Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Campina Grande terá curso do Ipea e Centro Celso Furtado

Campina Grande terá curso do Ipea e Centro Celso Furtado


Aulas de macroeconomia e desenvolvimento econômico na cidade paraibana serão de 29 de agosto a 2 de setembro

O Centro Celso Furtado e o Ipea, por meio de sua Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (DIMAC), organizam mais um curso Macroeconomia e Desenvolvimento Econômico, desta vez em Campina Grande, em parceria com a Coordenadoria do Sistema Público Municipal de Emprego, Trabalho e Renda, de 28 de agosto a 2 de setembro. As aulas de macroeconomia serão ministradas pelo professor Victor Leonardo de Araújo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. Por indicação do Centro Celso Furtado, o professor Fernando Mattos dará as aulas de Desenvolvimento Econômico, e a conferência síntese final ficará a cargo de Salvador Werneck, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e sócio do Centro Celso Furtado.

O município de Campina Grande tem uma economia variada e eclética e abriga pelo menos quatro pólos industriais: couro e calçado; têxtil e vestuário, nas áreas do algodão comum, algodão colorido e confecções; informática e minerais não-metálicos. Entre outras atividades de preponderante importância econômico-social, estão a extração mineral, culturas agrícolas, pecuária, indústrias de transformação, de beneficiamento, de software, comércio varejista e atacadista, e serviços.

Vinte e sete alunos estão inscritos, entre eles estudantes do último ano de graduação e também de pós-graduação em economia, e profissionais que atuam em diversas instâncias públicas. A atividade ocorrerá no auditório do Espaço do Trabalhador, no Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda, situado na Rua Afonso Campos, 143, Centro de Campina Grande (PB). A instituição é a unidade de atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine) na cidade e é mantida com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e pela Prefeitura Municipal. O Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda oferece aos trabalhadores intermediação de mão de obra, qualificação profissional e social, informações acerca do mercado de trabalho, habilitação ao seguro-desemprego, dentre outras.

Perfil do curso
O curso versa sobre duas disciplinas – Macroeconomia e Desenvolvimento Econômico –, cada uma com seis horas de aula. A primeira apresenta os fundamentos da análise macroeconômica no enfoque keynesiano. Numa primeira parte, são apresentados os determinantes do comportamento do PIB e do emprego, enfatizando o papel da política econômica nesse processo, considerados os três principais instrumentos: a política fiscal, a política monetária e a política cambial. Na segunda parte, analisa-se a condução dos três instrumentos no caso brasileiro, ressaltando sua inadequação a um projeto de desenvolvimento de longo prazo.

Já a disciplina Desenvolvimento Econômico toma por base a vertente teórica e o processo histórico do desenvolvimento. São abordados os elementos centrais da teoria do desenvolvimento elaborada a partir da segunda metade do século XX, seus eixos analíticos e seus principais autores, bem como a organização do mundo a partir do desenvolvimento do capitalismo industrial no século XIX. O curso analisa também o caso brasileiro como exemplo dessa dinâmica da economia mundial.

Uma conferência final de três horas oferece uma síntese da problemática do desenvolvimento do Brasil num mundo em rápida transformação, as barreiras que o país terá de ultrapassar e os trunfos de que dispõe.

Revista PPE comemora 40 anos com seminário no Rio

 Revista PPE comemora 40 anos com seminário no Rio
 
Evento em homenagem à tradicional revista do Ipea ocorre na próxima quarta, dia 31, a partir das 14h
 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realiza na próxima quarta-feira, 31/08, das 14h às 18h, o seminário “40 Anos da PPE”, em comemoração aos 40 anos da tradicional revista Pesquisa e Planejamento Econômico, publicada pelo Instituto. O seminário será realizado no auditório do 10º andar do Ipea, no Rio de Janeiro (Avenida Presidente Antônio Carlos, 51, Centro). 
 
Pesquisa e Planejamento Econômico é publicada pelo Ipea desde 1971. Reconhecida pela Capes como uma das principais publicações de economia do país, em seus 40 anos de existência a revista publicou mais de 800 estudos teóricos ou empíricos sobre uma ampla gama de temas referentes aos problemas econômicos brasileiros.
 
