Debate entre Simonsen e Gudin será lançado na UFRRJ
Publicações do Ipea serão debatidas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta nesta terça-feira, 11, no auditório Paulo Freire do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, as publicações A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira e Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945.
Realizado com o apoio do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o evento contará com um debate sobre os temas abordados nas obras no contexto da atual crise financeira internacional.
O livro A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira é uma reedição do famoso debate travado nos anos 1940 entre o professor Eugênio Gudin (1886-1986) e o historiador Roberto Simonsen (1889-1948) sobre planejamento, papel do Estado e desenvolvimento.
A publicação Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945, por sua vez, traz ensaios sobre os impactos dessa discussão na economia brasileira nas décadas seguintes. A obra teve autoria do reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, da assessora da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Denise Gentil, e do jornalista e historiador Gilberto Maringoni, que traçou um perfil analítico de Gudin e Simonsen. Entre os autores, apenas Aloísio Teixeira não estará presente no debate de lançamento. O mediador será o chefe do Departamento de Ciências Econômicas do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFRRJ, Paulo Roberto da Silva.
Liberais x Desenvolvimentistas
Industrial, Roberto Simonsen foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, além de autor de extensa obra. Eugênio Gudin, engenheiro de formação, foi uma das principais vozes da ortodoxia liberal no Brasil e responsável pela implantação dos cursos de economia no País.
O livro A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira compilou a ácida discussão dos dois autores e esteve esgotado desde a década de 1970. O Ipea produziu duas edições - uma nos anos 1980 e outra nos anos 1990.
Sua reedição agora coincide com o momento pós-crise, em que o embate entre liberalismo e desenvolvimentismo quanto ao papel do Estado na economia está na linha de frente das discussões. É nesse contexto que o diálogo é retomado e atualizado pelos três autores do livro Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945.
Seminário debate economia, política e desenvolvimento
Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Ipea discute conjuntura e perspectivas do desenvolvimento brasileiro no Rio de Janeiro
A Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realiza, em parceria com a Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), o seminário Brasil: Economia, Política e Desenvolvimento. O evento será realizado no auditório do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon – RJ), na Avenida Rio Branco, 109, Centro.
Aberto ao público, o seminário conta com o apoio do Corecon – RJ e da Brasil Veículos. O encontro ocorrerá nos dias 10 e 11 de maio das 18h às 21h. A abertura será feita pelos presidentes Jorge Barreto (Ceperj), João Paulo de Almeida Magalhães (Corecon – RJ) e Julio Cezar Alves de Oliveira (Brasil Veículos) e pelo diretor da Dimac, João Sicsú.
Na segunda-feira,
Na terça-feira, 11, o foco do debate será nas perspectivas do desenvolvimento. Participam o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Luís Fernandes; a coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (PPED/ UFRJ), Eli Diniz; e o advogado; ex-governador da Guanabara e ex-ministro da Previdência Social Raphael de Almeida Magalhães. A mediação será feita pelo vice-presidente do Corecon – RJ, Sidney Pascoutto.
Participação de salários na renda nacional é baixa
Comunicado 47 avalia que a situação no País retrocedeu em 2009 após a crise mundial
Foto: Sidney Murrieta
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Apresentação foi feita em Brasília pelo presidente
do Ipea, Marcio Pochmann
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A participação reduzida da renda dos salários no Brasil indica que ainda há muito que avançar para que o país alcance a condição de nação desenvolvida. A primeira década deste século, contudo, traz dados promissores, pois os salários passaram a recuperar sua participação na renda nacional depois de 50 anos de perdas, uma vez que a renda da propriedade (lucros, alugueis, juros) crescia mais rapidamente que a dos salários.
A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao apresentar, nesta quarta-feira (5), em Brasília, o Comunicado do Ipea nº 47 - Distribuição Funcional da Renda Pré e Pós Crise Internacional no Brasil. O documento aponta que a sustentação da trajetória que o País vinha apresentando no período recente, de ampliação da massa de rendimentos do trabalho na renda nacional, foi menos favorável em 2009 que em 2008, no período pré crise internacional.
