Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Desaceleração econômica contém queda da pobreza

Desaceleração econômica contém queda da pobreza

Impacto da crise, contudo, é distinto nas seis maiores regiões metropolitanas do país, aponta Comunicado nº 114

De 2002 a 2011, 4,2 milhões de pessoas saíram da situação de baixa renda (até meio salário mínimo mensal per capita) nas seis principais regiões metropolitanas (RMs) do País, o que equivale a 24,8% de queda neste segmento: de 17 milhões de pessoas, em 2002, para 12,8 milhões, em julho de 2011. A diminuição, contudo, ocorreu de forma distinta nas seis RMs e foi impactada pela desaceleração econômica de 2011.

Essas são as principais conclusões do Comunicado do Ipea nº 114 – Trajetórias da população de baixa renda no mercado de trabalho metropolitano brasileiro, divulgado na terça-feira (27), em São Paulo, pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann.

Com dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME/IBGE), o estudo traz números totais e para cada uma das seis principais RMs do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

“A desaceleração da economia nesses primeiros meses do ano não impediu que houvesse retirada de pessoas da situação de baixa renda, mas reduziu seu ritmo”, afirmou Pochmann. A taxa de pessoas com renda inferior a meio salário mínimo mensal em relação à população economicamente ativa nas RMs, que era de 39,1% em 2002, foi para 27,1%, em 2011, queda em termos percentuais de 30,7%.

Crescimento vigoroso
“Essa taxa poderia ser de 25,2% hoje se o crescimento tivesse continuado nos mesmos patamares”, acrescentou. As diferentes trajetórias de queda nas RMs ainda alteraram sua ordem quanto à quantidade de trabalhadores com renda precária no Brasil metropolitano. Das seis RMs, três perderam participação na quantidade total de pessoas de baixa renda per capita.

Belo Horizonte respondia por 12%, em 2002, e passou a 9% em 2011; São Paulo possuía 36,8%, em 2002, e foi para 33,1%; e Porto Alegre, que tinha 7,5%, em 2002, caiu para 6,7% em 2011. Sofreram aumento relativo na quantidade de trabalhadores com renda precária Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

“O que fica claro é que, em algumas regiões, não basta haver crescimento econômico para melhorar a renda dos estratos mais baixos. Este crescimento tem de ser vigoroso”, explicou Pochmann.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea no 114 – Trajetórias da população de baixa renda no mercado de trabalho metropolitano brasileiro

Veja os gráficos da apresentação

 

Instituto abre chamada pública de Ciências Humanas

Ipea abre chamada pública de Ciências Humanas

Pesquisadores de diversos campos das Ciências Humanas podem enviar candidaturas até 11 de outubro

O Ipea recebe até 11 de outubro candidaturas para a Chamada Pública PROESP Nº 002/2011. As propostas de trabalhos científicos são referentes ao tema do Desenvolvimento na área de ciências humanas, na esfera do Subprograma de Apoio a Projetos Especiais (Proesp) e do Programa de Mobilização da Competência Nacional para Estudos sobre o Desenvolvimento (Promob).

O objetivo da Chamada Pública é incentivar a elaboração de estudos que formem um painel do Estado das Artes nos vários campos temáticos das ciências humanas (Economia, Ciência Política, Sociologia, Antropologia, Estudos Regionais e Urbanos, Direito, Serviço Social, Comunicação, História e Educação). Os resultados serão divulgados no Diário Oficial da União (DOU) e na página do Ipea na internet a partir de 21 de outubro.

Para apresentar uma proposta, o candidato deve preencher seus dados pessoais e acadêmicos no Sistema de Cadastro de Bolsista, disponível no portal do Ipea. Mais informações sobre a seleção podem ser obtidas pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones (61) 3315-5523 e 3315-5219.

