Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Pesquisador português fala sobre a crise do euro

Pesquisador português fala sobre a crise do euro
André Azevedo, da Universidade do Porto, apresentou o artigo "A crise do euro à luz do debate entre Hayek e Keynes"

Na última sexta-feira, 4, o Ipea recebeu, no Rio de Janeiro, o professor das Universidades do Porto e Aveiro André Azevedo Alves, que apresentou seu artigo A crise do euro à luz do debate entre Hayek e Keynes para os pesquisadores da casa.

Em sua apresentação, André relatou as diversas causas da crise da moeda europeia. Segundo ele, o principal problema da Zona do Euro é que ela se tornou apenas uma zona econômica e monetária, sem um Estado por trás. “Para ter uma moeda comum, o continente deveria ter instrumentos políticos, orçamentários e fiscais mais controlados e eficientes”, argumentou.

Para o professor português, os pactos existentes atualmente não são suficientes para a manutenção da força da moeda. “Há mecanismos de controle de déficits e de dívida pública, mas Portugal, por exemplo, desde a adoção, só cumpriu uma vez o limite estabelecido. E isso é generalizado.”

Gasto público
Outro fator foi o crescimento dos gastos públicos. Quando os países entraram para a Zona do Euro, receberam muito apoio e transferências de dinheiro, aumentando o gasto da máquina estatal.

“Um dos casos mais comuns é da construção civil. Portugal, em pouquíssimo tempo, construiu 10 grandes estádios de futebol, sendo que possui apenas três grandes times”, contou. O problema também ocorreu nos investimentos em infraestrutura. Uma terceira rodovia foi construída ligando Porto a Lisboa, sem necessidade real, já que as duas existentes supriam bem a região.

Alves propõe algumas soluções, como o corte de 30% nos salários no setor privado, assim como nos do setor público. Ele também considera improvável e desnecessária a saída de países da União Europeia. Para o pesquisador, é preferível manter, mas acertar, criando um ajustamento e um controle mais centralizado.

 

Boletim analisa políticas de inovação no país

Boletim analisa políticas de inovação no país
A 16ª edição do Boletim Radar foi lançada nesta terça-feira, na sede do Instituto, em Brasília

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira, 8, o 16º Boletim Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. A publicação foi apresentada na sede do Instituto, em Brasília.

Os sete artigos da nova edição do Boletim Radar abordam os determinantes dos gastos empresariais em Pesquisa & Desenvolvimento no Brasil; as políticas de inovação, como subvenções e incentivos fiscais, associados à intensidade tecnológica das empresas; o panorama atual do patenteamento brasileiro; os desafios da política industrial no país; e os indicadores de inovação da economia brasileira em confronto com os observados em outros países.

Ao consolidar essas análises – que resultam de pesquisas em andamento no Ipea –, o boletim pretende contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas de inovação e para o planejamento do desenvolvimento do país.

Leia a íntegra do Boletim Radar nº 16

 

Países desenvolvidos terão baixo crescimento

Países desenvolvidos terão baixo crescimento
Comunicado mostra que nos próximos anos economia mundial será impulsionada pelos países em desenvolvimento

O crescimento de Estados Unidos, Japão e Europa (exceto a Alemanha) será tímido neste ano e nos próximos. A previsão está no Comunicado 119 – Estados Unidos, Europa e China no contexto da crise financeira internacional, divulgado nesta quinta-feira em coletiva pública na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A apresentação foi feita pelo assessor técnico da Presidência do Instituto, Lucas Ferras Vasconcelos, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), Cláudio Hamilton.

“O cenário é diferente do que certamente acontecerá nos países em desenvolvimento”, afirmou Vasconcelos. A contribuição para o crescimento mundial, portanto, será maior por parte dos países emergentes. O técnico do Ipea explicou que a crise econômica de 2008 teve forte impacto na economia mundial, que, de 2005 a 2007, cresceu em média 5% ao ano. Em 2008, porém, a taxa ficou em 2,8%, e no ano seguinte, com a piora do quadro de crise, foi negativa (-0,7%). Em 2010, o crescimento retornou, mas os países desenvolvidos, especialmente Estados Unidos e Europa se recuperam muito lentamente.

