Inflação de abril recua na comparação com março
Conjuntura em Foco, apresentado no Rio de Janeiro, traz dados da política monetária e evolução dos preços
“O processo de aceleração inflacionária brasileira não tem combustível para se transformar em descontrole, ou bolha, ou hiperinflação”, afirma Roberto Messenberg, Coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea, responsável pela edição do boletim Conjuntura em Foco, apresentado à imprensa nesta quarta-feira, 18, no auditório do Ipea no Rio de Janeiro. A publicação analisa a política monetária e a evolução da inflação no Brasil.
Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – um dos dados que registra o processo inflacionário – tenha apontado alta de 0,77% em abril, ele recuou ligeiramente em relação a março (0,79%). Segundo Messenberg, a inflação no Brasil está controlada, embora existam “manifestações histéricas dos sistemas financeiros” para combater a política do Banco Central, que ele avalia como excelente. “Estamos próximos de manter as taxas de investimento e desenvolvimento sustentável estáveis e equilibradas. E, com isso, cairá a taxa de inflação”, afirmou. Ele mostrou alguns números que melhoraram em relação ao ano passado, devido a medidas tomadas pelo Banco Central desde o final de 2010, como a elevação de compulsório sobre a concessão de crédito e a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O boletim ressalta que há limites para a eficácia das medidas de contenção ao crédito, principalmente devido ao investimento estrangeiro direto, que praticamente dobrou no acumulado do ano na comparação entre 2009 e 2010, enquanto o investimento estrangeiro em carteira cresceu cerca de 50%. Em 2011, o ingresso de recursos na conta financeira foi bastante expressivo no primeiro trimestre, superior a US$ 30 bilhões.
Outro dado analisado pelo Conjuntura em Foco foi o preço dos alimentos, que caiu nos últimos meses e apresenta perspectiva de queda, repercutindo uma redução de preços que já se verifica no atacado. Entretanto, os serviços são os itens que mais apresentaram inflação, como educação e saúde.
A inflação ao consumidor pelo IPCA registrou aumento de 3,23% no acumulado do ano até abril de 2011. No primeiro quadrimestre deste ano, as principais pressões vieram dos bens monitorados pelo governo (principalmente combustíveis), com alta de 3,80%, e dos serviços privados não regulados (como educação), com alta de 4,60%. Questionado sobre essa existência de processo inflacionário, Messenberg informou que a inflação é um sintoma internacional neste momento e que não pode existir uma meta de inflação da agenda antiga, pois hoje existem outras preocupações. E o que era preocupação antes não é mais hoje – como o caso dos debates sobre a dívida pública, atualmente controlada.
Já o mercado de trabalho se mantém aquecido tanto em termos de emprego como com relação aos rendimentos médios reais, que acumulam alta de 4,3%. Enquanto isso, o saldo mensal da balança de comércio elevou-se para US$ 1,86 bilhão, ante US$ 1,55 bilhão registrado em março. Em relação a abril de 2010, o saldo comercial apresentou expansão de 45,2%. O nível de atividade da indústria cresceu. Os principais destaques foram os equipamentos de materiais para escritório, informática e comunicação, móveis e eletrodomésticos, livros, jornais, revistas e papelaria.
Ipea promove debate sobre pobreza extrema no Brasil
Primeiro da série de seminários será em Brasília, com a participação de representantes do GDF e da Codeplan
Um dos principais realizadores de estudos sobre o enfrentamento da pobreza no país, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) inicia uma série de seminários, em diferentes capitais brasileiras, sobre o tema A dimensão e a medida da pobreza extrema no Brasil. A intenção é reunir representantes do Ipea, do governo federal e de institutos de pesquisa estaduais para discutir o tema, obtendo-se, assim, um perfil local do combate à miséria.
O primeiro seminário da série será realizado em Brasília, na próxima sexta-feira, dia 20, no auditório do Ipea (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES, subsolo). Após o credenciamento, que terá início às 8h, Marcio Pochmann, presidente do Ipea, Arlete Sampaio, secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal, e Oswaldo Russo de Azevedo, diretor de Estudos e Políticas Sociais da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), vão compor a mesa de abertura.