A abertura do seminário será feita pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, pela diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Vanessa Petrelli, e pelo editor da PPE, Marco Antônio Cavalcanti. O seminário contará com a participação de Octávio Tourinho (UERJ), Adriana Amado (Anpec), Eustáquio Reis (Ipea), Edmar Bacha (IEPE-CdG) e Ricardo Paes de Barros (SAE).

Conferências nacionais são tema de oficina em Brasília

Conferências nacionais são tema de oficina em Brasília


Evento na sede do Ipea vai até esta sexta, 26, e debate o mapeamento da participação social nas conferências

A Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest) do Ipea deu início à oficina de trabalho Conferências Nacionais: evolução, característica e efetividade nesta quinta-feira (25), no edifício sede do Instituto, em Brasília.

O objetivo do evento, que continua nesta sexta-feira (26), é reunir a rede de pesquisa coordenada pela Diest para expor e compartilhar resultados de estudos sobre as conferências nacionais e planejar ações conjuntas e a publicação de um livro. Na mesa de discussão estavam presentes representantes de universidades (UFMG e UERJ), ONGs (Polis e Inesc) e da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República (SNAS/SG-PR) – instituições parceiras do Ipea.

Segundo Pedro Pontual, assessor da SNAS/SG-PR, a importância do mapeamento da participação social em conferências está em orientar ações da secretaria: “Estamos dispostos a dialogar com os pesquisadores para influenciar de maneira mais direta os resultados desses estudos e criar, futuramente, um portal da participação”.

O pesquisador Leonardo Avritzer, da UFMG, apresentou o trabalho Participação e Conferências, no qual, a partir de uma amostra de 2.200 pessoas, buscou traçar um perfil de quem participa das conferências. De acordo com Avritz, o estudo contraria ideias comuns, como a de que instituições participativas são feitas para aqueles com maior poder aquisitivo e mais tempo livre ou menor nível de escolaridade.

Gasto social do governo federal cresceu 7% em 2010

Gasto social federal cresceu 7% em 2010

Recursos destinados ao Ministério da Educação tiveram o maior aumento percentual

Foto: Sidney Murrieta

José Valente, do Ipea: “Ministério da Educação não foi afetado pela desvinculação orçamentária”

Os gastos do governo federal em áreas como saúde, previdência, educação e seguridade cresceram menos que o PIB em 2010 e, por isso, diminuíram relativamente ao total de riquezas produzidas no país no ano. Em 2009, o Gasto Social Federal (GSF) representava 15,8% do PIB nacional. No ano passado, caiu para 15,41%.

Em números absolutos, houve aumento de 7,1% em 2010, atingindo um valor estimado de R$ 566,21 bilhões. Esses dados foram apresentados no Comunicado do Ipea nº 108 – Gasto Social: uma análise da execução orçamentária de 2010, divulgado nesta quinta-feira, 25, durante coletiva pública na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Isso mostra que há uma trajetória sustentável do crescimento do gasto social, ele não subiu mais do que o PIB em um ano de aquecimento econômico. 2009 foi um ano atípico, o crescimento foi maior para enfrentar a crise”, afirmou o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro.

O Ministério da Educação foi o que mais elevou seu orçamento executado, em 2010, (23,5%, já descontada a inflação), saindo de R$ 43,9 bilhões, em 2009, para R$ 54,2 bilhões no ano seguinte. “O aumento se deve principalmente à não desvinculação das dotações constitucionais voltadas ao Ministério. A Desvinculação de Recursos da União (DRU) não afetou a Educação”, explicou José Valente Chaves, técnico do Ipea.

Gasto com pessoal
Dos recursos destinados à área social, a maior parte (83,2%) foi para despesas correntes, o que inclui as transferências do Bolsa Família, os Benefícios de Prestação Continuada para idosos e portadores de deficiência e as aposentadorias do INSS e dos servidores públicos. Apenas 10,5% foram gastos com pessoal e encargos.

“É preciso destacar isso, porque usamos pouco mais de 10% das verbas para custear os gastos com pessoal, para manter funcionando o complexo social montado no Brasil. Qual empresa privada gasta menos do que isso?”, enfatizou Abrahão.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 108

Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 108

Comunicado analisa decisões de conferências climáticas

Comunicado analisa decisões de conferências climáticas

 

Estudo que será divulgado nesta segunda traz implicações do Acordo de Copenhague e do encontro de Cancun

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta segunda-feira (29), às 10h30, o Comunicado do Ipea nº 109O Acordo de Copenhague e as decisões de Cancun no contexto da convenção do clima. O estudo será apresentado na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES/Ipea, subsolo) e terá transmissão on-line pelo sítio www.ipea.gov.br.