Estados Unidos

Na crise de 2008, de acordo com Vasconcelos, o governo americano reagiu com fortes políticas intervencionistas, nos âmbitos monetário e fiscal, e conseguiu sanear o mercado financeiro do país, mas, mesmo com incentivos fiscais, a atividade econômica não ganhou força. “Desde o início de 2011, temos uma situação de semi-estagnação da economia norte-americana, por conta do baixo crescimento do consumo e instabilidade do investimento”, concluiu.

O desempenho econômico ruim teve consequências no mercado de trabalho. A taxa de desemprego quase dobrou: de 4,6%, em 2007, para 9,1% em 2011. “A instabilidade fez com que os empresários protelassem seus investimentos”, disse. O assessor da presidência não prevê, no entanto, uma crise fiscal nos EUA. “Como os Estados Unidos são distribuidores da moeda chave mundial, há garantia sólida de seus títulos”.

Europa

Na Zona do Euro, também há a perspectiva de baixo crescimento econômico e alto desemprego, mas a situação é pior porque existem riscos de uma crise fiscal e bancária. Segundo Lucas Vasconcelos, Portugal tem atualmente 12% de desempregados, Grécia e Irlanda, 15%, e Espanha, 20%. “A situação nesses países é crítica, com aumento significativo da dívida pública. Na Irlanda, a dívida pública compromete hoje 70% do PIB”, afirmou.

Os bancos europeus sofreram forte impacto da crise americana, o que obrigou os governos a arcarem com gastos bastante altos em planos de salvamento do sistema financeiro, gerando o quadro atual de fragilização das contas públicas. Países em melhor situação, na avaliação de Vasconcelos, não querem se dispor a salvar os mais problemáticos.

“De quando em quando vão surgir problemas políticos, devido as dificuldade de solidez de papéis públicos, e a Zona do Euro poderá dar soluções localizadas para problemas nesses países. O quadro é mais grave na região, pois, além de baixo crescimento e alto desemprego, há uma ameaça latente de crise bancária, que vai se estender por algum tempo”, previu.

China

Na China, a preocupação do governo, desde fim de 2010, não é com crescimento econômico, mas com agravamento do quadro inflacionário, afirmou Lucas Vasconcelos. “Em 12 meses, a inflação aumentou, chegando a 6,5% em julho, principalmente no setor de alimentos, mas provavelmente isso não implicará em dificuldades para o governo chinês”, alegou.

Depois de 2008, a estratégia chinesa de recuperação foi muito bem sucedida. Segundo Cláudio Hamilton, no caso do país asiático, em meio à maior crise dos últimos 50 anos, seu crescimento passou de 11% para 9%. “A China vive um grande programa de investimento infraestrutural e de atendimento à demanda interna, movimento que dificilmente vai amainar nos próximos anos, por isso o otimismo”, finalizou.

Leia a íntegra do Comunicado 119 – Estados Unidos, Europa e China no contexto da crise financeira internacional

Veja os gráficos da apresentação do Comunicado

 

Melhora a qualidade do desenvolvimento brasileiro

Melhora a qualidade do desenvolvimento brasileiro
Subíndices inserção externa e crescimento econômico foram responsáveis pelo aumento registrado no Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD)

A média geral do Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD) em agosto ficou em 282,94 pontos, o que significa 5,72 pontos a mais daquilo que foi registrado no índice anterior, referente a julho.

A divulgação do IQD foi feita nesta terça-feira, 1º, durante coletiva pública realizada na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, pelos assessores técnicos da Presidência do Instituto, Lucas Ferraz Vasconcelos e Sandro Sacchet de Carvalho.

Vasconcelos afirmou que a pontuação geral ainda classifica a qualidade do desenvolvimento brasileiro como instável e ressaltou que o objetivo do índice é mensurar o quanto esse crescimento é sustentável e gera bem-estar para a população.

Sacchet destacou que o estudo fornece subsídios para a discussão a respeito da sustentabilidade econômica do país. “É uma ferramenta para discutir quais caminhos o desenvolvimento brasileiro percorre e para estudar correções na sua trajetória”.