Em seguida, o Instituto fará uma apresentação inédita sobre o tema, e Jorge Abrahão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, se juntará a Arlete Sampaio e Oswaldo Russo para o painel de debates. A moderação ficará a cargo de Luciana Acioly, chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea.
Para confirmar sua presença, envie mensagem para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Mais informações: (61) 3315-5108. Na próxima semana, o evento chegará ao Rio Grande do Sul, em parceria com a Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Ipea lançará chamada pública de apoio a periódicos
Instituto incentivará a publicação de revistas cientificas na área de Humanas. Edital deve ser divulgado em breve
Sidney Murrieta |
![]() |
Ipea reúne-se com instituições de pós-graduação para definir os critérios da chamada pública |
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vai apoiar a publicação de periódicos científicos brasileiros referentes à área de Ciências Humanas, consolidados e emergentes, a fim de que alcancem excelência nacional e internacional. É a primeira vez que o Instituto irá lançar uma Chamada Pública com esse objetivo, no âmbito do Subprograma de Apoio a Projetos Especiais (PROESP).
Para tanto, o chefe da Assessoria de Planejamento do Ipea, Aristides Monteiro Neto, reuniu-se nesta segunda-feira, dia 16, com vários representantes de instituições brasileiras de pós-graduação – Anpocs, Anped, Anpec, Conpedi, Aba, ABEPSS, SBS, ABCP, Anpur, Abri, Anpuh e Intercom – para definir a forma e os critérios de seleção do edital de incentivo às publicações acadêmicas. Em breve, a chamada pública será divulgada e estará disponível no Portal do Instituto.
Ipea divulga a terceira edição do Conjuntura em Foco
Documento que será lançado no próximo dia 18 traz análise temática focada em inflação e política monetária
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgará a terceira edição de 2011 do boletim Conjuntura em Foco na quarta-feira, 18, às 11h. A coletiva de imprensa será na Avenida Presidente Antonio Carlos, 51, auditório do 10º andar, Centro, no Rio de Janeiro.
O coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea (GAP), Roberto Messenberg, apresentará o estudo, que foca principalmente na inflação e na política monetária, temas que têm pautado as discussões e análises recentes sobre o cenário econômico.
A publicação traz ainda diversos números da conjuntura, como Produto Interno Bruto (PIB), desempenho do setor industrial, setores com mais destaque, emprego, balanço de pagamentos, balança comercial, juros, crédito, mercado financeiro, receitas federais e despesas.
O boletim Conjuntura em Foco é uma publicação mensal realizada pelo Grupo de Análise e Previsões da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), que faz análise pontual de temas relevantes da macroeconomia.
Comunicado detalha demografia racial no Brasil
Negros serem maioria na população, e jovens estão mais presentes nas estatísticas de morte por agressão
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou na tarde desta quinta-feira, dia 12, em Brasília, o Comunicado nº 91 – Dinâmica Demográfica das População Negra Brasileira. Apresentado pela técnica de planejamento e pesquisa Ana Amélia Camarano e pelo secretário-executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Mário Lisboa Theodoro, o estudo faz um comparativo do comportamento demográfico das populações negra e branca.
O estudo comprova que em 2010 a população negra superou a de brancos, que negros morrem cedo – na faixa de 15 a 29 anos de idade, a diferença é mais nítida –, e que isso, antes de qualquer coisa, passa pela questão da segurança, já que 50% dos óbitos ocorrem por causas externas relacionadas a agressões. Entre os brancos, esse número é de apenas um terço – a maioria das mortes está relacionada a acidentes de trânsito.
No que diz respeito às mulheres, a pesquisa mostra que, de um modo geral, aumentou o número de mulheres como provedoras da família entre 1999 e 2009 – índice esse mais expressivo entre as brancas. Mas isso não as excluiu de sua função de cuidadora. Ainda assim, são as negras que estão em maior número entre as que trabalham e se dedicam às atividades domésticas.
Mário Theodoro disse que a Seppir está ciente desse trabalho e que está sorvendo a experiência do Ipea para desenvolver políticas públicas voltadas aos afrodescendentes do país. Ele destacou que a ideia da Secretaria é estabelecer uma parceria contínua com o Instituto nesse sentido.