O Comunicado traz análise sobre os principais resultados das ultimas duas Conferências das Partes das Nações Unidas para Mudança do Clima, Copenhague e Cancun. A pesquisa trata, com especial atenção, das metas apresentadas no Acordo de Copenhague e confirmadas em Cancun, levantando um debate sobre suas implicações para as negociações futuras e sua contribuição para o compromisso de limitação do aumento da temperatura global entre 1,5°C e 2,0°C.

O estudo faz parte do livro Mudança do Clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e regulatórios, uma publicação do Ipea que será lançada no mesmo dia e local, em seminário que ocorrerá às 14h, com a participação de diversos dos autores.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 109

Qualificação profissional técnica é tema de seminário

Qualificação profissional técnica é tema de seminário

Em evento com a presença do ministro Moreira Franco, palestrantes discutiram educação e mercado de trabalho
 
Na sexta-feira (19), o seminário Os Caminhos da Qualificação Técnica e Profissional do Brasil recebeu diversos especialistas do setor no auditório do Ipea no Rio de Janeiro. O debate foi aberto pelo ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, que ressaltou a importância dos trabalhos  “porque eventos deste porte fortalecem cada vez mais o núcleo do Ipea no Rio de Janeiro, dentro do objetivo da missão do Instituto de pensar, formular e propor políticas públicas para o Brasil”.

A primeira mesa redonda foi coordenada pelo subsecretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, com foco no estado atual das políticas públicas para o ensino técnico e o encaminhamento profissional. Para isso, contou com a presença do secretário-executivo do MEC, José Henrique Paim, e do secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, José Geraldo Machado.

Paim falou sobre as dificuldades e os problemas anteriores e sobre as novas políticas de criação de cursos de nível técnico. Dentre as políticas, destacam-se a ampliação e reestruturação da rede federal, o fomento à ampliação e melhoria de infraestrutura e qualificação de recursos pedagógicos das redes estaduais, o acordo de gratuidade com o Sistema S e o ensino técnico na modalidade à distância – E-Tec.

“O número de matrículas em 2010 ultrapassou um milhão, mas a meta é que, até 2020, o número dobre”, afirmou. Ele salientou, porém, que “é preciso retirar essa mentalidade bacharelesca do brasileiro e mostrar que os caminhos para a empregabilidade no nível técnico são, por muitas vezes, maiores”. 

Os principais objetivos para os próximos anos são: expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio e de cursos e programas de formação inicial e continuada de trabalhadores; fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da educação profissional e tecnológica; contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por meio da educação profissional; e ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores por meio do incremento da formação profissional.

Logo em seguida, Machado mostrou o ponto de vista do Ministério do Trabalho e Emprego, que por meio do Plano Nacional de Qualificação está beneficiando muitos jovens pelo país. A principal ferramenta é a parceria com empresas, que “servem de base de ensino técnico para aquilo que o aluno aprende na escola”. Além disso, segundo ele, o jovem recebe uma bolsa de auxílio de acordo com sua frequência. Pensando no futuro, o secretário prevê um aumento de vagas, devido aos eventos da Copa do Mundo de Futebol e uma demanda grande na construção civil.

A construção civil foi um dos focos da segunda mesa, que procurou responder se existe escassez de mão de obra técnica qualificada. Todos concordaram que sim. O nível educacional aumentou, a entrada na faculdade foi facilitada e isso diminui o número de empregados para postos de trabalho mais técnicos, como encanador, eletricista, pedreiro. A mesa contou com a participação de Fernando Holanda Barbosa Filho, do Ibre/FGV/INCT, Paulo A. Meyer Nascimento, pesquisador do Ipea, João Sabóia, professor e pesquisador da UFRJ, e Marcelo Neri, convidado da CPS/FGV, que realiza pesquisas na área de demanda e mão de obra.

O evento seguiu pela tarde com mais duas apresentações. A primeira sobre os Setores Público e Privado na Provisão da Qualificação Técnica e Profissional, coordenada por Miguel Foguel, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, com a presença de Cláudio de Moura Castro, do Grupo Positivo de Ensino, e André Urani, do IETS. Logo após, houve uma avaliação de Programas e Retornos da Qualificação Técnica e Profissional, coordenada por Carlos Henrique Corseuil, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, além de Marina Águas, do IBGE, André Portella, da FGV-SP/INCT, e Naércio Menezes Filho, da USP e Insper.

