Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Ipea e Sinal assinam acordo

Ipea e Sinal assinam acordo

Cooperação técnica vai permitir análise do sistema financeiro nacional pelas entidades

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) assinaram nesta quinta-feira, 29, um acordo de cooperação técnica para analisar e organizar as propostas de regulamentação do Art.192  da Constituição Federal que serão encaminhadas ao Congresso Nacional.             

O acordo foi assinado durante a abertura do Seminário Regulamentação do Art.192 da Constituição Federal:Desenvolvimento e Cidadania promovido pelo Sinal e Ipea no auditório da Fecomercio em São Paulo na quinta, 29, e sexta-feira, 30.            

Pesquisas do Ipea apontam que a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro depende do crescimento da economia por meio de políticas públicas de acesso ao crédito que garantam o equilíbrio social do País. O Assessor-Chefe da presidência do Instituto, Milko Matjascic, mostrou gráficos e dados das pesquisas durante o primeiro painel do seminário Visão de Futuro para o Sistema Financeiro Nacional.               

Depois de discorrer sobre os períodos que induziram ao baixo crescimento econômico do Brasil nas décadas de 80 e 90, por fatores como ausência de crédito, Matjascic defendeu que o sistema bancário precisa mudar para atender os interesses da sociedade. O número de agências bancárias por habitantes e por regiões brasileiras, por exemplo, de acordo com as pesquisas, compromete o sucesso de políticas públicas de estímulo ao desenvolvimento.             

“O crédito é fundamental para a formação da economia e melhoria das relações de trabalho. O País precisa de instituições alternativas e formas de atendimento que capacitem as populações locais, afirmou o assessor-chefe da presidência do Ipea.

Foram palestrantes nesse primeiro painel o senador Antonio Carlos Magalhães Junior e Sergio Belsito, presidente do Sinal.

 “Banco não quebra, frauda”

Ainda durante o seminário, o deputado João Dado (PDT/SP) sugeriu que os funcionários do Banco Central  reunidos no evento redijam a proposta de uma lei orgânica que lhes dê a prerrogativa do exercício pleno de poder fiscalizador do sistema bancário e financeiro nacional. 

Na visão do parlamentar, “ banco não quebra, frauda”. Ele acredita que problemas ligados à  percepção do sistema financeiro podem ser solucionados com uma atuação mais firme de fiscalização, que ofereça mais segurança ao cidadão comum e, deste modo, promova a inclusão bancária.

Leia mais: Banco Central pode garantir inclusão bancária

Seminário debateu a taxa de câmbio do real

Seminário debateu a taxa de câmbio do real

Em evento realizado no Rio de Janeiro, especialista mostrou análise estatística sobre o câmbio da moeda brasileira

Após a grande valorização do Real no início dos anos 2000, a crise financeira interrompeu a tendência de valorização, em 2008. Desde outubro do ano passado, o valor da moeda voltou a crescer com as novas medidas do governo. A taxa de câmbio do real foi discutida no seminário Fatores da taxa de câmbio do real: uma análise estatística, na última quarta-feira, 28 de abril, na representação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Rio de Janeiro. O estudo foi exposto pelo Diretor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais Carlos Rocca.

O ciclo da alta valorização ocorreu nos anos 2002 e 2003. Entre 2005 e 2006, a maior parte da valorização do real refletiu a desvalorização do dólar no mercado internacional, e a economia brasileira começou a se estabilizar. “Entre 2000 e 2005, os preços das commodities aumentavam e o câmbio não caia. Em 2006 atingimos estabilidade macro e institucional”, afirmou Carlos Rocca. No segundo semestre desta década, segundo Rocca, “a relação forte do real com as commodities veio de carona com a cesta de moedas.”

