O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acaba de publicar o Mapa Estratégico para o período de 2024 a 2031. O documento sintetiza os objetivos estratégicos da instituição para os próximos anos, além de adequar a sua missão, visão e valores institucionais, refletindo as atuais necessidades do Estado brasileiro.
O Mapa traz como resultado institucional do Ipea quatro grandes objetivos finalísticos, relacionados à produção de pesquisas, à avaliação de políticas públicas, ao assessoramento ao Estado no planejamento de políticas e à antecipação de oportunidades e desafios para o Estado e a sociedade.
Além disso, para fortalecer a capacidade de alcançar esses objetivos, há 11 objetivos estratégicos relacionados à atuação institucional e a pessoas, tecnologia e recursos. Estes últimos são orientados a transformações internas, que visam a minorar fragilidades e fortalecer as potencialidades da instituição, permitindo que ela cumpra a sua missão institucional e forneça respostas aos anseios da sociedade.
Plano Estratégico
O Mapa Estratégico é uma das etapas da elaboração do Plano Estratégico Institucional do Ipea 2024-2031. O projeto começou em 2023, com início da execução em maio deste ano. Ele já passou pelas fases de construção da cadeia de valor, análise ambiental, definição de missão, visão e valores.
O trabalho está sendo conduzido pela Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico e Articulação Institucional do Ipea (Cgpla), com forte participação da Diretoria Colegiada e com apoio de uma consultoria especializada. Também houve o envolvimento de atores internos e externos, por meio de 22 entrevistas, um webinário para construção da cadeia de valor (60 participantes), duas oficinas de análise ambiental (57 participantes), duas oficinas de definição da identidade estratégica (51 participantes) e um questionário sobre valores pessoais e organizacionais, que contou com 79 respondentes.
Atualmente está sendo elaborado um portfólio de projetos estratégicos e ideias de inovação, alinhados ao novo Mapa Estratégico, além de um painel de indicadores e metas para acompanhamento dos projetos, processos e resultados. A próxima etapa envolve a proposta de uma estrutura de governança, que estabelecerá como serão feitos monitoramento, avaliação e revisão do plano.
Para o coordenador-geral de Planejamento, Helder Ferreira, essas são fases fundamentais para que o plano seja, de fato, um orientador estratégico para a ação institucional e não uma mera formalidade. “A partir dos objetivos, como avançar? Os projetos e as ideias são os instrumentos. E como saber se está, de fato, avançando? Para isso temos os indicadores. E quem vai acompanhar a estratégia? Como vai funcionar? É o que nos dirá a estrutura de governança”, explicou.
Ele destaca uma novidade deste plano em relação ao anterior, que é a inclusão das ideias de inovação no portfólio de projetos estratégicos. “Tem coisa que é uma ideia, mas não um projeto ainda. É relevante, pode se converter em projeto, mas ainda não avançou. E a gente criou a possibilidade de receber e acompanhar essas ideias”, afirmou.
O coordenador também ressalta a importância do planejamento ser algo vivo, que reflita as mudanças de contexto e aquelas pelas quais a instituição passa. “Não pode ser um papel feito em 2024 e que ficou lá estagnado. Vamos monitorar os projetos e abrir momentos para revisão e ajustes”, disse.
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou, nesta terça-feira (26), a Plataforma Economia da Saúde, com o objetivo de melhorar a aplicação do conhecimento em economia da saúde nas decisões no Sistema Único de Saúde (SUS) e incentivar a produção de pesquisas para o setor público. A iniciativa visa promover o acesso universal, igualitário e integral aos serviços de saúde no Brasil, contribuindo para a garantia desse direito fundamental para toda a população. O lançamento ocorreu durante o seminário Diálogos sobre Economia da Saúde: Trajetória e Perspectivas para o Futuro, que integra as comemorações dos 60 anos do Ipea.
Com o campo de estudo em expansão desde a década de 1960, a economia da saúde busca estimar os recursos financeiros, humanos e físicos necessários e otimizar a sua distribuição de forma a garantir à população a melhor assistência possível, considerando as limitações de recursos e meios disponíveis, e tem o Ipea como um de seus principais pilares no país.
“Nosso objetivo é estimular o uso do conhecimento produzido pelo Ipea, que tem tradição no campo, e incentivar que pesquisas sejam feitas para atender as necessidades do SUS”, explica Fabiola Sulpino Vieira, especialista em políticas públicas e gestão governamental no Ipea. Segundo ela, o Instituto teve importante participação para trazer a discussão para o campo público.
A plataforma reúne diversos recursos, como cursos, grupos de pesquisa, publicações e bancos de dados. Também inclui entrevistas com gestores e pesquisadores, além de destacar portais importantes, como o Beneficiômetro da Seguridade Social e o Ipeadata, que oferecem dados essenciais para a análise de políticas públicas em saúde.