Leia a íntegra da Chamada Pública PROESP nº 002/2011

Ipea promove curso sobre Políticas Públicas

Ipea promove curso sobre Políticas Públicas

 

As inscrições para o IV Curso de Aperfeiçoamento em Desenvolvimento e Políticas Públicas vão até dia 6 de outubro

Estão abertas as inscrições para o IV Curso de Aperfeiçoamento em Desenvolvimento e Políticas Públicas, promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte). Dirigido a gestores e técnicos do setor público federal que atuam na formulação, gestão, implementação, avaliação, controle e regulação de políticas públicas na área de desenvolvimento, o curso será ministrado de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 12h, no período de 17 de outubro a 1º de dezembro.

O objetivo é proporcionar formação em nível de aperfeiçoamento nas áreas de Desenvolvimento e Políticas Públicas, levando-se em consideração o desenvolvimento como objetivo maior da ação governamental. Composto de três módulos, ele abordará os temas Teorias do Desenvolvimento Econômico e Formação Econômica e Social do Brasil; Política Social e Desenvolvimento e Políticas Públicas: formulação, monitoramento e avaliação; e por fim, Experiências Latino-americanas. Serão 192 horas, sendo 132 para as disciplinas e 60 para a elaboração do trabalho final na forma de artigo/paper.

As inscrições podem ser feitas até 6 de outubro. A seleção será por meio de análise de currículo e entrevista. Para participar, é necessário apresentar carta de liberação do órgão do qual o interessado seja servidor. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 3315-5649 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Veja mais informações

Acesse o formulário para inscrição no curso

São Paulo recebeu primeira Code regional

São Paulo recebeu primeira Code regional

Ipea levou os debates da Conferência do Desenvolvimento para a USP-Leste, na capital paulista

Estudantes, professores e público em geral participaram dos debates da edição paulista da Conferência do Desenvolvimento (Code), realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP-Leste), na Zona Leste da capital paulista, na segunda-feira (26).

O evento foi organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a EACH-USP, e abriu uma série de Codes regionais que acontecerão pelo país.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, e o coordenador do curso de Gestão de Políticas Públicas, Fernando Souza Coelho, fizeram, pela manhã, a abertura da conferência. Coelho felicitou o Ipea pela iniciativa de levar o debate sobre desenvolvimento para São Paulo.

Em sua palestra, Pochmann traçou um panorama histórico a partir da revolução industrial, chegando à situação atual do Brasil e à questão das escolhas estratégicas sobre desenvolvimento e planejamento do Estado nas últimas duas décadas. Segundo o presidente do Ipea, o mundo tem hoje novos centros dinâmicos e o Brasil é um deles.

“Qual será nosso reposicionamento? Seremos a fazenda, a mineradora? Ou seremos o país do valor agregado e do conhecimento? Conhecimento hoje é um dos principais ativos de uma sociedade”, disse Pochmann.

Gestão pública
No primeiro debate da tarde, o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Alexandre Gomide, foi o moderador do painel Desafios Contemporâneos da Gestão Pública e Tendências Emergentes, com participação das professoras Telma Menicucci (DCP/UFMG) e Maria Rita Loureiro (FGV/SP) e do técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Roberto Pires.

A mesa abordou as mudanças e reformas da administração pública nas últimas décadas e os possíveis novos modelos que se apresentam para a reformulação do aparato organizacional do Estado. Um ponto comum do debate foi que a modernização do Estado passa pela reafirmação da importância da burocracia – não no sentido pejorativo que a palavra ganhou com o tempo, mas no sentido weberiano.

O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro, encerrou os debates do dia com o painel Programas e Gastos Sociais, abordando as políticas sociais do Estado nas últimas décadas e seus reflexos na condição de vida de milhões de brasileiros.

A próxima edição da Code regional será na Bahia, nos dias 4 e 5 de outubro (inscrições abertas), e antecipará a 2ª edição da Code nacional, que ocorrerá em Brasília, de 23 a 25 de novembro (também com inscrições abertas). No ano passado, a primeira edição da Code, em Brasília, reuniu mais de oito mil pessoas em Brasília.

Inscrições para Code Bahia

Inscrições para Code nacional

Evento debaterá atuação do país em operações de paz

Evento debaterá atuação do país em operações de paz

Seminário será nesta quinta-feira, 29, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Um seminário promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ, vai debater “As operações de paz e a inserção internacional do Brasil”. Organizado pela Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) do Instituto e pelo programa de graduação em Relações Internacionais da PUC-RIO, o evento será realizado das 9h às 18h desta quinta-feira, 29, no Auditório Del Castilho (Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea).