Com a eclosão da crise em 2008, o real voltou a desvalorizar. “A taxa de câmbio passou a ser mais influenciada pelo movimento internacional de capitais”, disse o Diretor.  Após a crise, a moeda voltou a ser valorizada. A partir de outubro do ano passado, o governo passou a tributar os investimentos estrangeiros em ações com 2% de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), e a valorização da moeda voltou.

No estudo, Carlos Rocca aponta algumas críticas à tributação, entre elas o aumento de custo de capital das empresas brasileiras. “Um dos objetivos do trabalho é fazer uma avaliação preliminar do impacto da nova tributação sobre a taxa de câmbio a partir deste período”, afirmou o Diretor.

 

Brasil está atrasado no acesso à internet em banda larga

Brasil está atrasado no acesso à banda larga

Comunicado do Ipea n° 46 traz situação atual e mostra que apenas redução dos impostos não é suficiente para a universalização do serviço

 

 Foto: Sidney Murrieta
 
O técnico em Planejamento e Pesquisa Luis Cláudio
Kubota apresentou o comunicado

Quando se trata de acesso á banda larga, o Brasil está muito aquém dos países desenvolvidos e mesmo de países como México e Turquia. Apenas 12 milhões de domicílios (21% da população brasileira) têm banda larga. O acesso é praticamente inexistente no Amapá e Roraima. Se continuar assim, o País ficará ainda mais distante do grupo de economias avançadas. Essa é uma das conclusões do Comunicado do Ipea n° 46 Análise e recomendações para as políticas públicas de massificação de acesso à internet em banda larga, divulgado na segunda-feira, 26.

O estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), alerta que a União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da ONU para o setor, classificou o Brasil em 60° lugar em 2009, enquanto a Argentina situou-se em 49º, a Rússia em 48º e a Grécia em 30º lugar. O índice utilizado na classificação refere-se ao comportamento de 11 indicadores do setor internacionalmente comparados.

Um dos problemas alarmantes do Brasil é o gasto médio com banda larga, que, em 2009, equivalia, proporcionalmente, a 4,58% da renda mensal per capita, enquanto na Rússia esse índice era de menos da metade: 1,68%. Já nos países desenvolvidos, essa mesma relação situa-se em torno de 0,5%, ou seja, quase dez vezes menor que no Brasil.

Outro desafio é que, mesmo sujeita a livre concorrência, a oferta do acesso à banda larga é exageradamente concentrada no País. O baixo nível de competição explica, em parte, o elevado preço do serviço e a baixa densidade. A velocidade de acesso também preocupa, pois em 54% dos domicílios com banda larga a velocidade é predominantemente menor ou igual a 1 Mbps.

O técnico Luis Cláudio Kubota apresentou sugestões de políticas públicas para mudar esse quadro. Segundo ele, é preciso aumentar a competição e só a redução dos tributos não vai resolver. Seriam necessárias políticas regionais voltadas para municípios e principalmente para as áreas rurais, em que apenas 3,1% têm acesso à banda larga.

“As medidas regulatórias e sua efetiva implementação têm um papel importante na redução do gap de mercado. Mas em países onde existe uma distribuição de renda muito desigual, como é o caso brasileiro, só esses mecanismos regulatórios não serão suficientes. É necessária a ação do governo em termos de incentivos e subsídios para a inclusão dessas camadas mais desfavorecidas e mais distantes dos grandes centros”, defendeu o pesquisador.

 Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 46

Veja os gráficos de apresentação do Comunicado

Ipea recebe delegação vietnamita

Ipea recebe delegação vietnamita

Durante o encontro, realizado em Brasília, pesquisadores puderam trocar experiências sobre desenvolvimento humano

Foto: Sidney Murrieta
Vietnamitas conheceram pesquisas brasileiras
sobre a área social

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) se reuniram com uma delegação vietnamita na última quarta-feira (28) para estudar experiências do Brasil no setor de empregos e indicadores sociais e desenvolvimento humano do País. O encontro com o Instituto faz parte da missão de estudos Brasil e Vietnã: Diálogos sobre o Desenvolvimento Humano e contou com apresentações dos técnicos do Ipea Alexandre Ywata e Sergei Soares durante a parte da manhã.

