Ferramenta Mapas Ipea faz radiografia dos municípios
Portal http://mapas.ipea.gov.br oferece dados consolidados sobre diversos temas, como educação e pobreza.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quinta-feira, dia 28, às 10h, o portal Mapas Ipea (http://mapas.ipea.gov.br), que permite aos internautas visualizar, no mapa brasileiro, diversas informações sobre os municípios do País. Por meio dele será possível, por exemplo, obter detalhes sobre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
O Mapas Ipea foi elaborado a partir do software livre I3Geo. A ferramenta do Ipea reúne em um só endereço informações já públicas que têm como fonte ministérios e outros órgãos federais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - alguns dos quais utilizam há mais tempo a plataforma I3Geo. Utilizando a ferramenta de buscas, ou a partir de ampliação no mapa do País, o usuário chega à cidade que deseja pesquisar.
Entre os dados disponíveis, pode-se consultar a população, a área, o Produto Interno Bruto (PIB), rodovias, estatísticas de educação e quantidade de servidores públicos nos municípios. Os mapas permitem, ainda, saber quais municípios têm acesso mais rápido a aeroportos e quais têm mais famílias em situação de pobreza. Qualquer pessoa poderá montar seu próprio mapa, sobrepondo as camadas de dados que lhe interessam, permitindo novos cruzamentos de dados.
Durante a apresentação da ferramenta, nesta quinta-feira, o endereço do portal será divulgado. A interface estará disponível em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e italiano), e o portal será constantemente atualizado com novas bases de dados.
A apresentação da ferramenta será feita no auditório do Instituto em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES, subsolo). Haverá transmissão on-line pelos sites www.ipea.gov.br e www.ipea.gov.br.
Ipea divulga previsão de alta na produção industrial
Indicador referente a dezembro de 2009 aponta alta de 17,4% sobre o mesmo mês do ano anterior
A produção industrial de dezembro de 2009 cresceu 17,4% em relação ao mesmo mês no ano anterior. É o que diz o último indicador de Produção Industrial Mensal (PIM) publicado pelo Ipea. O mesmo estudo prevê queda de 0,8% em relação a novembro de 2009, na comparação de produção com ajuste sazonal.
As previsões do Ipea para produção industrial são divulgadas antes de os números oficiais serem lançados oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar aos números, o Ipea utiliza o modelo de produção física da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, que tem como indicadores de produção nacional a expedição de papelão ondulado ou a produção de autoveículos, por exemplo.
Em dezembro, todos os indicadores setoriais utilizados no modelo de previsão da PIM apresentaram crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior. Entre eles, o destaque ficou por conta das vendas de papel e papelão, que avançaram 1,3% na passagem de novembro para dezembro. Na comparação com o mesmo período de 2008, o crescimento foi de 25,0%.
Já o setor de autoveículos tende a se adequar a um patamar menor de crescimento, uma vez que os incentivos fiscais estão sendo reduzidos. Vale destacar também o bom desempenho da produção de insumos para a construção civil, reforçando o cenário positivo para o crescimento dos investimentos em 2010.
Seminário discute o sistema financeiro paralelo
Ipea promove em Brasília o evento que terá palestra de Raymond Baker, do Centro para Política Internacional, de Washington
Raymond Baker, diretor geral da Força-Tarefa sobre Integridade Financeira e Desenvolvimento Econômico e analista do Centro para Política Internacional, em Washington (EUA), será o palestrante do seminário Fluxos Ilícitos e Sistema Financeiro Internacional Paralelo. O encontro ocorre nesta segunda-feira, dia 25, na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Brasília.
Baker tem artigos e livros publicados sobre corrupção, lavagem de dinheiro, crescimento econômico e política externa. Formado pela
O seminário, aberto ao público externo, é uma realização da Diretoria de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod) do Ipea. Ele começará às 15h no auditório do 11º andar (SBS, Quadra 1, Ed. BNDES). Mais informações pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (61) 3315-5108.
Especialista fala sobre os prejuízos do fluxo ilícito de dinheiro
Em evento realizado pela Dicod, Raymond Baker explicou a estrutura usada para operações ilegais entre fronteiras
Foto: Sidney Murrieta
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Diretor de Força-Tarefa sobre integridade financeira, Baker
afirma que fluxo ilícito prejudica países em desenvolvimento
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A necessidade de que os países reconheçam os efeitos do fluxo ilícito de capitais sobre os mais pobres foi um dos temas do seminário Fluxos Ilícitos e Sistema Financeiro Internacional Paralelo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O palestrante foi Raymond Baker, diretor geral da Força-Tarefa sobre Integridade Financeira e Desenvolvimento Econômico e analista do Centro para Política Internacional, em Washington (EUA).