O Ipea tem desempenhado um papel fundamental na análise e formulação de políticas de saúde no Brasil, fornecendo evidências e assessoria técnica ao governo. Ao longo dos anos, a instituição tem buscado integrar saúde e desenvolvimento econômico e social, visando o fortalecimento do sistema público de saúde.
“No caso da plataforma, há um resgate fundamental. Ela traz à tona o primeiro texto do Ipea, dos anos 60, que já discutia a questão da saúde e mostrava o esforço, desde aquela época, para construir o Sistema Único de Saúde (SUS), que só seria formalizado na Constituição de 1988”, disse Luciana Servo, presidenta do Ipea. Ela também evidenciou o papel do instituto na formação da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES)”.
A presidenta destacou a importância da economia da saúde para pensar o desenvolvimento do país. “Não é possível pensar em um sistema de saúde sem o Estado. O Estado deve atuar como provedor, prestador de serviços, regulador e organizador do sistema de oferta de serviços à população. Sem a presença do Estado, o que vemos é um crescimento insustentável dos gastos com saúde. Em nenhum outro país do mundo, o Estado fica de fora do sistema de saúde”, apontou.
Os estudos realizados pelo Ipea abrangem temas variados, como financiamento do SUS, gastos em saúde, desigualdades no acesso aos serviços e avaliação de políticas públicas. Essa produção técnico-científica tem sido essencial para compreender e enfrentar os desafios do setor.
“Temos que ampliar os recursos públicos destinados à saúde, mas também temos que usar os recursos disponíveis de forma mais eficiente, fortalecendo o SUS para assegurar melhor atendimento às pessoas”, destaca Vieira.
As pesquisas na área buscam integrar conhecimentos de diferentes disciplinas para aumentar a eficiência e a efetividade na utilização dos recursos de saúde, com foco em alcançar o melhor estado de saúde para a população.
Durante o evento de lançamento, também foi apresentado o texto para discussão que destaca a contribuição do Ipea para o desenvolvimento da economia da saúde no setor público. O texto analisa o processo de institucionalização da área no Brasil e mostra a colaboração do Ipea, que participou da elaboração das contas de saúde brasileiras e no desenvolvimento do Projeto Economia da Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde e o Department for International Development (DFID) do Reino Unido, por exemplo.
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta terça-feira, 26, o livro Tecnologias e preços no mercado de medicamentos. O lançamento se deu durante o seminário “Diálogos sobre economia da saúde: trajetória e perspectivas para o futuro”, realizado em Brasília como parte das comemorações dos 60 anos do Ipea.
A publicação analisa os mercados de medicamentos e vacinas no Brasil, bem como a relevância das compras públicas nesses mercados. Também aborda o efeito de fatores como regulação, concorrência e adoção de novas tecnologias sobre os preços dos medicamentos.
“É um livro de altíssima qualidade que mostra possibilidades e oportunidades para o desenvolvimento do país”, destacou Luciana Servo, presidenta do Ipea. “O Estado tem papel central na inovação e no investimento em tecnologias”.
“Tratamos de alguns aspectos fundamentais para a compreensão do mercado de medicamentos, entre eles as novas tecnologias e sua incorporação aos sistemas de saúde, os fatores que afetam os preços dos medicamentos e como eles são regulados no Brasil e no mundo”, destaca Fernanda De Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea e uma das organizadoras da obra
A análise dos mercados farmacêuticos e biofarmacêuticos, a avaliação das aquisições públicas e as experiências internacionais de precificação são elementos essenciais para identificar oportunidades de aprimoramento das políticas de saúde. Nesse sentido, o livro ressalta o crescimento dos medicamentos biológicos, cujo faturamento no mercado brasileiro passou de R$ 8,3 bilhões para R$ 21,8 bilhões em 5 anos.
O livro traz ainda um mapeamento amplo e inédito das compras de medicamentos pelo governo federal ao longo de mais de 20 anos, evidenciando o crescimento desses gastos — que chegaram a mais de R$ 25 bilhões em 2021 — e a ampliação da participação dos biológicos e da judicialização.
Os efeitos da competição sobre os preços de medicamentos também são abordados em capítulos específicos. Um dos capítulos mostra, por exemplo, que a entrada de genéricos no mercado pode levar a uma redução de até 73,3% nos preços dos medicamentos. Esse impacto é mediado por outros fatores, tais como a competição prévia existente em cada mercado, o número de genéricos e o tempo a partir da entrada desses produtos.
Embora a inovação desempenhe papel fundamental na oferta de tratamentos mais eficazes, as novas tecnologias também podem contribuir para o aumento dos gastos saúde, fenômeno que vem ocorrendo no mundo todo e que também é fruto do envelhecimento populacional.
