Ipea avaliou impactos do câmbio no comércio mundial
Estudo analisa efeitos das variações cambiais sobre tarifas e sobre o sistema de comércio mundial
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira, 11, em São Paulo, o Comunicado do Ipea no 106 - Impactos do câmbio nos instrumentos de comércio internacional: o caso das tarifas.
O estudo foi apresentado pelos técnicos de Planejamento e Pesquisa do Instituto, Ivan Tiago Machado Oliveira e André Calixtre, e pela professora da EESP-FGV e bolsista do Ipea, Vera Thorstensen, no Gabinete da Presidência da República.
O Comunicado mostra os impactos dos desalinhamentos cambiais nos instrumentos de comércio internacional, como estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O estudo examina os efeitos das variações cambiais sobre as tarifas e suas consequências para o sistema multilateral do comércio.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 106
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 106
Ipea e Banco do Nordeste fecham acordo de cooperação
Parceria para a realização da Code nos estados do NE e no Espírito Santo será firmada nesta quarta-feira, em Brasília
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) assinam nesta quarta-feira, dia 10, às 14h, um Acordo de Cooperação Técnica que permitirá a realização de edições da Conferência do Desenvolvimento (Code) em todos os estados da região Nordeste e também no estado do Espírito Santo. A assinatura do termo será em Brasília, na sede do Ipea (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES/Ipea). Participarão o presidente do Instituto, Marcio Pochmann, e o presidente do BNB, Jurandir Vieira Santiago.
As Codes estaduais serão uma oportunidade ímpar para que gestores públicos, estudantes, pesquisadores, professores, legisladores e a sociedade em geral discutam e troquem ideias sobre as temáticas mais relevantes para o desenvolvimento local e brasileiro. O debate tem como norteadores os eixos do desenvolvimento estabelecidos pelo Ipea: inserção internacional soberana; macroeconomia para o desenvolvimento; fortalecimento do Estado, das instituições e da democracia; estrutura tecnoprodutiva integrada e regionalmente articulada; infraestrutura econômica, social e urbana; proteção social, garantia de direitos e geração de oportunidades; e sustentabilidade ambiental.
Em estandes, painéis, palestras e oficinas de trabalho, os participantes terão contato direto com autoridades e pensadores diretamente envolvidos na tarefa de planejar o desenvolvimento. As Codes estaduais dão sequência à bem-sucedida 1ª Conferência do Desenvolvimento, realizada em novembro de 2010, na Esplanada dos Ministérios (Brasília). Mais de 8 mil pessoas e 600 palestrantes/debatedores compareceram às atividades. Na ocasião, representantes das delegações estaduais propuseram que a Code fosse levada às unidades federativas, de forma a incentivar a discussão sobre o desenvolvimento do ponto de vista local.
Seminário discutiu a nova classe média brasileira
Especialistas debateram políticas públicas para o estrato da população que vem crescendo
Foto: Sidney Murrieta/Ipea |
Seminário buscou identificar instrumentos de expansão de oportunidades para a nova classe média e propor políticas públicas |
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, participou em Brasília do seminário Políticas Públicas para uma Nova Classe Média. Promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e pelo Ministério da Fazenda, o evento reuniu, na segunda-feira (8), autoridades e especialistas para debater políticas públicas para esse segmento da população.
A ideia foi identificar instrumentos que possam expandir as oportunidades para a nova classe média, como vem sendo chamada a Classe C, e propor políticas públicas que venham compor com as já disponíveis. “Não há possibilidade de uma sociedade ser desenvolvida se a classe média não é sólida. E essa nova classe média é o grande patrimônio que nós temos para ter uma sociedade justa, democrática e com qualidade de vida e de alcançarmos o objetivo de sermos a quinta economia do mundo”, afirmou o ministro da SAE, Moreira Franco.
Nos últimos dez anos, 30 milhões de pessoas ascenderam à classe C. Para o presidente do Ipea, o país está passando por esse processo em um ambiente de ampla coesão social, mas alerta para a possibilidade de uma maior polarização. “Ocupações de maior remuneração foram reduzidas no Brasil. Nós tivemos uma perda líquida de grande magnitude na primeira década deste século – mais de 4 milhões de postos de trabalho de mais de cinco salários mínimos foram ceifados.”
De acordo com Pochmann, pode haver polarização à medida que o Brasil não consiga ampliar o nível de ocupação para os segmentos de maior rendimento, pois há forte crescimento relativo na base da pirâmide social, mas também entre os detentores de renda advinda da propriedade. “Não se pode esquecer os postos de trabalho mais simples, mas a competição de ambos nos levará certamente a fazer opções sérias e esperamos poder estar à altura de fazê-lo”, concluiu.
Pochmann participou do painel Identidade e Valores da Nova Classe Média. Também fizeram parte desse debate Marcelo Neri (Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ), Renato Meirelles (Data Popular e Fórum Novo Brasil) e Roberto Dutra (Humboldt Universität zu Berlim). Ainda contribuíram para o tema os mediadores Ricardo Henriques (IPPRio) e Mirela de Carvalho (SEEDUC/RJ).
Estudo analisa atuação de bancos públicos federais
O Comunicado do Ipea nº 105 avalia as ações de fomento e financiamento do BB, CEF e BNDES, no período 2003 – 2010
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quarta-feira, 10, às 10h30, o Comunicado do Ipea nº 105, intitulado BB, BNDES e CEF: a atuação dos bancos públicos federais no período 2003-2010. O estudo avalia as ações desses bancos e sua importância no fomento do desenvolvimento nacional, em especial nos projetos de longo prazo e no financiamento dos setores industrial, agrícola e habitacional.
