14 de abril


8:30-10:00 - Cerimônia de abertura

- Ministro Samuel Pinheiro Guimarães (Secretaria de Assuntos Estratégicos, Brasil)
- Presidente Marcio Pochmann (Ipea, Brasil)
- Secretário-Geral Antonio Patriota (Ministério das Relações Exteriores, Brasil)
- Diretor do IPC-IG Rathin Roy (Pnud)
- Embaixador B. S. Prakash (Índia)
- Vice-Presidente Li Yang (Academia Chinesa de Ciências Sociais, China)
- Embaixador Qiu Xiao Qi (China)
- Embaixador Sergey Pogosovich Akopov (Rússia)


10:15-12:15 - Os BRIC e a crise financeira internacional

Coordenador: André Rego Viana (Dicod/Ipea, Brasil)
Debatedor: José Gilberto Scandiucci Filho (Divisão de Política Financeira, Ministério das Relações Exteriores, Brasil)
Apresentadores:
- Marcos Antonio Cintra (Dicod/Ipea, Brasil)
- Vladimir Davydov (Instituto da América Latina, Academia de Ciências da Rússia)
- Ritwik Banerjee (ICRIER, Índia)
- Li Xiangyang (Instituto de Estudos da Ásia e Pacífico, CASS, China)


12:15-14:00 - Almoço


14:00-16:00 - Os BRIC e o comércio internacional

Coordenador: Ivan Tiago Machado Oliveira (Dicod/Ipea, Brasil)
Debatedor: Paulo Ferracioli (PUC-Rio, Brasil)
Apresentadores:
- Renato Baumann (Cepal, Brasil)
- Vladimir Davydov (Instituto da América Latina, Academia de Ciências, Rússia)
- Biswajit Dhar (RIS, Índia)
- Zhang Yuyan (Instituto de Economia e Política Mundial, CASS, China)


16:15-18:15 - Os BRIC e a mudança climática global 

Coordenador: Jorge Hargrave (Dirur/Ipea, Brasil)
Debatedor: Gustavo Luedeman (Dirur/Ipea, Brasil)
Apresentadores:
- Eduardo Viola (Universidade de Brasília, Brasil)
- Nikolai Nikolaevitch Mikhailov (Programa para as Américas, Fundação Russkiy Mir, Rússia)
- Samir Saran (Observer Research Foundation, Índia)
- Wu Enyuan (Instituto de Estudos da Rússia, Europa Oriental e Ásia Central, CASS, China)


Quinta-feira, 15 de abril


9:00-11:00 - Os BRIC e os investimentos estrangeiros diretos

Coordenador: Magali Naves (Assessoria Internacional, SEPIIR, Brasil)
Debatedor: André Gustavo Pineli (Dicod/Ipea, Brasil)
Apresentadores:
- Luciana Acioly (Dicod/Ipea, Brasil)
- Svetlana Pavlovna Glinkina (Instituto de Economia, Academia de Ciências, Rússia)
- Radhika Kapoor (ICRIER, Índia)
- Liu Youfa (Instituto de Estudos Internacionais da China)


11:15-13:15 - Inovação tecnológica nos BRIC

Coordenador: André de Mello e Souza (Dicod/Ipea, Brasil)
Debatedor: Marcio Wohlers de Almeida (Diset/Ipea, Brasil)
Apresentadores:
- Luiz Ricardo Cavalcante (Diset/Ipea, Brasil)
- Rakesh Basant (IIM-A, Índia)
- Zheng Bingwen (Instituto da América Latina, CASS, China)


13:15-15:00 - Almoço


15:00-17:00 - Os BRIC e as instituições da governança global

Coordenador: Adbul Nafey (JNU, Índia)
Debatedor: Alexander Zhebit (UFRJ, Brasil)
Apresentadores:
- Embaixador José Botafogo Gonçalves (Cebri, Brasil)
- Boris Fedorovitch Martynov (Instituto da América Latina, Academia de Ciências da Rússia)
- Nandan Unnikreshnan (Observer Research Foundation, Índia)
- Ye Qing (Institutos de Estudos Internacionais de Xangai, China)