Um dos capítulos revisa as recomendações da Organização Mundial da Saúde para a precificação de medicamentos, comparando essas recomendações com as práticas adotadas pelo Brasil. A OMS destaca que, no setor de medicamentos, preço justo não é necessariamente o mais baixo, mas aquele que estimula a inovação e, ao mesmo tempo, permite o acesso da população a novas tecnologias e tratamentos.
Combinar essa equação tem sido um desafio no mundo todo. Por essa razão, a obra explora casos concretos de políticas de regulação de preços em diferentes países, bem como as melhores práticas adotadas para a avaliação e incorporação de novas tecnologias aos sistemas de saúde. Essas comparações internacionais permitem extrair lições valiosas para a melhoria das políticas de regulação de preços e de avaliação de tecnologias em saúde no Brasil.
“A ideia é contribuir na melhoria das políticas públicas brasileiras para o setor farmacêutico, entre elas a política de regulação de preços e de incorporação de novas tecnologias“, diz Graziela Zucoloto, uma das organizadoras da obra.
Acesse o livro Tecnologias e Preços no Mercado de Medicamentos
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Está aberto, até 28 de fevereiro de 2025, o prazo de submissão de artigos científicos para a edição número 40 do Boletim de Economia e Política Internacional (Bepi), publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esta edição especial será dedicada ao tema “Efeitos da ascensão econômica da China sobre outros países e regiões do mundo”. O lançamento está previsto para junho de 2025.
O crescimento econômico acelerado da China e sua integração ao cenário global têm gerado profundas transformações nas relações econômicas e políticas internacionais. Este fenômeno, conhecido como “efeitos-China”, impacta diretamente o comércio global, as cadeias globais de valor, a transição energética e até mesmo a governança global.
A nova edição do Bepi busca fomentar um debate qualificado sobre esses desdobramentos, considerando temas como: os impactos da China sobre a divisão internacional do trabalho; a ascensão de empresas chinesas como líderes tecnológicas; os efeitos da transição energética e do domínio em tecnologias verdes; mudanças na governança global e nas dinâmicas de poder internacional; e padrões de comércio, investimentos e integração produtiva em países específicos.
Esta edição especial convida a comunidade acadêmica a explorar não apenas os desdobramentos econômicos e políticos, mas também os reflexos sociais e ambientais do crescimento chinês. “Entender o impacto da ascensão chinesa é essencial para compreender as dinâmicas contemporâneas do poder global e seus reflexos para os países em desenvolvimento,” destacou a equipe editorial do boletim.
Os artigos podem ser enviados em português ou inglês para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até 28 de fevereiro de 2025. A publicação aceita manuscritos com até 15 mil palavras, acompanhados de resumo e abstract de até 200 palavras e palavras-chave.
Para mais informações sobre diretrizes e o processo de submissão, acesse a página oficial do Boletim de Economia e Política Internacional.
Boletim de Economia e Política Internacional
Criado pelo Ipea, o Bepi é uma publicação temática e multidisciplinar, voltada à análise de fenômenos contemporâneos que conectam economia e política globais. Publicado quadrimestralmente, o periódico é referência para pesquisadores e formuladores de políticas públicas, oferecendo uma plataforma para estudos e análises que contribuam para o entendimento de questões globais com impacto no Brasil e no mundo.
Além de explorar os impactos da ascensão econômica da China, o Bepi já abordou temas como relações internacionais de entes subnacionais, comércio global e transição energética, reforçando seu compromisso com debates essenciais para o desenvolvimento.
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou, nesta quinta (21), uma nova curadoria na plataforma Inclua, que reúne recursos pró-equidade em políticas públicas. A contribuição é de Arilson dos Santos Gomes, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
O pesquisador abordou o papel dos movimentos sociais na luta por direitos e inclusão, destacando que esses movimentos coletivos surgem como respostas às exclusões sociais e buscam melhorar diversas esferas da realidade, tanto material quanto simbólica.
Ele destacou que, no contexto do movimento negro, por exemplo, há uma constante tensão com as estruturas do Estado, visando garantir que demandas específicas sejam atendidas e que a população alcance um patamar de cidadania plena.
Gomes ressaltou, ainda, o protagonismo de grupos marginalizados nesses movimentos. “Os movimentos sociais são provocadores de melhorias. O protagonismo desses movimentos passa pelas participações de mulheres, indígenas, quilombolas, LGBTs”, defendeu.
Recursos sugeridos
Para a plataforma, Arilson Gomes sugeriu a inclusão de uma série de materiais que reforçam o protagonismo de grupos marginalizados, começando pelo trailer do documentário Ôrí (1989), de Raquel Gerber, que retrata os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988. “O filme transita em espaços territoriais distintos, temporalidades distintas, para afirmar o corpo, a presença e a cultura negra”, explica. “A presença negra humaniza todos nós, faz com que a gente tenha a dimensão de um quilombo.”