 Alexandre Ywata explicou a experiência do Instituto com o Sistema de Informação Geográfica  (SIG) e sua relação com as dinâmicas sociais do Brasil no desenvolvimento da ferramenta Mapas Ipea. Já Sergei Soares demonstrou como se desenvolve uma curva de Lorenz e se calcula o coeficiente de Gini, técnicas em que se analisa a diferença e distribuição de renda.

 Com base em indicadores do período de 1995 a 2008, Sergei demonstrou que o Brasil tem vivido um dinamismo econômico que desencadeou o crescimento da renda do trabalho e acelerada diminuição de disparidades. Segundo o pesquisador, esse dinamismo aumentou a quantidade de ricos e de pobres, mas a distribuição  tem sido cada vez mais justa com os mais necessitados. Sergei disse ainda que, em pouco mais de duas décadas, o Brasil terá números semelhantes aos do Canadá, um dos países menos desiguais do continente americano.

 Durante o encontro, a delegação também tirou dúvidas sobre a participação de empresas e agências não governamentais nas ações de auxílio social e sobre quais fontes de renda da população possuem mais responsabilidade na diminuição de disparidades.

 A vinda da equipe ao Brasil também terá encontros com representantes de órgãos como os Ministérios da Saúde e do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A delegação desembargou na segunda-feira (26) e permanece até a próxima quarta-feira (5).

 

Ipea relançou debate entre Simonsen e Gudin

Livro com a discussão que traçou os rumos da economia brasileira foi reeditado e ganhou análise em obra paralela. Publicações foram lançadas na UFRJ na sexta-feira, 30

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou, nesta sexta-feira, dia 30, no Rio de Janeiro, duas publicações sobre o desenvolvimento nacional. A primeira foi A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira, reedição do famoso debate travado nos anos 1940 entre o professor Eugênio Gudin (1886-1986) e o historiador Roberto Simonsen (1889-1948) sobre planejamento, papel do Estado e desenvolvimento.

O segundo livro é Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945, que trouxe ensaios sobre os impactos dessa discussão na economia brasileira nas décadas seguintes. São duas partes, a primeira de autoria do reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, e da assessora da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Denise Gentil. A segunda parte é do jornalista e historiador Gilberto Maringoni, que traça um perfil analítico de Gudin e Simonsen.

Industrial, Roberto Simonsen foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, além de autor de extensa obra. Eugênio Gudin, engenheiro de formação, foi uma das principais vozes da ortodoxia liberal no Brasil e responsável pela implantação dos cursos de economia no País.      

 Liberais x Desenvolvimentistas

O livro A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira está esgotado desde a década de 1970. O Ipea produziu duas edições - uma nos anos 1980 e outra nos anos 1990. Sua reedição agora coincide com o momento pós-crise, em que o embate entre liberalismo e desenvolvimentismo quanto ao papel do Estado na economia está na linha de frente das discussões. É nesse contexto que o diálogo é retomado e atualizado pelos três autores do livro Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945.

 O lançamento das publicações foirealizado no Instituto de Economia da UFRJ (Avenida Pasteur, 250, Urca, Auditório Dourado), às 11h, com um debate sob mediação do diretor do Instituto de Economia da universidade, João Maurity Sabóia. Participaram os diretores do Ipea João Sicsú (Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas) e Jorge Abrahão de Castro (Diretoria de Estudos e Políticas Sociais).

Desenvolvimento: O debate pioneiro de 1944-1945
Autores:
Aloísio Teixeira
Gilberto Maringoni
Denise Lobato Gentil
Brasília, 2010
A controvérsia do planejamento na economia brasileira (3ª edição)
Autores:
Roberto Simonsen
Eugenio Gudin
Brasília, 2010

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