 

Ipea e ONU apresentam relatório dos Objetivos do Milênio

Ipea e ONU apresentam relatório dos Objetivos do Milênio

O evento mostrou os avanços do Brasil em relação às metas propostas pela Organização das Nações Unidas

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira, dia 8, o quarto relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). A abertura foi feita pela representante da ONU Marie-Pierre Poirier, e o relatório foi apresentado pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea,  Jorge Abrahão. O documento contou com a colaboração de mais de 20 ministérios, supervisão da Casa Civil, e coordenação do Ipea, da Secretaria-Geral da Presidência da República  e do Ministério do Planejamento e Gestão.
 
Poirier iniciou sua apresentação dizendo que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são hoje uma prioridade para a ONU e que diversos países têm alcançado as metas estabelecidas. "A agenda dos Objetivos do Milênio se tornou a agenda de muitos países. As metas do milênio precisam se tornar metas de Estado", disse a representante da ONU. Poirier afirmou ainda que os objetivos mais difíceis de serem alcançados pelos países têm sido o da redução da mortalidade materna e a redução da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e esgotamento sanitário.
 
O Brasil alcançou metas como a redução da população urbana sem acesso a água, porém, em relação à população rural, os níveis de cobertura ainda são muito deficitários. As metas de redução da pobreza extrema e da fome já foram alcançadas e superadas pelo Brasil, que criou metas próprias, mais ousadas do que as da ONU, para esse objetivo específico. "Grande parte do atingimento das metas é resultante de políticas públicas do Brasil, que não foram criadas por acaso, tais como políticas sociais e econômicas que, por meio da estabilidade, favoreceram os pobres. Os programas de transferência de renda foram fundamentais no combate à fome e à pobreza extrema", disse Jorge Abrahão. 
 
O diretor enfatizou que embora os objetivos da ONU e do Brasil tenham sido alcançados em relação à fome e à pobreza extrema, persistem disparidades regionais que precisam ser combatidas. "Precisamos de ações concretas das políticas públicas para a superação das diferenças regionais", destacou Abrahão. Em relação à educação, alguns objetivos como a redução da razão na inclusão de meninos/meninas no ensino fundamental foi alcançada, porém é preciso elevar o nível do ensino público. "O Brasil se propôs uma meta mais ousada para a inclusão na educação para todos, mas ainda há uma deficiência no processo escolar, onde as falhas são muitas", afirmou o diretor do Ipea.
 
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos em 2000 pela Organização das Nações Unidas e foram assinado por 189 países, entre eles o Brasil, com o compromisso de lutar contra a pobreza, a fome, a desigualdade de gênero, o vírus da Aids, degradação ambiental, entre outros. O quarto relatório dos ODM traz a avaliação de 18 metas monitoradas por 48 indicadores propostos pela ONU e 60 assumidos voluntariamente pelo Brasil.

Íntegra do Relatório dos Objetivos do Milênio

• Iniciativas governamentais

• Veja os gráficos da apresentação dos Objetivos do Milênio

Ipea analisa ações sociais do setor privado

Ipea analisa ações sociais do setor privado

Estudo que avalia a atuação das empresas privadas em áreas sociais será lançado nesta sexta, em congresso no Rio de Janeiro


“Uma novidade na atuação voluntária das empresas é o interesse crescente em conhecer os resultados de seus investimentos sociais. As empresas, especialmente aquelas de grande porte, querem agora avaliar suas ações para apresentarem resultados mais consistentes”. A afirmação é da pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Anna Maria T. Medeiros Peliano, coordenadora do estudo Cultivando os Frutos Sociais: A Importância da Avaliação nas Ações das Empresas, que será lançado nesta sexta-feira, dia 9, às 11h, no Rio de Janeiro (Sheraton Hotel & Resort, Avenida Niemeyer,121, Leblon, Sala Lagoa), durante o 6º Congresso do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), Investimento Social Privado - Visões para 2020.