Confira os gráficos da apresentação "Avaliação de programas e retornos de qualificação técnica e profissional"

Confira os gráficos da apresentação "Ensino médio e técnico: enguiços e soluções"

Confira os gráficos da apresentação "Inserção de pessoal com nível superior no mercado formal de trabalho"

Confira os gráficos da apresentação "As políticas públicas de qualificação no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego"

Confira os gráficos da apresentação "Os caminhos da qualificação técnica e profissional no Brasil"

Confira os gráficos da apresentação "Ensino profissional e rendimentos do trabalho: uma análise para o Brasil"

Confira os gráficos da apresentação "Avaliação econômica do ensino médio profissional"

Confira os gráficos da apresentação "Existe escassez de mão de obra qualificada no Brasil?"

Confira os gráficos da apresentação "Uma avaliação da pertinência de um programa de Bolsa Qualificação para o combate à pobreza"

Brasil é pioneiro no controle dos derivativos cambiais

Brasil é pioneiro no controle dos derivativos

 

 

Especialistas estrangeiros reunidos no RJ acreditam que país acertou ao taxar as operações especulativas

O Brasil foi mais longe que outras nações ao taxar a entrada de capital especulativo e as operações de derivativos cambiais. Essa afirmação foi feita pela professora da Universidade de Columbia (EUA) Stephany Griffith-Jones, nesta quarta-feira, 24, durante a coletiva pública que encerrou o seminário Managing the Capital Acount and Regulating the Financial Sector: A Developing Country Perspective

O governo brasileiro estabeleceu recentemente uma taxa de 1% sobre operações com derivativos e obrigou as instituições financeiras a registrar suas posições líquidas nesses papéis na Bovespa. Dessa forma, o Ministério da Fazenda pretende reduzir a entrada de capital especulativo e ter informações sobre esses instrumentos, que foram uma correia de transmissão da crise financeira global em 2008.

Na época, empresas exportadoras do Brasil acumularam grande endividamento com a desvalorização do real. Elas especulavam firmando operações de hedge muito superiores às suas receitas com exportações, apostando na apreciação da moeda nacional.

“As medidas adotadas pelo Brasil não são uma bala de prata que vai resolver os problemas causados pelo fluxo de capital, mas são importantes e pioneiras, pois permitem regular e obter informação em um mercado que está à sombra, não pode haver instituições financeiras sem regulação”, argumentou Gryffith-Jones.

Y.V. Reddy, ex-presidente do Banco Central da Índia, concorda. Para ele, a maneira ideal de se lidar com o capital especulativo é criar um mix de políticas fiscais e regulação. “Taxar as operações, mesmo que simbolicamente, é importante para consolidá-las, monetizar os papéis e obter informações. São medidas que caminham na direção certa”, explicou. Para ele, a partir dessa base, as autoridades do país têm espaços para adotar novas medidas, inclusive, se necessário, elevar a taxação para desestimular algumas práticas.  

O seminário Managing the Capital Acount and Regulating the Financial Sector: A Developing Country Perspective foi organizado no Rio de Janeiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em conjunto com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa). Durante dois dias, especialistas e formuladores de políticas de diversos países debateram as necessidades e os meios de se regular o mercado financeiro e controlar o fluxo de capitais especulativos.

Em maio, qualidade do desenvolvimento teve queda

Em maio, qualidade do desenvolvimento teve queda


Indicadores calculados pelo Ipea mantêm a tendência de instabilidade registrada no mês anterior

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira, 24, a quinta edição de 2011 do Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD). De acordo com o estudo, a qualidade do desenvolvimento do Brasil caiu de 267,75 pontos no mês de abril para 264,94 no mês de maio, mantendo o indicador na faixa de instabilidade.

Realizada periodicamente, a pesquisa avalia 15 itens com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getulio Vargas (FGV), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Banco Central (BC), Ipea (expectativas), Ipea (termos de troca) e Inpe (meio ambiente). A escala do indicador aponta ótimo desempenho quando se situa entre 400 e 500 pontos; bom, de 300 a 400; instável, de 200 a 300; ruim, de 100 a 200; e péssimo, de 0 a 100.