“Quando a produtividade não é repassada para o salário, ou pelo menos uma parte dela, isto termina levando a um movimento de concentração da renda nacional”, explicou Pochmann, ao apontar que políticas de juros altos e câmbio valorizado contribuem para essa concentração. Neste ambiente, segundo o presidente do Ipea, as empresas acabam enfrentando pressões de custos e evitam repasses do ganho de produtividade aos salários, tanto para competir no mercado interno quanto no mercado internacional.
Segundo o Comunicado, nesta primeira década do século XXI, o Brasil apresenta uma recuperação da renda nacional que não ocorria há 50 anos. Pochmann observou, no entanto, que o País ainda está longe da participação dos salários na renda nacional no percentual de 57%, que ocorreu no biênio 1959/60. No biênio 2008/09, por exemplo, o documento mostra que esta participação foi de 43,6%.
O documento sugere que no imediato momento de manifestação da crise internacional, entre o final de 2008 e começo de
O presidente do Ipea ressaltou que o indicador de participação dos salários na renda nacional é muito importante, inclusive para considerar se um país é desenvolvido ou não. “Nos países desenvolvidos, os salários representam mais de 2/3 do total da renda, enquanto nos países não desenvolvidos têm uma participação muito menor”, destacou.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 47
Veja os gráficos de apresentação do Comunicado
Seminário analisa impactos do racionamento elétrico
No Rio, pesquisador do Ipea mostra comparação entre firmas afetadas e não afetadas pelo racionamento de 2001-2002
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou na quarta-feira, 5, em sua representação no Rio de Janeiro, o seminário Como firmas reagem a restrições de infraestrutura elétrica? O Caso do racionamento de 2001-2002. O palestrante foi o Técnico em Planejamento e Pesquisa Lucas Ferreira Mation, da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea.
O expositor abordou o racionamento elétrico no Brasil, que ocorreu entre junho de 2001 e fevereiro de 2002. Na apresentação, ele destacou que a inovação do trabalho é acoplar o “quase experimento” do racionamento à estratégia de identificação de impactos de restrições elétricas no nível das firmas. “O racionamento afetou várias regiões. E nesta tese, comparamos as firmas afetadas com as não afetadas”, explicou.
As regiões atingidas foram o Norte, o Nordeste, o Centro-Oeste e Sudeste. O nível dos reservatórios havia caído em todas as regiões, à exceção da Região Sul. “Segundo o governo, o Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) apontava probabilidade de racionamento tão alta quanto a Sudeste, mas, no segundo semestre de 2000, houve muitas chuvas atípicas e os reservatórios puderam se recompor. A partir daí, o quadro mudou”, disse o Técnico.
De acordo com o trabalho apresentado, o racionamento brasileiro afetou as firmas porque não havia a expectativa de que isso pudesse ocorrer. Não houve tempo suficiente para que fossem adotadas medidas preventivas. “O racionamento não foi previsto, e a sociedade foi pega de surpresa. Mesmo assim, vale lembrar que houve uma ajuda voluntária dos consumidores”, ressaltou Lucas Mation. Os dados do trabalho se basearam na Pesquisa Industrial Anual (PIA).
Ipea analisa impacto da crise na distribuição funcional da renda
Comunicado nº 47 traz dados sobre a consequência da crise mundial de 2008 na participação do rendimento do trabalho na renda nacional e na desigualdade pessoal da renda
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira (5), em sua sede em Brasília, o Comunicado nº 47: Distribuição Funcional da Renda Pré e Pós Crise Internacional no Brasil. O estudo é dividido em três partes:
Com informações do IBGE, por meio das Contas Nacionais e da Pesquisa Mensal de Emprego, o Comunicado aponta como a crise internacional de 2008 afetou as trajetórias de participação do rendimento do trabalho na renda nacional e da queda da desigualdade pessoal da renda, medida pelo índice de Gini.
A apresentação do Comunicado n° 47: Distribuição Funcional da Renda Pré e Pós Crise Internacional no Brasil foi feita pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 47
Veja os gráficos de apresentação do Comunicado