Em 2002, o Ipea divulgou a primeira Pesquisa Ação Social das Empresas (Pase), que teve como objetivo investigar como se dava o envolvimento das empresas na área social e que volume de recursos investiam. A pesquisa gerou um mapeamento que apontou 59% dos estabelecimentos empresariais do Brasil desenvolvendo atividades sociais e alocando recursos da ordem de R$ 7,8 bilhões.

Entre 2002 e 2006, observou-se no País um crescimento de dez pontos percentuais no número de empresas que desenvolvem algum tipo de ação social: de 59% em 2002 para 69% em 2006. No entanto, segundo Anna Peliano, as empresas começam agora a perceber que a sociedade não se contenta mais em saber dos investimentos realizados. Ela quer saber dos resultados obtidos e da diferença promovida por essa atuação.

“A participação das empresas no campo social assume cada vez mais um caráter público. Aliás, as empresas querem influenciar políticas de governo, querem que suas iniciativas sejam utilizadas como referência e, portanto, precisam analisar e divulgar sua experiência de forma mais consistente e fundamentada”, acrescenta a pesquisadora. Não obstante, os dados do novo estudo apontam que apenas 16% do total de empresas atuantes possuem avaliação documentada das ações sociais desenvolvidas. Na região Sudeste esse percentual é mais alto e atinge o patamar de 25%.

Anna Peliano explora no estudo as razões pelas quais a avaliação pode ser útil para as empresas fazerem correções de rumos: “Elas sofrem menos ingerências e têm mais flexibilidade que os governos para alterar os seus projetos sociais”. Enfatizando que os investimentos sociais privados “nunca devem ser vistos como substitutos das políticas do Estado”, a pesquisadora afirma que a experiência que vem sendo desenvolvida pelas empresas no campo da avaliação social poderá, no futuro, contribuir para o aprimoramento das avaliações das políticas públicas.

Ipea discute relatório dos ODM

Ipea discute relatório dos ODM

Governo mapeia ações que fizeram o País atingir parte dos objetivos antes dos prazos

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta nesta quinta-feira, dia 8, às 15h, em Brasília, uma discussão sobre o dados do quarto relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A elaboração do documento contou com a participação de 20 ministérios sob a coordenação do Ipea e da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, além de contar com supervisão da Casa Civil.

O documento, com texto de apresentação assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi lançado em abril durante a entrega do Prêmio ODM de mobilização social e boas práticas de execução das metas. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU), quando o  Brasil integrou um grupo de 189 países signatários do compromisso de lutar contra a pobreza e a fome, a degradação ambiental, a desigualdade de gênero e o vírus da Aids.

Os países assumiram ainda a meta de melhorar o acesso a educação, saúde e água potável. O relatório traz avaliação de 18 metas, monitoradas por 48 indicadores propostos pela ONU e 60 assumidos voluntariamente pelo Brasil, além do mapeamento das ações de governo que têm impacto sobre os ODM.

Segundo o relatório, a desigualdade entre pobres e ricos vem caindo significativamente no País. Os indicadores mostram que a maior parte da redução da pobreza extrema foi fruto de aumento real da renda, e que ainda existe bastante espaço para combatê-la via redução da desigualdade. "Se o ritmo de redução se mantiver nos próximos anos, a pobreza extrema será erradicada do Brasil por volta de 2013-2014", afirma o documento.

Políticas públicas
O Brasil já alcançou, entre outras metas, a de reduzir à metade a proporção da população sem acesso a água potável em áreas urbanas, com 91,6% da população servida de rede geral em 2008, um aumento de quase 10 pontos percentuais em relação a 1992. Nas áreas rurais, os níveis de cobertura são muito menores, persistindo elevadas desigualdades regionais e socioeconômicas no acesso a esses serviços.

O relatório traz também um CD-ROM com as iniciativas do governo federal que objetivaram ou auxiliaram a obtenção das metas, em áreas como: acesso a alimentação; desenvolvimento agrário; geração de trabalho e renda; criança, adolescente e jovem; idosos e pessoas com deficiência; cidadania e inclusão social; os recursos petrolíferos do pré-sal na redução das desigualdades sociais do país; plano de desenvolvimento da educação; orçamento e financiamento da educação; avaliação e responsabilização; apoio ao aluno e à escola; alfabetização de jovens e adultos; formação de professores e valorização dos profissionais da educação básica; recursos ambientais; água potável e esgotamento sanitário; assentamentos precários, entre outras.