Autor de livros sobre o tema, Baker disse que a motivação básica por trás do fluxo ilícito de dinheiro nos países em desenvolvimento é transferir dinheiro dos pobres para os ricos. “Isso é um fato. O dinheiro sai das mãos dos países onde vive 80% da população mundial para as mãos dos países que têm 20% da população do mundo”, disse. O especialista afirmou que é preciso que o G8 e o G20 reconheçam esse vínculo entre os fluxos ilícitos e o impacto nos países em desenvolvimento.
Segundo Raymond Baker, a estrutura sombria que permite esse fenômeno é formada por paraísos fiscais; jurisdições sigilosas, que tornam impossível rastrear os reais donos das empresas; flee clauses, cláusulas que determinam a mudança de domicílio da empresa quando há tentativa de identificar os proprietários; fundações anônimas; documentação falsa; subfaturamento e superfaturamento em importações e exportações; e brechas na lei, entre outros.
De acordo com o especialista, toda essa estrutura é, hoje, utilizada por outros criminosos para movimentar seu dinheiro “sujo”. “Ela foi criada pelos países ocidentais com o objetivo de mover dinheiro entre fronteiras. Nos anos 1960 e 1970, os traficantes de drogas gostaram da ideia e passaram a adotar os mesmos meios para transferir dinheiro ilegal para fora de seus países. Nos anos 1980 e 1990, foi a vez dos gângsteres. Depois, no fim dos anos 1990 e início do novo século, os financiadores do terrorismo seguiram pelo mesmo caminho. Os criminosos não inventaram nada. Eles se aproveitaram de mecanismos que nós criamos.”
Baker diz que não há como parar esses fluxos, mas é possível reduzi-los substancialmente por meio de medidas já adotadas em alguns países. Alguns exemplos são a exigência de identificação dos donos de empresas e de prestação de informações sobre transações internacionais; tratados que permitam a troca automática de informações entre fronteiras e a adoção de regras para evitar o sub e o superfaturamento nas transações de comércio exterior.
Estudo pretende calcular o custo dos processos judiciais
Proposta de pesquisa foi apresentada pelos técnicos do Ipea para a magistratura no Supremo Tribunal Federal
Foto: Sidney Murrieta![]() |
Em reunião, juízes, auditores e procuradores do STF discutiram o estudo com técnicos de Planejamento e Pesquisa do Ipea |
Quanto custam os processos de execução fiscal? O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio da Diretoria de Estudos do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) e em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realiza o estudo Custo Unitário da Execução Fiscal da União para responder essa pergunta. O objetivo da pesquisa é construir um modelo de cálculo do custo da execução fiscal e contribuir no planejamento judiciário na medida em que será aferido o custo de cada procedimento.
A proposta da pesquisa foi apresentada nesta quarta-feira, dia 20, para juízes, auditores e procuradores no Supremo Tribunal Federal pelos técnicos de Planejamento e Pesquisa do Ipea Alexandre Cunha, Luseni Aquino, Paulo Eduardo Silva, Bernardo Medeiros e Elisa Sardão Colares. Cunha ressaltou que o estudo não apenas aponta os custos totais dos processos, mas oferece informações úteis para o gestor, por meio do custo de cada ato da execução fiscal. Portanto, será possível analisar se vale a pena um determinado procedimento tendo em vista seu custo/benefício.
O técnico propôs uma metodologia que calcule o tempo médio dos procedimentos administrativos e judiciais que ocorrem ao longo de um processo e o custo de cada um desses atos dentro da execução fiscal. Lembrou também que 52% dos processos em tramitação na Justiça Federal são de execução fiscal, segundo dados de 2006 da Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça. A pesquisa buscará aferir o custo em tese e o custo real dos processos.
O seminário contou com a abertura do secretário-geral do CNJ, Rubens Curado, e a diretora executiva do Departamento de Pesquisas Jurídicas (DPJ), Neide de Sordi. A ideia é formular um modelo para cálculo de custos de procedimentos judiciais, não só de execução fiscal.
O estudo é resultado de um acordo de cooperação técnica entre o Ipea e o DPJ, assinado em abril de 2009. O plano de trabalho está na segunda etapa e termina na quarta fase, que vai de novembro a dezembro deste ano, quando será apresentada a proposição de uma metodologia de cálculo do custo processual. Esse foi o primeiro seminário, que contou também com oficinas de trabalho e debates. O próximo está previsto para 24 de março.