Esse protagonismo negro está em dois outros recursos sugeridos: a Lei 7.668/88, que criou a Fundação Cultural Palmares, e uma reportagem intitulada O que muda no Brasil com o reconhecimento da constitucionalidade das cotas.
Ele também sugeriu a inserção do potente discurso que o líder indígena Ailton Krenak fez durante a Assembleia Constituinte, em 1987. “Pela sua presença no Parlamento como representante dos coletivos indígenas, colocando que o respeito à cultura indígena é contra todos os mecanismos de exploração do meio ambiente. A presença desses povos protege a terra.”
Por fim, Gomes pediu a inclusão do Decreto 6.040/2007, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, os artigos 5º e 215 da Constituição Federal e a Lei Complementar 195/2022, a Lei Paulo Gustavo, que destinou quase R$ 4 bilhões para projetos culturais.
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Foto: Helio Montferre/Ipea
Desenvolvimento social com inclusão e garantia de direitos; modo de produção eficiente, ambientalmente sustentável e inclusivo; defesa da democracia e reconstrução do Estado e da soberania; desenvolvimento regional no contexto de mudanças estruturais ambientalmente sustentáveis. De acordo com a presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, esses são os quatro eixos do acordo de cooperação técnica firmado neste ano entre o Ipea e a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), dando continuidade a uma parceria que já dura 50 anos.
Para celebrar a cooperação histórica, foi promovido, nesta quinta-feira (21), um seminário comemorativo que discutiu os principais marcos da colaboração e os caminhos futuros. O evento ocorreu no auditório do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), com transmissão ao vivo pelo canal do Ipea no YouTube. Além da presidenta do Ipea, participaram também do evento o secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, e o secretário executivo da Cepal, José Manuel Salazar Xirinachs.
Luciana ressaltou que a história da Cepal no Brasil se confunde com a história de construção do Ipea, cuja missão inicial relacionava-se diretamente com o que se entendia como desenvolvimento, com foco econômico. Agora, é preciso pensar em oportunidades de cooperação em um contexto de profundas transformações, olhando de forma ampla e integrada para os processos de transição demográfica, digital e ecológica. “Como juntá-las em um modelo de desenvolvimento que seja efetivamente inclusivo e sustentável?”, provocou.
O secretário executivo da Cepal afirmou que, ao longo dessas cinco décadas, a cooperação entre as duas instituições foi essencial. “Tivemos uma infinidade de publicações, eventos e recomendações para o Brasil e para a América Latina. E é fundamental que sigamos colaborando”, comentou Xirinachs, destacando ainda que o momento indica novos desafios para a região, num contexto de muita rivalidade entre países.
Para apoiar os governos da América Latina na superação desses desafios, o secretário executivo anunciou um acordo firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a criação de uma escola de governo focada em políticas de desenvolvimento. Ele reiterou que não basta promover qualquer tipo de crescimento, mas aquele que gere desenvolvimento produtivo, inclusivo e sustentável.
João Villaverde ressaltou o papel do Ipea e da Cepal para influenciar e aprimorar as políticas públicas. “A reconstrução do MPO é muito simbólica, traz o planejamento, o orçamento, a avaliação de políticas públicas, o relacionamento com organizações internacionais, a integração sul-americana. Traz vida, diálogo com o Ipea e diálogo com Cepal. E, com mais diálogo, sempre alcançamos mais”, afirmou.
Programação
O primeiro painel do evento discutiu a formação do pensamento econômico no Brasil e na América Latina e os principais marcos da cooperação Ipea-Cepal nos últimos 50 anos. “Para sairmos de uma vez por todas desse pacto com o subdesenvolvimento, é preciso ter coragem de colocar a inclusão socioambiental no centro da estratégia de desenvolvimento produtivo”, afirmou a assessora do BNDES, Marília Marcato. Ela ressaltou que esse é um desafio grande, não apenas pela disputa política em torno da pauta, mas também pela necessidade de capacitar a burocracia e orientar a arquitetura estatal para esse sentido, razão pela qual o BNDES firmou o acordo com a Cepal para a formação da Escola de Desenvolvimento, voltada a capacitar servidores públicos em temas estruturantes e tópicos instrumentais.
No segundo painel, o tema abordou as oportunidades e desafios para o crescimento inclusivo e sustentável no século XXI. Camila Gramkow, diretora do Escritório da Cepal no Brasil, apresentou a abordagem do Big Push para a sustentabilidade, voltada à transformação estrutural de modelos de desenvolvimento, vendo a política climática não como obstáculo, mas como direcionador do crescimento econômico.