Confira a íntegra do Comunicado do Ipea n° 91, Dinâmica demográfica da população negra brasileira
Ipea aponta oportunidades na integração Brasil- Venezuela
Resultados da Missão do Instituto na Venezuela, os estudos foram lançados em seminário
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu nesta quarta-feira, 11, o seminário Brasil – Venezuela: Integração Produtiva e de Infraestrutura. Durante o evento, o técnico de Planejamento e Pesquisa e titular da Missão do Instituto na Venezuela, Pedro Silva Barros, apresentou os primeiros resultados de dois estudos. Participaram também do debate José Antônio Marcondes de Carvalho, embaixador do Brasil na Venezuela, e Maximilien Sánchez Arvelaiz, embaixador da Venezuela no Brasil.
A primeira pesquisa, intitulada A Integração de Infraestrutura Brasil-Venezuela: A IIRSA e o Eixo Amzônia-Orinoco, indicou ações de integração energética e dos sistemas de transporte que poderiam fortalecer os laços produtivos entre os dois países e reforçar o fluxo do comércio bilateral, que movimentou U$ 4,6 bilhões em 2010. De acordo com o documento, a principal medida a ser tomada seria a consolidação do eixo estratégico Amazônia-Orinoco.
Isso seria possível com a construção ou melhoria de infraestrutura rodoviária (recuperação da BR-174, que cruza os estados de Mato Grosso, Amazônia e Roraima até a fronteira com a Venezuela) e ferroviária (linhas férreas que liguem a faixa petrolífera de Orinoco e o Estado de Sucre ao Norte do Brasil), além do uso de hidrovias, aproveitando a conexão natural entre a Bacia Amazônica e a Bacia do Orinoco. Do ponto de vista energético, as exportações venezuelanas poderiam ser favorecidas pela construção de gasoduto unindo a área gasífera de Paria a Manaus.
“A integração entre a Bacia Amazônica e a Bacia de Orinoco possibilitaria à região mais carente em energia, transporte e comunicação acesso facilitado aos portos mais próximos das rotas internacionais estratégicas”, analisa o documento.
A integração das cadeias produtivas do Sul da Venezuela e do Norte do Brasil foi abordada na segunda pesquisa, resultado de uma parceria do Ipea com o Ministério do Poder Popular para Ciência, Tecnologia e Indústria Intermediárias (MCTI). Segundo Pedro Barros, existe um considerável potencial de complementação produtiva entre as duas regiões, mas que ainda é pouco explorado. “A principal relação da Venezuela com o Norte do Brasil é a importação de bovinos do Pará, sem nenhuma integração entre atividades”, comentou.
Como ações prioritárias, o estudo elegeu a reativação da cooperação entre a Zona Franca de Manaus e a Zona Franca de Puerto Ordaz e o estímulo a setores de interesse comum, como a construção civil, a produção agrícola e de fertilizantes e a mineração. “O Brasil, por exemplo, importa quase metade do seu consumo de fertilizantes de regiões distantes como a Rússia e Marrocos, sendo que existe na Venezuela potencial enorme de produção”, destacou o técnico do Ipea..
Relatório de Pesquisa - Integração das cadeias produtivas
Livro sobre REDD foi lançado nesta quinta
Divulgação organizada pela SAE reuniu especialistas em Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sediou nesta quinta-feira, 12, o seminário de lançamento do livro REDD no Brasil: um enfoque amazônico – fundamentos, critérios e estruturas institucionais para um regime nacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, resultado de uma parceria entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O evento ocorreu no auditório do instituto, em Brasília, a partir das 8h30.
O livro é uma contribuição da SAE para a construção de um regime nacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD). Ele traz uma análise sobre o assunto com o enfoque na Amazônia e foi elaborado por pesquisadores do Ipam com a supervisão da Secretaria e do CGEE.
O seminário teve a presença de Eustáquio Reis, da SAE, e de representantes de governos dos estados da Amazônia legal, além de pesquisadores e de organizações não governamentais. Entre os participantes, estiveram também o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, o professor do Departamento de Economia da PUC/RJ, Juliano Assunção, e o pesquisador do Ipea Ronaldo Serôa da Motta. Para mais informações, acesse o site da SAE.
