Ipea e ONU apresentam relatório dos Objetivos do Milênio
O evento mostrou os avanços do Brasil em relação às metas propostas pela Organização das Nações Unidas
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira, dia 8, o quarto relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). A abertura foi feita pela representante da ONU Marie-Pierre Poirier, e o relatório foi apresentado pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão. O documento contou com a colaboração de mais de 20 ministérios, supervisão da Casa Civil, e coordenação do Ipea, da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério do Planejamento e Gestão.
Poirier iniciou sua apresentação dizendo que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são hoje uma prioridade para a ONU e que diversos países têm alcançado as metas estabelecidas. "A agenda dos Objetivos do Milênio se tornou a agenda de muitos países. As metas do milênio precisam se tornar metas de Estado", disse a representante da ONU. Poirier afirmou ainda que os objetivos mais difíceis de serem alcançados pelos países têm sido o da redução da mortalidade materna e a redução da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e esgotamento sanitário.
O Brasil alcançou metas como a redução da população urbana sem acesso a água, porém, em relação à população rural, os níveis de cobertura ainda são muito deficitários. As metas de redução da pobreza extrema e da fome já foram alcançadas e superadas pelo Brasil, que criou metas próprias, mais ousadas do que as da ONU, para esse objetivo específico. "Grande parte do atingimento das metas é resultante de políticas públicas do Brasil, que não foram criadas por acaso, tais como políticas sociais e econômicas que, por meio da estabilidade, favoreceram os pobres. Os programas de transferência de renda foram fundamentais no combate à fome e à pobreza extrema", disse Jorge Abrahão.
O diretor enfatizou que embora os objetivos da ONU e do Brasil tenham sido alcançados em relação à fome e à pobreza extrema, persistem disparidades regionais que precisam ser combatidas. "Precisamos de ações concretas das políticas públicas para a superação das diferenças regionais", destacou Abrahão. Em relação à educação, alguns objetivos como a redução da razão na inclusão de meninos/meninas no ensino fundamental foi alcançada, porém é preciso elevar o nível do ensino público. "O Brasil se propôs uma meta mais ousada para a inclusão na educação para todos, mas ainda há uma deficiência no processo escolar, onde as falhas são muitas", afirmou o diretor do Ipea.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos em 2000 pela Organização das Nações Unidas e foram assinado por 189 países, entre eles o Brasil, com o compromisso de lutar contra a pobreza, a fome, a desigualdade de gênero, o vírus da Aids, degradação ambiental, entre outros. O quarto relatório dos ODM traz a avaliação de 18 metas monitoradas por 48 indicadores propostos pela ONU e 60 assumidos voluntariamente pelo Brasil.
Ipea analisa ações sociais do setor privado
Estudo que avalia a atuação das empresas privadas em áreas sociais será lançado nesta sexta, em congresso no Rio de Janeiro
“Uma novidade na atuação voluntária das empresas é o interesse crescente em conhecer os resultados de seus investimentos sociais. As empresas, especialmente aquelas de grande porte, querem agora avaliar suas ações para apresentarem resultados mais consistentes”. A afirmação é da pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Anna Maria T. Medeiros Peliano, coordenadora do estudo Cultivando os Frutos Sociais: A Importância da Avaliação nas Ações das Empresas, que será lançado nesta sexta-feira, dia 9, às 11h, no Rio de Janeiro (Sheraton Hotel & Resort, Avenida Niemeyer,121, Leblon, Sala Lagoa), durante o 6º Congresso do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), Investimento Social Privado - Visões para 2020.
Em 2002, o Ipea divulgou a primeira Pesquisa Ação Social das Empresas (Pase), que teve como objetivo investigar como se dava o envolvimento das empresas na área social e que volume de recursos investiam. A pesquisa gerou um mapeamento que apontou 59% dos estabelecimentos empresariais do Brasil desenvolvendo atividades sociais e alocando recursos da ordem de R$ 7,8 bilhões.
Entre 2002 e 2006, observou-se no País um crescimento de dez pontos percentuais no número de empresas que desenvolvem algum tipo de ação social: de 59% em 2002 para 69% em 2006. No entanto, segundo Anna Peliano, as empresas começam agora a perceber que a sociedade não se contenta mais em saber dos investimentos realizados. Ela quer saber dos resultados obtidos e da diferença promovida por essa atuação.