Ela apontou a área estratégica de indústria e desenvolvimento produtivo como um diferencial desta abordagem, para evitar que todo o investimento seja feito a partir de importações. “Não quero diminuir a urgência inquestionável da descarbonização, mas se não dermos atenção especial à origem geográfica e às oportunidades de empreendimentos e cadeias de valor que podem ser geradas a partir dos investimentos verdes, vamos perder a oportunidade de fazer grande big push de investimentos sustentáveis, olhando também para as outras dimensões”, explicou.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, ressaltou que a transformação ecológica é a oportunidade que o Brasil e a América Latina têm de retomar uma estratégia de desenvolvimento. “Dentro da 4ª Revolução Industrial, existe forte componente de sustentabilidade, de energia limpa, combustíveis alternativos, produção com baixa intensidade de carbono. Pela primeira vez, em 40 anos, estamos bem posicionados”, defendeu.
O desenvolvimento produtivo digital e sustentável foi abordado no terceiro painel e, para finalizar o seminário, dois temas atuais e relevantes: os desafios para a democracia e coesão social na América Latina e as oportunidades do envelhecimento populacional, no contexto da Economia Prateada.
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Dando continuidade ao debate sobre a ampliação das políticas públicas relacionadas aos Fundos Constitucionais para a divisão dos Créditos e Produção Agrícola, a Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur/Ipea) realizou, na última terça-feira, 19, o Seminário “Crédito e Produção Agrícola – Análise Espacial nas Regiões de Operação dos Fundos Constitucionais – 2016-2019”.
Segundo o coordenador dos Seminários da Dirur, João Carlos Ramos Magalhães, o grupo busca soluções para melhorar a eficiência e a equidade na distribuição dos recursos dos Fundos Constitucionais, já que o setor rural foi o maior receptor do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) no ano anterior.
“Queremos interpretar padrões geográficos da produção agrícola e do recebimento de créditos, identificando relações espaciais e garantindo que os recursos cheguem a quem mais necessita. Também consideramos a demanda diferenciada entre quem pode mais e quem busca mais recursos”, justifica Magalhães.
“Os recursos para crédito no semiárido são desafiadores porque a atividade econômica dos municípios depende do desempenho econômico de outras regiões. A maior parte dos municípios, especialmente aqueles com até 5 mil habitantes, depende de transferências intergovernamentais da União, e a agricultura de subsistência é prevalente,” explica Luís Abel da Silva Filho, professor do Departamento de Economia da Universidade Regional do Cariri (URCA) e bolsista da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur/Ipea).
Segundo Luís Abel, esses municípios enfrentam limitações para obter recursos devido à necessidade de tecnologias avançadas e conhecimento técnico elevado. “Embora a região tenha destaque na concessão de crédito para serviços, na agricultura, muitos municípios do Vale do São Francisco, por exemplo, têm potencial, mas recebem baixos recursos via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Isso impacta o produto agrícola local, mas não gera uma arrecadação significativa para o PIB local,” comenta Abel.
Estudos utilizando métodos de análise espacial indicam que é crucial entender como os recursos dos Fundos Constitucionais são distribuídos e como podem ser alocados de forma mais eficiente para atender as demandas de regiões menos favorecidas. Esses fundos têm um impacto positivo, embora pequeno, sobre o valor bruto da produção agrícola e o PIB das regiões que os recebem, devido à menor interação na cadeia produtiva e à falta de infraestrutura tecnológica em municípios menores.
“A injeção de renda em pequenos municípios pode elevar o PIB local, mas não necessariamente gera empregos ou outros efeitos significativos. É preciso identificar se os Fundos Constitucionais promovem concentração de recursos em determinados municípios e se afetam positivamente as regiões vizinhas,” explica Abel.
A Lei nº 7.827 institui que os Fundos Constitucionais são compostos por repasses anuais de 3% do Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Assim, os fundos são recolhidos por aplicações e receitas oriundas de contribuições de entidades públicas e privadas. Dessa arrecadação, 1,8% são destinados ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), 0,6% ao Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), e 0,6% ao Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
Segundo Luís Abel, os resultados mostraram uma concentração significativa de produção agrícola e crédito em determinadas regiões, como o Centro-Oeste e a área do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
O grupo de trabalho busca analisar dados do Relatório de monitoramento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), a pedido do Ministério da Integração (MIDR) e do Desenvolvimento Regional para melhor aproveitamento de recursos.
Trata-se da continuação dos debates iniciados em junho passado, com a presença de Luís Abel da Silva Filho, professor do Departamento de Economia da Universidade Regional do Cariri (URCA); bolsista da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur/Ipea); Carlos Roberto Azzoni, professor titular do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP); Bruno de Oliveira Cruz, técnico de planejamento e pesquisa da Dirur/Ipea; Gustavo Henrique Leite de Castro, pesquisador do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) terá um papel importante na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada na segunda-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura da cúpula do G20. Além de fazer parte da contribuição do Brasil no pilar de conhecimento, o Ipea sediará a representação do mecanismo de apoio da Aliança dedicada a esse pilar, enquanto o escritório principal do mecanismo de apoio (secretariado) da Aliança ficará na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization), em Roma.