O objetivo do seminário é discutir a participação brasileira nas operações de paz das Nações Unidas, avaliando os resultados da atual política brasileira quanto ao tema, as lições apreendidas e as possibilidades de que experiências internacionais possam ser utilizadas pelo Brasil. Também entrará na pauta do evento o impacto destas participações nos países receptores e no prestígio do Brasil no cenário internacional.

Na programação, o General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que fará um relato de sua experiência como comandante do contingente militar da Minustah (Força de Paz da ONU no Haiti) e Norberto Moretti, do Ministério das Relações Exteriores, que tratará do papel do Brasil e das missões de paz na segurança internacional contemporânea. 

O seminário também terá Eduarda Hamman, da Agência de Cooperação Social Igarapé, com a evolução da participação de civis em operações de paz e os desafios para o futuro; e Kai Michael Kenkel, da PUC - Rio, com uma exposição sobre as operações de paz como um nicho para a inserção internacional de potências emergentes.

Reginaldo Nasser, da PUC-SP, falará sobre os processos de reconstrução da paz, discutindo as experiências já ocorridas e os problemas enfrentados. Marta Moreno e Maíra Siman, ambas da PUC - Rio, levantarão outro olhar sobre a participação brasileira na Minustah, a partir de uma abordagem pós-colonial. Rodrigo Fracalossi de Moraes, técnico em Planejamento e Pesquisa do Ipea, fará uma exposição sobre como o comércio internacional de armas tem sido um obstáculo aos objetivos das operações de paz.

PROGRAMAÇÃO

9h00-9h30
Abertura

9h30-11h
Tropas estrangeiras no Haiti: a experiência de um force commander
General-de-Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Exército Brasileiro)

11h00-12h
O Brasil, as missões de paz e a segurança internacional contemporânea
Ministro Norberto Moretti (Ministério das Relações Exteriores)

12h00-12h45
A dimensão civil das operações de paz: novo espaço para a inserção do Brasil
Eduarda Hamann (Igarapé – Agência de Cooperação Social)

Almoço

14h00-14h45
As operações de paz como nicho diplomático da potência emergente Brasil
Kai Michael Kenkel (PUC/RJ)

14h45-15h30
Processos de reconstrução da paz
Reginaldo Nasser (PUC/SP)

15h30-16h15
Uma visão pós-colonial sobre a participação do Brasil na Minustah
Marta Moreno (PUC/RJ)
Maíra Siman (PUC/RJ)

16h15-17h
Comércio de Armas e Missões de paz: governança e “desgovernança” na gestão internacional de conflitos
Rodrigo Fracalossi de Moraes (Ipea)

População ocupada de baixa renda é tema de estudo

População ocupada de baixa renda é tema de estudo

Comunicado do Ipea nº114 foi divulgado na terça-feira, 27, no escritório da Presidência da República em São Paulo

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira, 27, o Comunicado nº 114 - Trajetórias da população de baixa renda no mercado de trabalho metropolitano brasileiro. O estudo foi apresentado pelo presidente do Instituto, Marcio Pochmann, no escritório da Presidência da República em São Paulo.

O Comunicado faz, a partir de informações da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, uma análise atualizada a respeito da população ocupada de baixa renda nas metrópoles brasileiras. O estudo do Ipea considerou de baixa renda pessoas ocupadas com rendimento familiar per capita de até meio salário mínimo mensal. Foram observadas a evolução dos números absolutos e relativos do conjunto das metrópoles e também a tendência específica de cada uma das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 114

Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 114


Carros flex reduziram preços dos combustíveis

Carros flex reduziram preços dos combustíveis
Consumidores economizaram, em 2007, cerca de R$ 70 milhões no Rio de Janeiro

O aumento na frota de carros flex reduziu os preços do etanol e da gasolina, afirmou o pesquisador Leonardo Rezende, da PUC-RJ, no seminário Carros flex e competição nos mercados de varejo de etanol e gasolina, nesta quarta-feira, 21, na representação do Ipea no Rio de Janeiro.