A melhora do índice foi alavancada, segundo Sacchet, pelos subíndices de crescimento econômico (de 268,07 para 277,91 pontos) e de inserção externa (de 236,48 para 243,24 pontos), principalmente o primeiro. O subíndice de bem-estar permaneceu estável em relação a julho: 342,59 pontos.

O assessor da Presidência do Ipea alertou para o fato de que o item de preservação do meio ambiente foi menor do que deveria em agosto, o que prejudicou o desempenho do subíndice de crescimento econômico.


Leia a íntegra da edição de agosto do Índice de Qualidade do Desenvolvimento

 

Estudo discute EUA, Europa e China na crise mundial

Estudo discute EUA, Europa e China na crise mundial
Comunicado nº 119, divulgado nesta quinta-feira, em Brasília, foi produzido pelo grupo de trabalho do Ipea sobre a crise.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira, 3, às 14h30, o Comunicado nº 119 – Estados Unidos, Europa e China no contexto da crise financeira internacional. O estudo foi divulgado pelos técnico de Planejamento e Pesquisa Lucas Ferraz Vasconcelos e Cláudio Hamilton, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bl. J, Ed. BNDES/Ipea, auditório do subsolo).

O Comunicado é um texto síntese produzido pelo grupo de trabalho do Ipea sobre a crise internacional. O documento traça um panorama sobre a situação atual de Europa, Estados Unidos e China e apresenta algumas projeções sobre o comportamento das economias dessas regiões no curto prazo. Também são analisados sinteticamente os efeitos para as economias mundial e brasileira das medidas adotadas pelos países em questão, como o “afrouxamento quantitativo” da política monetária dos EUA e a tentativa de “pouso suave” da economia promovida pelo governo chinês.

Leia a íntegra do Comunicado 119 - Estados Unidos, Europa e China no contexto da crise financeira internacional.

Oficina debate a Região Metropolitana do Recife

Oficina debate a Região Metropolitana do Recife
Evento tem programação voltada para os temas sustentabilidade das cidades e assentamentos precários

No dia 10 de novembro, quinta-feira, será realizado a oficina Sustentabilidade das cidades e assentamentos precários: Região Metropolitana do Recife, na Fundação Joaquim Nabuco, situada na Avenida 17 de agosto, nº 2187, Recife (PE).

O evento é resultado da parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), o Observatório de Políticas Públicas e Práticas Socioambientais (UFPE/Fase), e a Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco.

O objetivo da oficina é apresentar os resultados da pesquisa Tipologia e Caracterização Socioeconômica dos Assentamentos Precários: Região Metropolitana do Recife e promover reflexões sobre a questão urbana das metrópoles brasileiras, com foco nas áreas mais pobres da Região Metropolitana do Recife (RMR) e seus assentamentos precários.

Programação:

Dia 10 de novembro, quinta-feira

Manhã:

9h
Abertura: Fernando Freire (Presidente da Fundaj); Morvan de Melo Moreira (Dipes/Fundaj); Maria da Piedade Moraes (Dirur/Ipea); Antônio Alexandre da Silva Júnior (Presidente Agência Condepe/Fidem); Ermelinda Maria Gonçalves da Silva (Prefeitura do Recife); Maria Ângela de Souza Almeida (Observatório/UFPE/Fase)

9h30
Tema geral: Tipologia e caracterização socioeconômica dos assentamentos precários: Região Metropolitana do Recife (RMR)

O lugar dos pobres na cidade. Os processos recentes de expansão dos assentamentos precários na RMR
Helenilda Cavalcanti (Dipes/Fundaj)

Dinâmica Espacial na RMR
Maria Ângela de Souza (Observatório/UFPE/Fase)

Os assentamentos precários na RMR: Métodos para caracterizar a condição de precariedade e os processos de expansão das áreas pobres
Lívia Miranda – (UFCG/Observatório PE)

Diferentes tipos de áreas pobres na RMR: caracterização e morfologia dos assentamentos
Norah Neves – (SEPLAG/GOV. PE)

10h30
Debate

11h
Os Assentamentos Precários nas Regiões Metropolitanas Brasileiras: uma possível comparação
Maria da Piedade Moraes (Dirur/Ipea)