O debate terá cobertura on-line pelos sites www.ipea.gov.br e www.ipea.gov.br. Jornalistas de todo o Brasil podem participar enviando perguntas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Para isso, devem se cadastrar antecipadamente pelo mesmo endereço, enviando nome, veículo de comunicação e telefone. As respostas serão dadas durante a coletiva de forma oral.

Os dados serão apresentados pelo diretor Jorge Abrahão, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, e pela representante das Organização das Nações Unidas (ONU) Marie-Pierre Poirier, no auditório do Instituto (SBS, Quadra 1, Bloco J, Ed. BNDES, subsolo).

• Íntegra do Relatório dos Objetivos do Milênio

• Iniciativas governamentais

• Veja os gráficos da apresentação dos Objetivos do Milênio

Ipea lançou 3ª edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental

Ipea lançou 3ª edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental

Artigos aprofundam o debate sobre temas como políticas públicas, biocombustíveis, e transporte público

Foto: Sidney Murrieta
Liana Carleial, diretora de Estudos Regionais, Urbanos e
Ambientais, durante a apresentação do boletim

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta terça-feira (6), às 15h, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES, auditório do subsolo), a terceira edição de seu Boletim Regional, Urbano e Ambiental.
 
Produzido pela Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur), o boletim contém 14 ensaios que abordam as três grandes áreas dessa diretoria. O editor da publicação, Carlos Wagner, ressalta que o documento, que contou com a participação de professores de universidades convidados, traz uma característica diferente para uma estratégia de desenvolvimento regional na medida em que propõe novas institucionalidades, novos arranjos entre firma e Estado. "O objetivo é a construção de instrumentos que permitam que essa proposta possa ser aplicada", afirmou a diretora da Dirur, Liana Carleial.
 
Liana ressaltou ainda que, apesar de todo esforço regional e do conjunto de políticas públicas, permanecem fortes desigualdades. A região Nordeste tem a mesma participação no PIB brasileiro que tinha 50 anos atrás. "Não basta aumentar a participação das regiões mais empobrecidas no PIB, é fundamental que suas estruturas produtivas se alterem, fiquem mais densas, e impeçam vazamentos de renda que acontecem desde o século passado", defendeu.
 
A terceira edição analisa o desenvolvimento regional, as políticas públicas vinculadas ao desenvolvimento territorial, o pólo industrial de Manaus, além do futuro dos biocombustíveis, e o mercado de carbono. Há uma reflexão sobre o falso dilema entre conservação e desenvolvimento que permeia a discussão sobre a política ambiental e o desenvolvimento do Brasil.
 
O boletim aborda também o fenômeno da fragmentação produtiva, o planejamento de regiões metropolitanas brasileiras, a atual dinâmica territorial do estado de São Paulo e os efeitos da variação da tarifa e da renda da população sobre a demanda de transporte público coletivo urbano no Brasil.
 
Colapso do transporte público
Sobre esse tema, o técnico do Ipea Carlos Henrique de Carvalho verificou que nos últimos 15 anos houve uma tendência forte de aumento real do preço da tarifa de transporte público urbano no Brasil. "Houve um aumento de 70% acima da inflação na tarifa de ônibus, enquanto a renda da população estava em queda. A conjunção desses fatores provocou uma queda de 30% da demanda de transporte público. Essa tendência de crescimento da tarifa continua, porém a demanda se estabilizou em função do aumento de renda que ocorreu a partir de 2003, com a elevação do salário mínimo", disse.
 
Segundo ele, se houver uma queda de renda, o transporte público pode entrar em colapso, porque as tarifas continuam subindo muito acima da inflação, e o que vinha amortecendo esse efeito em termos de mobilidade das pessoas era o aumento de renda. "Não vai ter outra opção senão usar intensivamente o transporte individual, provocando mais poluição, mais acidentes, mais congestionamentos", alertou.

Leia a íntegra do Boletim Regional, Urbano e Ambiental nº 3

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