Desde 2008, 94% dos novos emplacamentos são de carros bicombustíveis. Um estudo coordenado por Rezende analisou como essa nova realidade afetou o comportamento dos preços da gasolina e do etanol. A hipótese era de que a concorrência entre os postos poderia levar a uma queda nos valores cobrados. Para a pesquisa, foram utilizados dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Considerando o volume de vendas e o tamanho da frota de automóveis flex em 2007, Rezende estimou uma economia para o consumidor em torno de R$ 70 milhões no Rio de Janeiro. “Há elevado grau de substituição entre gasolina e etanol e o perfil do motorista de carro flex é mais exigente. Consequentemente, os postos de combustível respondem estrategicamente”, concluiu.

 

Transporte sustentável deve ser prioridade no DF

Transporte sustentável deve ser prioridade no DF
No segundo dia de atividades da Semana da Mobilidade, foram debatidos os problemas e soluções de mobilidade em Brasília

Representantes da sociedade civil puderam dialogar diretamente com membros do governo e de organizações ligadas ao tema da mobilidade sobre políticas de transportes para o Distrito Federal. A mesa-redonda Desafios da Mobilidade Urbana se realizou na tarde desta quinta-feira, 22, na sede do Ipea, em Brasília.

A mesa teve início com Bernardo Baranda, diretor do Institute for Transportation and Development Policy (México). Baranda apresentou os dez princípios da mobilidade urbana: ande a pé; use meios de transporte coletivos e movidos a força humana; estabeleça limites para o uso do veículo privado; valorize veículos de entrega menores, mais limpos e silenciosos; misture áreas residências e comerciais; preencha os espaços; adéque áreas urbanas à história, ao ambiente natural e às tradições étnicas; conecte as quadras e faça durar.

José Walter Filho, secretário de Transportes do governo do Distrito Federal, reafirmou a importância do que Baranda disse sobre conciliar transporte e desenvolvimento, mas rebateu alguns princípios apresentados. Para o secretário, Brasília apresenta diferenças: “A capital foi pensada para não misturar, por isso existem os setores e áreas. A qualidade de vida aqui também está muito ligada aos espaços vazios”.

Roberto Lennox, representante do SOS Clima Terra, falou sobre as mudanças climáticas como principal elemento a disciplinar o transporte. Segundo Lennox, os veículos de locomoção são responsáveis por 9% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil e, por isso, é necessário priorizar o transporte público coletivo. “No Brasil, 17 estados tiveram catástrofes naturais este ano, como enchentes e deslizamentos. Além dos R$ 5 bilhões de prejuízo, são milhares de mortes, conseqüências das mudanças no clima”.

 

Apenas um terço das familias brasileiras paga IPTU

Apenas um terço dos brasileiros paga IPTU
A arrecadação municipal no Sudeste é até três vezes superiores às demais regiões

As parcelas mais pobres da população pagam proporcionalmente mais impostos municipais, embora os ricos sejam os que contribuem com maior volume de recursos para tributos como o IPTU, ISS e ITBI. Essas são informações que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na terça-feira, 20, no Rio de Janeiro, no Comunicado n° 112 – O uso dos instrumentos de financiamento para a política urbana no Brasil.
 
Apenas 32% dos domicílios brasileiros pagam IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), com concentração nos imóveis de maior valor. Só que os contribuintes de imóveis de valores mais baixos pagam percentuais até cinco vezes superiores aos da classe de 10% dos imóveis mais caros do Brasil.

Segundo o técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos (Dirur) do Ipea, Pedro Humberto de Carvalho Júnior, a arrecadação dos municípios do Norte e Nordeste teve um crescimento real superior a 300% entre 1999 e 2008, mas, devido aos seus baixíssimos indicadores, os municípios do Sudeste ainda tinham uma arrecadação própria per capita três vezes superior em 2008.