11h30
Debate

Tarde:
Tema geral: Medição, pobreza e sustentabilidade das regiões metropolitanas

14h30
Sustentabilidade das cidades metropolitanas
Margareth Alheiros (UFPE)

15h
Tipologias dos Assentamentos Precários. Medição e quantificação. Uma questão de método
Socorro Leite (Habitat Brasil)

15h30
Atlas Metropolitano do Recife e os Assentamentos Precários
Graça Paiva

16h
As políticas atuais para os Assentamentos Precários
Rossane Dinalde – Fundação Universidade Federal do ABC (UFABC)

16h30
Debate

17h30
Visualização dos Próximos Passos
Maria do Socorro Araújo (Dipea/Fundaj); Helenilda Cavalcanti (Dipes/Fundaj); Maria Ângela de Souza (Observatório/UFPE/Fase); Maria da Piedade Moraes (Dirur/Ipea).

18h Encerramento

 

RS recebeu curso do Ipea e Centro Celso Furtado

RS recebeu curso do Ipea e Centro Celso Furtado

Aulas sobre macroeconomia e desenvolvimento econômico em Caxias do Sul foram de 26 a 28/10

Nos dias 26,27 e 28 de outubro de 2011, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu o curso Macroeconomia e Desenvolvimento Econômico, juntamente com o Centro Internacional Celso Furtado, em Caxias do Sul. O evento contou com a presença de 21 participantes e proporcionou aos professores e alunos em fase de conclusão de curso aprofundamento nos conhecimentos relacionados às teorias do desenvolvimento econômico e fundamentos macroeconômicos.

Para a coordenadora do Curso de Ciências Econômicas Universidade de Caxias do Sul (UCS), Jacqueline Maria Corá, o principal objetivo das atividades foi proporcionar aos professores e alunos uma reciclagem. "O conteúdo e a didática utilizada possibilitaram uma revisão de conceitos e teorias, bem como questionamentos que são extremamente relevantes, tanto para a atuação do professor na academia, quanto para a atuação junto às entidades ou empresas em que professores e alunos também atuam," disse Jacqueline.

Durante os três dias, os palestrantes – o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Victor Leonardo de Araújo, o presidente do Comitê Científico do Centro Internacional Celso Furtado, Carlos Pinkusfeld e o professor e membro do Centro Internacional Celso Furtado, Fernando Ferrari – desenvolveram temas relacionados à macroeconomia (determinantes do comportamento do PIB e do emprego, enfatizando o papel da política econômica), ao desenvolvimento econômico (em dois ângulos: histórico e teórico), e aos desafios para o crescimento e desenvolvimento do Brasil.

A conferência de encerramento do curso ofereceu uma síntese do desenvolvimento brasileiro, explorando as barreiras que o país terá de ultrapassar e as condições de que dispõe para que isso ocorra. Jaqueline espera que a parceria com o Ipea continue visando à qualificação do corpo docente do curso de Ciências Econômicas e também promovendo o debate, junto aos diferentes grupos, a respeito das questões que envolvem os desafios para o desenvolvimento econômico da região.

Confira a programação do curso em Caxias do Sul

Ipea analisa a qualidade do desenvolvimento

 Ipea analisa a qualidade do desenvolvimento

Oitava edição do IQD foi divulgada na terça-feira, 1º de novembro, na sede do Instituto, em Brasília.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira (1º de novembro), a oitava edição de 2011 do Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD). O IQD é uma pesquisa realizada periodicamente que avalia se o desenvolvimento vivido pelo país tende a se sustentar ao longo do tempo e se o crescimento econômico promove o bem-estar e a distribuição de renda.

O estudo foi apresentado na sede do Instituto, em Brasília. A pesquisa qualifica o desenvolvimento a partir de três dimensões (qualidade do crescimento, qualidade da inserção externa e qualidade do bem-estar), em patamares que vão de péssimo (0 a 100 pontos) a ótimo (400 a 500 pontos), passando pelo nível instável (200 a 300 pontos), em que a economia cresce, mas não necessariamente de forma constante e com distribuição.