A Aliança tem como objetivo acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à erradicação da fome e da pobreza, e já conta com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.
“As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”, disse o presidente Lula durante seu discurso. “O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza”. Lula lamentou que 733 milhões de pessoas passem fome, segundo os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e afirmou que o Brasil sairá novamente do Mapa da Fome até 2026.
O Ipea poderá apoiar os membros da Aliança no compartilhamento de conhecimento para a implementação, melhoria ou ampliação de diversos instrumentos de políticas públicas, como proteção social, especialmente no apoio a crianças e suas famílias, programas de alimentação escolar, acesso a serviços básicos e transferências monetárias condicionadas (programas como o Bolsa Família).
“Nós vamos hospedar o Hub dedicado ao Pilar do Conhecimento, que é a troca de experiências entre os países. E o Ipea está bem posicionado para fazer isso”, destaca Fabio Veras Soares, diretor de Estudos Internacionais do Ipea. Não é só com o conhecimento sobre os programas brasileiros que a gente tem condições de cooperar. A gente acumulou bastante conhecimento sobre os programas desenvolvidos no mundo, trabalhando por meio de cooperação com o Unicef, com a OIT e com a própria FAO”, acrescenta.
O Centro Internacional de Políticas para o Desenvolvimento Inclusivo (IPCid), sediado no Ipea, desempenha um papel fundamental no compartilhamento de conhecimento sobre políticas públicas entre o Brasil e países parceiros. O centro, junto com a plataforma www.socialprotection.org, hospedada na Diretoria de Estudos Internacionais, e fruto de uma parceria com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Social das Nações Unidas, também terá participação ativa nas atividades da Aliança.
Atualmente, pesquisadores do Ipea contribuem para o desenvolvimento da wiki destinada ao trabalho colaborativo, permitindo a construção coletiva da cesta de instrumentos de políticas que serão apoiados pela Aliança, conforme a demanda dos governos nacionais. O Ipea é responsável pela curadoria das submissões de instrumentos de política. Essa cesta oferece um menu de programas e instrumentos políticos, rigorosamente avaliados, que podem ser adaptados a contextos nacionais ou subnacionais específicos. O objetivo é assegurar que os investimentos sejam direcionados para iniciativas de alto impacto.
“É uma missão que a gente precisa ter”, diz Veras. “A questão é mobilizar os recursos, a vontade política e a capacidade técnica de desenvolver programas que sejam capazes de reduzir a pobreza e a fome”.
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Foto: CGCOM Ipea/Rio
A edição número 34 da Revista Tempo do Mundo (RTM), publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reúne 16 artigos que analisam a atuação do Brasil e de outros países no G20, o principal fórum de cooperação internacional para comércio, investimento produtivo e financiamento ao desenvolvimento sustentável. Essa edição especial foi lançada durante o Seminário Internacional Revista Tempo do Mundo: Desafios e Oportunidades para a Presidência Pro Tempore Brasileira no G20, realizado na semana que antecedente à Cúpula do agrupamento, no Rio de Janeiro.
Walter Desiderá, coeditor da revista, ressaltou que o G20, tema central da edição publicada no ano em que o Ipea celebra 60 anos, tem 15 anos de existência — mesma idade da Revista Tempo do Mundo e da Diretoria de Estudos Internacionais. “O Ipea se estabeleceu como uma instituição de referência, influenciando não apenas o plano econômico doméstico, mas também o engajamento do Brasil no cenário mundial, muito em razão da criação da diretoria internacional. Tanto a área de pesquisa como o próprio G20 tiveram sua origem impulsionada pela crise financeira de 2008”, disse.
Diego Azzi, coordenador de projetos do Ministério da Fazenda que acompanhou a Trilha de Finanças do G20, e Giorgio Romano Schutte, professor da Universidade Federal do ABC, assinam o primeiro artigo da edição, no qual analisam os desafios enfrentados pelo G20 diante das tendências de desglobalização, tensões geopolíticas e fragmentação geoeconômica recentes. O texto ressalta que, embora esse contexto imponha restrições à cooperação internacional, também oferece oportunidades renovadas para a atuação do Brasil no fórum.