O IQD é composto pelo Índice de Inserção Externa, que em maio registrou um aumento de pouco mais de seis pontos em relação ao mês anterior, alcançando a faixa de 222,97; Índice da Qualidade do Bem-estar, que chegou a 333,33 pontos; e pelo Índice de Crescimento Econômico, que ficou 254,5 pontos. Dos três indicadores, somente o primeiro registrou avanço no período, apontando maior quantidade de recursos remetidos ao exterior do que o ideal, e um investimento de moeda estrangeira no setor produtivo aquém da usual aplicação especulativa no país.

Embora tenha apresentado queda em relação ao mês de abril, o único índice da pesquisa que se manteve na área classificada como boa com relação ao desenvolvimento foi o de Qualidade do Bem-estar: o desemprego permaneceu estável; o índice de Gini, que mede desigualdade, apresentou aumento, e o número de pessoas com rendimento superior a R$ 1.660 caiu. Também houve queda na proporção de trabalhadores formais comparada ao total de trabalhadores.

Leia a íntegra da 5ª edição do Índice de Qualidade do Desenvolvimento

Ipea debateu desenvolvimento nacional e regional no Pará

 

Ipea debateu desenvolvimento nacional e regional no Pará

Seminário Brasil em Desenvolvimento reuniu técnicos do Instituto, do IDESP, e autoridades estaduais em Belém

O Ipea realizou nesta terça-feira, 23, em Belém, a sexta edição do seminário Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas. O evento, uma parceria com o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) e o governo estadual, promoveu o debate sobre os rumos do país, com foco em temas de grande interesse da região Norte, como a questão fundiária e a gestão municipal.

Participaram da mesa de abertura o diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Francisco de Assis Costa, a presidente do IDESP, Adelina Braglia, o secretário de Planejamento Orçamento e Finanças do Pará, Sergio Bacury de Lira, e o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade Federal do Pará, Erick Pedreira.

“O Ipea busca conhecer o país de modo mais aderente à sua constituição real. Antes de ser um sistema econômico que se interliga com o sistema mundial, o Brasil é um sistema de regiões que têm lógicas próprias e capacidades diferenciadas”, afirmou Francisco de Assis. Ele acrescentou que o projeto Estado de uma Nação, no qual a obra Brasil em Desenvolvimento se insere, é uma iniciativa no sentido de aprofundar esse verdadeiro conhecimento do país.

Aristides Monteiro Neto, chefe da Assessoria de Planejamento Institucional da Presidência do Ipea, fez uma breve apresentação dos três volumes da edição de 2010 do Brasil em Desenvolvimento. “Trata-se de um documento anual que está em consolidação dentro do Ipea e é publicado há cinco anos”, explicou. Como síntese do levantamento consolidado nos três volumes, Aristides afirmou que “estamos de novo às portas de uma prolongação da crise de 2008 e não poderemos esperar a ampliação, por exemplo, dos mercados internacionais para produtos brasileiros”.

Em seguida, a primeira mesa de debate teve como tema a Regularização fundiária na Amazônia legal. O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Alexandre Arbex Valadares apresentou resultados de pesquisa do Instituto sobre o assunto, com foco no programa Terra Legal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Ele ressaltou os desafios desse projeto e o fato de as metas ainda estarem distantes. O debatedor Carlos Alberto Lamarão, presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), disse que vê com “desalento” essa experiência, lembrando que, em matéria de projetos de assentamento, “nada deu certo do ponto de vista da região Norte”.

Na segunda mesa, o professor Josep Pont Vidal apresentou seu capítulo na obra Gestão Municipal no Brasil. A pesquisa apresenta o cenário da gestão dos municípios no Pará, com dados como a quantidade de prefeituras que possuem serviços financeiros externos e as localidades onde há participação da sociedade civil no Plano Plurianual. O debatedor foi o diretor do Ipea Francisco de Assis Costa.

Por fim, na última mesa, o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Rafael Henrique Pereira apresentou o livro Dinâmica urbano-regional. Segundo ele, a “dinâmica das grandes cidades do país ofusca o que o pesquisador atento poderia enxergar, por exemplo, em cidades do interior do Pará, mas não se pode abrir mão de compreender as particularidades do desenvolvimento dentro do território de cada estado”. O professor Márcio Amaral, da UFPA, integrante da equipe que estudou a realidade paraense para um dos capítulos da obra, deu detalhes da situação estadual.