“A participação das empresas no campo social assume cada vez mais um caráter público. Aliás, as empresas querem influenciar políticas de governo, querem que suas iniciativas sejam utilizadas como referência e, portanto, precisam analisar e divulgar sua experiência de forma mais consistente e fundamentada”, acrescenta a pesquisadora. Não obstante, os dados do novo estudo apontam que apenas 16% do total de empresas atuantes possuem avaliação documentada das ações sociais desenvolvidas. Na região Sudeste esse percentual é mais alto e atinge o patamar de 25%.
Anna Peliano explora no estudo as razões pelas quais a avaliação pode ser útil para as empresas fazerem correções de rumos: “Elas sofrem menos ingerências e têm mais flexibilidade que os governos para alterar os seus projetos sociais”. Enfatizando que os investimentos sociais privados “nunca devem ser vistos como substitutos das políticas do Estado”, a pesquisadora afirma que a experiência que vem sendo desenvolvida pelas empresas no campo da avaliação social poderá, no futuro, contribuir para o aprimoramento das avaliações das políticas públicas.
4º Relatório Nacional de Acompanhamento 2010
Ipea discute relatório dos ODM
Governo mapeia ações que fizeram o País atingir parte dos objetivos antes dos prazos
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta nesta quinta-feira, dia 8, às 15h, em Brasília, uma discussão sobre o dados do quarto relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A elaboração do documento contou com a participação de 20 ministérios sob a coordenação do Ipea e da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, além de contar com supervisão da Casa Civil.
O documento, com texto de apresentação assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi lançado em abril durante a entrega do Prêmio ODM de mobilização social e boas práticas de execução das metas. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU), quando o Brasil integrou um grupo de 189 países signatários do compromisso de lutar contra a pobreza e a fome, a degradação ambiental, a desigualdade de gênero e o vírus da Aids.
Os países assumiram ainda a meta de melhorar o acesso a educação, saúde e água potável. O relatório traz avaliação de 18 metas, monitoradas por 48 indicadores propostos pela ONU e 60 assumidos voluntariamente pelo Brasil, além do mapeamento das ações de governo que têm impacto sobre os ODM.
Segundo o relatório, a desigualdade entre pobres e ricos vem caindo significativamente no País. Os indicadores mostram que a maior parte da redução da pobreza extrema foi fruto de aumento real da renda, e que ainda existe bastante espaço para combatê-la via redução da desigualdade. "Se o ritmo de redução se mantiver nos próximos anos, a pobreza extrema será erradicada do Brasil por volta de 2013-2014", afirma o documento.
Políticas públicas
O Brasil já alcançou, entre outras metas, a de reduzir à metade a proporção da população sem acesso a água potável em áreas urbanas, com 91,6% da população servida de rede geral em 2008, um aumento de quase 10 pontos percentuais em relação a 1992. Nas áreas rurais, os níveis de cobertura são muito menores, persistindo elevadas desigualdades regionais e socioeconômicas no acesso a esses serviços.
O relatório traz também um CD-ROM com as iniciativas do governo federal que objetivaram ou auxiliaram a obtenção das metas, em áreas como: acesso a alimentação; desenvolvimento agrário; geração de trabalho e renda; criança, adolescente e jovem; idosos e pessoas com deficiência; cidadania e inclusão social; os recursos petrolíferos do pré-sal na redução das desigualdades sociais do país; plano de desenvolvimento da educação; orçamento e financiamento da educação; avaliação e responsabilização; apoio ao aluno e à escola; alfabetização de jovens e adultos; formação de professores e valorização dos profissionais da educação básica; recursos ambientais; água potável e esgotamento sanitário; assentamentos precários, entre outras.
O debate terá cobertura on-line pelos sites www.ipea.gov.br e www.ipea.gov.br. Jornalistas de todo o Brasil podem participar enviando perguntas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Para isso, devem se cadastrar antecipadamente pelo mesmo endereço, enviando nome, veículo de comunicação e telefone. As respostas serão dadas durante a coletiva de forma oral.
Os dados serão apresentados pelo diretor Jorge Abrahão, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, e pela representante das Organização das Nações Unidas (ONU) Marie-Pierre Poirier, no auditório do Instituto (SBS, Quadra 1, Bloco J, Ed. BNDES, subsolo).