“O país pode ser ator importante na condução do G20 em meio aos desafios contemporâneos, sobretudo se for capaz de contribuir para a redução dos riscos globais e para a potencialização da distribuição dos benefícios. A mudança do clima, a transformação digital do mundo do trabalho, o combate à fome e à pobreza, assim como a promoção de fortes políticas públicas de proteção social, requerem esforços globais coordenados que, no contexto atual, apenas poucos países com perfil semelhante ao do Brasil podem buscar impulsionar”, afirmam os autores.
A presidência brasileira no G20 ocorre em um período marcado por sucessivas presidências de países do Sul Global: precedida pela Indonésia e pela Índia, e seguida pela África do Sul. “O troika [presidências atual, anterior e seguinte - Índia, Brasil e África do Sul] do G20 é importante para o Sul Global e para que os países em desenvolvimento tenham que lidar com problemas que são diferentes dos demais, mas também para estabelecer um diálogo global entre o norte e o sul”, reforça a presidenta do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo durante o lançamento da edição. As oportunidades e os desafios que esse momento oferece à continuidade de uma agenda de reformas é abordada em um artigo dos pesquisadores Mikatekiso Kubayi, Ashraf Patel e Philani Mthemb
“Temos três presidências sucessivas do G20 ocupadas por países do Brics. Esta é uma oportunidade tremenda para que a agenda do Sul e as visões do Sul sejam apresentadas em uma agenda política internacional que historicamente e tradicionalmente tem sido dominada pelo Norte”, disse André de Mello e Souza, coordenador do Centro de Políticas Internacionais para o Desenvolvimento Inclusivo do Ipea.
Ana Elisa Saggioro Garcia, professora adjunta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), comentou: “O trabalho essencial é ter materiais acessíveis sobre o G20, no início do processo ou, como estamos agora, no momento das avaliações, com lições aprendidas, sobre o que poderia ter sido feito de forma diferente, o que foi bom. Isso é realmente fundamental. E, eu acho que este volume dialoga com essa perspectiva”.
“Esse tipo de iniciativa nos permite capturar nossa narrativa e nossas histórias (...) E acredito que, por muito tempo, não conseguimos capturar ou não tivemos tanto destaque em registrar nossas narrativas. Um volume como este cria essa oportunidade”, ponderou Elizabeth Sidiropoulos, diretora Executiva do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais (SAIIA).
Sachin Chatuverdi, diretor-geral do Sistema de Pesquisa e Informação para Países em Desenvolvimento da Índia (RIS), acrescentou: “Dois artigos muito interessantes neste volume se referem à bioeconomia e ao uso do 5G, ao acesso a novas tecnologias. Abordam como a experiência do Brasil no desenvolvimento do 5G está se desenrolando, e como o Brasil está pensando em termos de bioeconomia”.
Os autores destacam que as presidências do G20 nem sempre trouxeram melhorias para os países do Sul Global, e que este é um momento oportuno para tratar de temas de interesse desses países, como as reformas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da arquitetura financeira global.
Para quem deseja conhecer mais sobre a história, estrutura e funcionamento do G20, o artigo de Vera Thorstensen e Fábio Thomazella examina a evolução do grupo desde sua origem, abordando os processos de formação da agenda, negociações e resultados do fórum.
A nova edição também inclui um estudo sobre as disputas entre Estados Unidos e China em torno da tecnologia 5G e as respostas estratégicas do Brasil. O artigo revela que a política externa brasileira adota uma abordagem pragmática, conciliando os padrões de segurança cibernética dos EUA com o objetivo de atrair investimentos chineses para aprimorar sua infraestrutura digital. O estudo é liderado por Liu Jia, da Universidade de Negócios e Economia Internacionais (UIBE, China), que recentemente firmou um Memorando de Entendimento com o Ipea.
Na mesa de abertura do evento de lançamento, estiveram presentes a presidenta do Ipea, Luciana Servo, o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, Antonio Freitas, e o coeditor da Revista Tempo do Mundo, Walter Desiderá. Em seguida, especialistas brasileiros, indianos e sul-africanos, muitos deles autores de artigos desta edição, participaram de um debate conduzido por Ana Elisa Saggioro Garcia, professora da UFRRJ e pesquisadora do BRICS Policy Center.
Revista Tempo do Mundo
Criada em 2009, a Tempo do Mundo é um periódico científico arbitrado, indexado, de difusão e circulação nacional e internacional. A revista é publicada quadrimestralmente, com seus artigos no idioma original (inglês, português ou espanhol), que busca promover debates sobre temas contemporâneos. Seu campo de atuação é o da economia e política internacionais, com abordagens multidisciplinares sobre as dimensões essenciais do desenvolvimento, incluindo as econômicas, políticas, sociais e relativas à sustentabilidade.
A ‘Tempo do Mundo’ recebe permanentemente, em fluxo contínuo, manuscritos sobre temas contemporâneos nas áreas de relações internacionais, economia internacional, desenvolvimento e sustentabilidade, visando à pluralidade tanto nas abordagens como nas metodologias científicas.