Ainda como parte do seminário, o técnico do Ipea Marco Aurélio Costa fez uma exposição sobre a rede de pesquisa Ipea-Anipes. Ele destacou que a proposta de trabalho do Instituto para 2012 vai dialogar com a agenda das instituições de pesquisa estaduais, como o IDESP. O seminário ocorreu na sede do IDESP, em Belém. A próxima edição do evento será na segunda-feira, dia 29, em Curitiba.

 

 

Crise reacende debate sobre regulação financeira

Crise reacende debate sobre regulação financeira

 
Ipea e ONU discutem controles de fluxo de capitais. Evento termina com coletiva nesta quarta-feira, às 16h

Os excessos que levaram o mundo à crise financeira em 2008 e a enxurrada de capital que se dirigiu aos países em desenvolvimento devido às políticas de combate à recessão dos EUA e da União Europeia trouxeram de volta o debate sobre a regulação do mercado financeiro e a necessidade dos países controlarem suas contas de capital.

O tema foi debatido nesta terça-feira, 23, em um evento que reuniu especialistas do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa), do Fundo Monetário Internacional, da Universidade de Columbia, e formuladores de políticas econômicas do Brasil e de outros países em desenvolvimento. O seminário Managing the Capital Account and Regulating the Financial Sector: A Developing Country Perspective é organizado pelo Ipea e o Undesa, com apoio do BNDES.

Luciano Coutinho, presidente do BNDES, abriu a programação. Ele ressaltou que os debates sobre a regulação do mercado financeiro vêm em um momento oportuno, já que a tendência é que o excesso de liquidez nos mercados continue nos próximos anos. “A intenção declarada do Federal Reserve é manter a política de Quantitative Easing, de não retrair a liquidez”, afirmou.

Rob Vos, do Undesa, ressaltou o impacto do fluxo de capitais especulativos nas economias emergentes. “Os países em desenvolvimento também estão sofrendo as consequências da crise, o investimento estrangeiro nessas economias causa efeitos colaterais como bolhas e instabilidades”.

Para Paulo Nogueira Batista Jr., do FMI, a crise permitiu reavaliar várias políticas, inclusive aquelas ligadas à regulação financeira, mas os passos nessa direção ainda são tímidos. “O controle de capital está sendo visto como parte do rol de ferramentas, antes eram recomendadas apenas apreciação do câmbio, política fiscal e liberalização da conta de capital, mas essa ideia ainda tem muita resistência nos países desenvolvidos”.
 
Marcio Pochmann chamou atenção para o aspecto social do controle e da taxação do capital especulativo. Para ele, o mercado financeiro contribui pouco para o desenvolvimento. “O setor financeiro segue o mais lucrativo da atividade econômica e não contribui para um fundo voltado ao desenvolvimento”, argumentou. “2015 se aproxima e sabemos que as metas do milênio não serão atendidas em países que tem dificuldade para se financiar”, completou.

Volatilidade
Jose Antonio Ocampo, professor da Universidade de Columbia, apresentou, em um dos painéis, um estudo do FMI que mostra o aumento da volatilidade nos fluxos financeiros. Ele acredita que isso é um desafio para as políticas macroeconômicas. “O fluxo financeiro tem um caráter pró-cíclico e reduz margem de manobra das políticas macroeconômicas anticíclicas”, explicou. “Deveríamos ter sistemas permanentes de controle em vez de improvisar durante as crises”.

O Brasil vem adotando uma série de medidas para conter a entrada de capitais especulativos, lançando mão de taxas sobre aplicações estrangeiras e operações com derivativos. “Controlar apenas o fluxo de capital seria menos difícil, mas temos um grande elefante na sala que são os derivativos”, disse Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. “Taxamos a exposição a esses derivativos, estamos controlando aquilo que foge do hedge tradicional”.

O seminário continua nesta quarta-feira, 24. No segundo dia, serão debatidas as mudanças na regulação internacional desde a crise econômica de 2008. Às 16h, haverá uma conferência pública. Stephany Griffith-Jones, da Universidade de Columbia, Fernando Cardim de Carvalho, da UFRJ, Y.V. Ready, ex-presidente do Banco Central da Índia, Rob Vos e Jose Antonio Ocampo farão uma síntese dos debates no auditório Ronald Treiger, do BNDES, no Rio de Janeiro.   

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