Estudo mostra mudanças na demografia da população negra
Comunicado do Ipea nº 91 será lançado nesta quinta-feira, em Brasília
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quinta-feira, dia 12, às 14h30, o Comunicado do Ipea nº 91, Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira. O estudo, que compara o comportamento demográfico das populações negra e branca, será apresentado pela técnica de planejamento e pesquisa do Ipea Ana Amélia Camarano e pelo secretário-executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Mário Lisboa Theodoro, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bl. J, Ed. BNDES, auditório do subsolo).
A pesquisa faz uma análise da composição etária das populações negra e branca e das tendências de crescimento desses grupos. O envelhecimento populacional de negros e brancos, as principais causas de morte em cada grupo e as mudanças nos arranjos familiares e no papel da mulher também são abordados no Comunicado. Por fim, é avaliado como as diferenças demográficas ligadas à raça podem afetar as políticas públicas.
Confira a íntegra do Comunicado do Ipea n° 91, Dinâmica demográfica da população negra brasileira
Ipea realiza seminário sobre integração Brasil - Venezuela
O evento será na sede do Instituto em Brasília e conta com a presença de embaixadores
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promove nesta quarta-feira, dia 11, o seminário Brasil – Venezuela: Integração Produtiva e de Infraestrutura. O evento será às 14h30, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bl. J, Ed. BNDES, auditório do 16°andar).
Pedro Silva Barros, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e titular da Missão do Instituto na Venezuela, apresentará os relatórios de pesquisa sobre integração de infraestrutura Brasil-Venezuela e integração produtiva do Norte do Brasil com o Sul da Venezuela, este último resultado de uma parceria com o Ministério do Poder Popular para Ciência, Tecnologia e Indústrias Intermediárias (MCTI) da Venezuela.
Participarão também da mesa de debate José Antônio Marcondes de Carvalho , embaixador do Brasil na Venezuela, e Maximilien Sánchez Arvelaiz, embaixador da Venezuela no Brasil.
Estudo avalia salários após as privatizações
Em seminário no Rio de Janeiro, texto sobre diferenciais dos rendimentos público-privados foi discutido
A privatização das estatais brasileiras nos anos 1990 – um dos maiores programas desse tipo no mundo – e que resultou em várias demissões, foi o tema do seminário Diferenciais de rendimentos público-privados e as privatizações, no auditório do Ipea, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira, 4 de maio.
“Nossa contribuição foi descobrir como foram utilizados os trabalhadores demitidos após as privatizações em larga escala”, revela o palestrante Gustavo Gonzaga, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). O trabalho do pesquisador com Sérgio Firpo mostra as diferenças de trabalho no setor público e privado no Brasil, principalmente após as demissões em massa decorrentes da privatização.
Foram levadas em consideração as diferenças salariais e as estruturas de remuneração, abordando principalmente o que foi feito desse trabalhador após a saída do setor público. O estudo partiu da base de dados da Relação Anual de Informes Sociais (RAIS) de 1995 a 2002, período de maior privatização já ocorrido em um país. “Nosso grupo de comparação é formado por trabalhadores demitidos das empresas do setor privado que foram capazes de encontrar outro emprego no setor privado”, disse o palestrante.
O foco, porém, está no setor público, ao averiguar seus gastos e o retorno em produtividade. Segundo a pesquisa, os trabalhadores demitidos do setor público por causa das privatizações perderam 31,7% dos seus salários reais por hora, quando em comparação com a queda dos salários dos trabalhadores demitidos em massa do setor privado. O pesquisador interpretou este fato como uma perda de rendas públicas para esses trabalhos, aumentando também os gastos do governo. Esses resultados parecem justificar um governo com mais gastos com programas de demissão voluntária.
Os autores ainda afirmam que a maior parte da queda dos salários reais é explicada por uma menor capacidade dos trabalhores privados de encontrar boas empresas, que remunerem bem.
Leia a íntegra do texto Going Private: Public Sector Rents and Privatization in Brazil (em inglês)