Para mais informações, acesse a página da Revista Tempo do Mundo (RTM)
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Foto: Helio Montferre/Ipea
O Beneficiômetro da Seguridade Social, plataforma desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, completa um ano de existência neste mês de novembro. Por essa razão, pesquisadores e gestores da área se reuniram, nesta quarta-feira (13), para discutir resultados e melhorias na plataforma. O Beneficiômetro é um instrumento de acompanhamento dos benefícios garantidos pelo Estado na área de seguridade social no Brasil.
Além de acompanhamento dos resultados alcançados pela plataforma, o seminário, organizado pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc), foi um momento importante de debates sobre as novidades incorporadas ao portal, algumas das quais surgiram de debates realizados no evento anterior.
Fabíola Sulpino Vieira, especialista em políticas públicas e gestão governamental no Ipea, destacou a importância do encontro para discutir o avanço e aprimoramento do Portal do Beneficiômetro. Segundo ela, a plataforma é essencial para mostrar como o Estado entrega benefícios à sociedade, que contribui com tributos, e para ampliar a visibilidade da seguridade social, muitas vezes vista apenas sob a ótica orçamentária.
“O diferencial do Portal do Beneficiômetro também está na sua capacidade de atender a diferentes públicos com ferramentas úteis e acessíveis”, destacou Fábio Monteiro Vaz, coordenador de Previdência Social no Ipea.
Para pesquisadores e estudantes, a plataforma oferece análises detalhadas e séries de dados para download. Já para gestores e técnicos, são disponibilizados indicadores calculados a partir de metodologias robustas, visando apoiar a tomada de decisões e o monitoramento das políticas públicas. Para representantes da sociedade civil, o portal se apresenta como uma ferramenta de transparência, permitindo o acompanhamento da evolução dos benefícios e seu alcance na população.
“Quando falamos de seguridade social, estamos falando sobre toda a população”, argumentou Claudia Curralero, especialista em políticas públicas e gestão governamental na Ipea. “Entendo como um instrumento de comunicação para mostrar todos os benefícios que são retornados à população”, completou.
Ela enfatizou que, embora a rede de assistência social seja ampla e atenda a diversas vulnerabilidades, muitas vezes a população não compreende completamente como ela funciona. O objetivo da plataforma, portanto, é dar nome a esses serviços, estruturar as ofertas e garantir que a assistência social atenda adequadamente às demandas de violações de direitos e contribua para a construção da autonomia das pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade.
Na área de previdência, por exemplo, o Beneficiômetro tem papel importante na organização e acessibilidade dos dados, reunindo 25 indicadores distribuídos em 53 séries de dados. Fábio Monteiro Vaz apontou uma tendência preocupante de aumento da desproteção social, evidenciada pelos dados, e ressaltou os impactos positivos dos benefícios previdenciários e assistenciais na redução da pobreza: sem esses benefícios, a taxa de pobreza no Brasil seria de 42,8%, ao invés dos 28,7% observados em 2022.
Fabíola Vieira também mencionou a proposta de novos indicadores para aprimorar o monitoramento da saúde pública no Brasil. Um deles, em discussão com a coordenação da Anvisa, visa medir o número de intervenções de prevenção à saúde da população, realizadas por meio da emissão de Certificados de Boas Práticas. Outro indicador proposto trata das ações de proteção à saúde contra danos causados pela exposição ou consumo de produtos irregulares.
Segundo Vieira, os indicadores do Beneficiômetro oferecem um retrato detalhado do SUS, evidenciando seu papel fundamental no acesso da população a serviços de saúde e ajudando a identificar áreas que precisam de ampliação e priorização na oferta de serviços. "É um instrumento de grande importância para a gestão das políticas públicas de saúde", concluiu.
Beneficiômetro
O Beneficiômetro da Seguridade Social é um instrumento sobre os benefícios garantidos pelo Estado na área da seguridade social no Brasil, que se materializa como um painel de indicadores sobre as ofertas das políticas de Assistência Social, Previdência Social e Saúde.
A ferramenta busca ampliar e qualificar a visão sobre a seguridade social e seus benefícios, conjugando em um só painel tanto benefícios monetários quanto não monetários; listar e quantificar os benefícios existentes, aprimorando a identificação e mensuração dos públicos beneficiários e das modalidades de ofertas; e qualificar o acompanhamento e análise das políticas públicas da área por meio da produção e disponibilização periódica de indicadores que podem servir como um sistema de monitoramento e alerta de situações que afetem o sistema de proteção social e a situação social do país em sentido amplo.
O desenvolvimento do Beneficiômetro está a cargo das equipes de Assistência Social, de Previdência Social e de Saúde da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, que selecionaram e calcularam os indicadores disponibilizados.
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