Essas diferenças regionais foram ainda mais marcantes com relação ao IPTU. Cada municipalidade tem autonomia para determinar o valor e a estrutura de alíquotas, mas o excesso de isenções e descontos, a inadimplência, aliada a Plantas Genéricas de Valores defasadas tornaram a arrecadação do imposto muito baixa na maior parte das cidades brasileiras.

O estudo divulgado pelo Ipea também analisou as chamadas outorgas onerosas, que são instrumentos usados pelo Poder Público, principalmente o municipal, para permitir a construção de imóveis acima do gabarito básico de determinadas regiões, mediante pagamento de contrapartida financeira. “Os municípios têm incrementado a arrecadação com as outorgas onerosas, utilizadas para revitalizar certas áreas das cidades, mas ainda não há estudo de caso específico para avaliar se os resultados para a política urbana são os esperados”, acrescentou Carvalho.

 Leia a íntegra do Comunicado 112

 

Estudo discutiu mobilidade e poluição veicular

Estudo discutiu mobilidade e poluição veicular

 

No dia Mundial sem Carro, Comunicado ressalta a necessidade de políticas de incentivo ao transporte coletivo

No Dia Mundial sem Carro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que aborda a poluição atmosférica provocada por veículos automotores. O Comunicado do Ipea nº 113 foi apresentado nesta quinta-feira, 22, em uma coletiva pública que integrou a programação da Semana da Mobilidade.

O Comunicado revela, com base em dados do Ministério do Meio Ambiente, que entre 1980 e 2009, as emissões, por veículos, de gases do efeito estufa cresceram 3,6% ao ano, em média. Com o aumento da frota e o uso maior do transporte individual, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) lançada na atmosfera deve crescer em ritmo mais acelerado até 2020 (4,7% ao ano).

“Nossa taxa de motorização é muito inferior a de países desenvolvidos, nos EUA e Europa a média é de 70 veículos por habitantes e, no Brasil, apenas 15. A tendência, no entanto, é que ela suba muito rapidamente. O automóvel emite, por pessoa, até 36 vezes mais CO2 que o metrô”, argumentou Carlos Henrique Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.  

Se os poluentes causadores do efeito estufa estão aumentando, por outro lado, a contaminação das cidades por gases locais, que afetam diretamente a saúde das pessoas, foi reduzida nos últimos quinze anos. Desde meados da década de 1980, a emissão de poluentes como o monóxido de carbono, o óxido de enxofre e o ozônio foi controlada, principalmente por causa de políticas públicas que exigiram melhorias na tecnologia dos carros.

“Hoje o veículo a diesel emite 10% de gases locais que emitia há anos atrás. Isso ocorreu porque o Proconve (Programa de Redução de Emissões de Veículos Automotores) foi bem sucedido. O problema é que já chegamos ao limite da tecnologia, daqui para frente teremos poucos ganhos”, comentou Carlos Henrique.

Políticas Públicas
Os pesquisadores do Ipea alertam que o país chegou a um ponto de inflexão e que o aumento da frota vai, consequentemente, elevar os níveis de contaminação do ar nas metrópoles brasileiras. A solução passaria por dois caminhos: mudanças nas tecnologias automotivas, com o uso de carros híbridos ou elétricos, por exemplo; e políticas públicas que priorizem o uso do transporte coletivo.

“Precisamos de coordenação nas políticas públicas, sejam fiscais, urbanas, de mobilidade ou ambientais. Elas interagem entre si. Cada vez que o poder público prove estacionamento público, no fim, está estimulando o transporte individual, com impacto sobre toda a cidade. A tarifação sem critério sobre os combustíveis afeta o balanço entre transporte coletivo e individual. Toda a sociedade deveria ter essa noção e cobrar ações planejadas”, afirmou Bernardo Furtado, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.

 

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 113

Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 113

Instituto promove Semana da Mobilidade

Ipea debate alternativas ao transporte individual

Transporte sustentável deve ser prioridade no DF

Subcategorias



Reportar Erro
Escreva detalhadamente o caminho percorrido até o erro ou a justificativa do conteúdo estar em desacordo com o que deveria. O que deveria ter sido apresentado na página? A sua ajuda será importante para nós, obrigado!

Form by ChronoForms - ChronoEngine.com