Acesse a íntegra da edição de agosto do Índice de Qualidade do Desenvolvimento.

Ipea seleciona propostas para pesquisa em rede

Ipea seleciona propostas para pesquisa em rede

Instituições vão compor plataforma com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Inscrições vão até o dia 10

O Ipea lançou a Chamada Pública Ipea/Proredes nº 01/2011, no âmbito do Subprograma de Apoio a Redes de Pesquisas, que abre processo seletivo para propostas de interessados em participar da Plataforma Ipea de Pesquisa em Rede, a qual reunirá instituições de todas as regiões do país.

Poderão participar desta Chamada instituições, entidades e centros de pesquisa, planejamento e estatística, universidades, associações e sociedades de pós-graduação, entidades de fomento à pesquisa que desenvolvam atividades de planejamento, pesquisa socioeconômica e ambiental e/ou que gerenciem estatísticas, inclusive aquelas representativas de pesquisadores, de reconhecido interesse público, sejam públicas ou privadas, sem fins lucrativos.

A instituição proponente, responsável pela execução do projeto, deverá ser constituída sob as leis brasileiras e ter sua sede e administração no Brasil. O prazo para inscrições vai até 10 de novembro de 2011. Acesse a Chamada para obter todas as informações sobre a seleção.

Grandes investimentos exigem atuação coordenada
 

Grandes investimentos exigem atuação coordenada
Oficina em Pernambuco discutiu a cooperação entre municípios de regiões que recebem projetos de desenvolvimento

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) organizou em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife, uma oficina de trabalho para discutir o planejamento do desenvolvimento regional e a cooperação federativa em áreas que recebem grande volume de investimentos, como é o caso do Porto de Suape, em Pernambuco. O evento foi realizado em parceria com a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, o governo de Pernambuco e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Durante os dias 26 e 27, gestores locais e especialistas do Ipea e outras instituições federais como BNDES, Petrobras e Sudene buscaram apontar soluções para que municípios afetados pelos impactos dos investimentos consigam dar conta do aumento da demanda por infraestrutura econômica e outros serviços públicos (habitação, transportes e serviços socioambientais).

Estimativas da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Condepe/Findem), feitas em 2008, previam a aplicação de US$ 6,2 bilhões de reais em refinarias, siderúrgicas, estaleiros e outros empreendimentos em Suape. Isso significaria a criação de 215 mil novas vagas de trabalho e atração, até 2035, de 400 mil habitantes.

A Condepe considera que as consequências sociais, urbanas e ambientais do desenvolvimento do porto serão sentidas principalmente em cinco municípios da região metropolitana do Recife: Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Escada, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

“Atualmente, os investimentos em Suape já se aproximam de R$ 40 bilhões. É um impacto imenso, em uma área geográfica relativamente pequena, precisamos de uma intervenção organizada nesse novo ciclo de desenvolvimento”, afirmou Antônio Alexandre da Silva Junior, diretor-presidente da agência pernambucana. “Nós conhecemos as consequências do desenvolvimento sem planejamento, que provoca degradação ambiental e social, como em Cubatão (SP) e Macaé (RJ)”, argumentou Elias Gomes, prefeito de Jaboatão.

Cooperação federativa
A cooperação federativa – atuação coordenada entre municípios vizinhos e os governos estadual e federal – foi um dos caminhos discutidos na oficina. “Em situações de desenvolvimento acelerado, os municípios são forçados a enfrentar uma pressão por serviços públicos que estão além das suas capacidades. Para esses problemas, a cooperação é útil porque traz economias de escala e evita concorrência entre entes”, explicou Paulo de Tarso Linhares, técnico do Ipea.

Outras regiões no país enfrentam os mesmos dilemas de Suape. O entorno de Bacabeira, no Maranhão, que receberá uma refinaria da Petrobras, é um exemplo. Os municípios vizinhos ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) também vivem situação semelhante. Por isso, uma das preocupações da oficina foi compartilhar experiências de cooperação. Foram apresentados os casos do Consórcio de Desenvolvimento do Leste Fluminense e do Consórcio do Alto Paraopeba (MG).

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