O estudo será apresentado pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Victor Leonardo de Araujo e pela diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Vanessa Petrelli de Correa, no auditório do Instituto, em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES/Ipea).
Ipea passa a contar com twitter do presidente
Nesta segunda-feira, 8, o Instituto abre um novo canal nas redes sociais, o twitter do presidente
Com o objetivo de agilizar a divulgação de trabalhos e abrir um novo canal nas redes sociais, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) iniciou nesta segunda-feira, 8, o microblog institucional do presidente Marcio Pochmann, @marciopochmann.
Assim como o twitter do Ipea (@ipeaonline), já ativo, o novo perfil trará postagens sobre lançamentos de estudos e eventos da casa ou dos quais o presidente participe, além de tuítes do próprio Marcio Pochmann.
Parcela expressiva de trabalhadores saiu da pobreza. Desafio agora é criar empregos com maior remuneração
O crescimento econômico do Brasil na última década permitiu que grande parcela da força de trabalho saísse da pobreza e passasse ao nível inferior da pirâmide ocupacional (ganhos de até 1,5 salário mínimo). Dessa forma, a política de valorização real do salário mínimo reduziu a desigualdade da renda do trabalho, fato inédito nas últimas décadas.
Essas conclusões estão em um estudo divulgado pelo presidente do Ipea, Márcio Pochmann, nesta quinta-feira, 4, no Rio de Janeiro. O Comunicado do Ipea nº 104 Natureza e dinâmica das mudanças recentes na renda e na estrutura ocupacional brasileiras cobre um período de 50 anos, abrangendo as transformações na estrutura social brasileira.
Nos primeiros 10 anos do século 21, foram gerados mais postos de trabalho do que em qualquer período das últimas cinco décadas. Os empregos criados a partir de 2000 superam em 44% a quantidade registrada nos anos 1990. 95% das ocupações abertas tinham remuneração de até 1,5 salário mínimo.
"Tivemos uma ampliação do número de postos de trabalho com salário menor, em torno do salário mínimo. O salário mínimo teve recuperação real, permitindo que os trabalhadores deixassem a pobreza", afirmou Pochmann.
A participação do rendimento do trabalho na renda nacional aumentou 14,8% entre 2004 e 2010. No mesmo período, o nível de desigualdade de renda caiu 10,7%. Na década de 1970, época do “milagre brasileiro”, a desigualdade entre os salários havia crescido quase 22%.
A concentração das novas vagas de trabalho no setor de serviços, com baixa remuneração, impediu, no entanto, que houvesse também crescimento nas faixas médias do mercado de trabalho. A proporção das ocupações com renda superior a três mínimos saiu de 28,7% para 16,4% entre 2000 e 2009.
"A sustentação do bom momento brasileiro depende agora da ampliação da oferta de empregos que sejam de maior remuneração", argumentou o presidente do Ipea.
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 104
Estudo analisou renda e trabalho nos últimos 50 anos
Comunicado nº 104 foi divulgado nesta quinta-feira, 4, no Rio de Janeiro, pelo presidente do Instituto
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira, 4, o Comunicado do Ipea nº 104 Natureza e dinâmica das mudanças recentes na renda e na estrutura ocupacional brasileiras. O estudo foi apresentado na representação do Instituto no Rio de Janeiro pelo presidente Marcio Pochmann.
A análise cobre um período de 50 anos, abrangendo as transformações na estrutura social a partir dos anos 1960 até o momento atual, destacando as características das mudanças, suas causas e efeitos e a singularidade do momento recente.
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 104
Emenda 32 impactou o uso de medidas provisórias
Comunicado do Ipea avaliou efeitos da Emenda Constitucional 32 sobre a edição de MPs
A Emenda Constitucional 32 freou o uso de medidas provisórias para a formulação de políticas públicas. Essa é a principal constatação do Comunicado nº 103 Avaliação do impacto da Emenda 32 sobre a edição de medidas provisórias, divulgado pelo Ipea nesta quarta-feira, 3, em Brasília.
Aprovada pelo Congresso Nacional, em 2001, a emenda alterou regras de edição e tramitação das MPs, com o objetivo de restringir o uso desse instrumento pelo poder executivo. Entre outras mudanças, a nova lei proibiu a reedição ilimitada das medidas e definiu que, após perderem a validade, elas trancariam a pauta do Congresso Nacional.
Comparando-se o seis anos anteriores à reforma (1995-2000) com o seis anos seguintes (2002-2007), o estudo revela que o número médio de medidas provisórias não-orçamentárias, usadas para formular ou alterar políticas públicas, aumentou 43%. Isso poderia indicar um efeito contrário ao pretendido pelos legisladores.
"Houve de fato um aumento na edição das MPs, o que levou vários pesquisadores e analistas a concluírem que a reforma foi um tiro pela culatra. Mas esse pensamento é intuitivo. Será que foi a reforma a causa? Outros fatores podem ter influenciado," argumentou Acir Almeida, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.
MPs orçamentárias
A pesquisa buscou, então, isolar as circunstâncias que poderiam ter afetado o número de MPs para avaliar o efeito real da Emenda 32. "O resultado mostra que a reforma reduziu a frequência média em cerca de 59% nas medidas que tratavam de políticas públicas. O efeito não esperado foi que aumentou o número de MPs orçamentárias", explicou o pesquisador do Ipea.
A edição de medidas provisórias orçamentárias, que abrem créditos extraordinários no orçamento da União, foi de 300%. O porquê desse efeito ainda não está claro para o técnico do Ipea e deve ser analisado em novos estudos. "Precisamos entender esse aumento e as implicações dele, essas medidas podem estar modificando unilateralmente o orçamento aprovado pelo Congresso", concluiu Acir Almeida.
Menos famílias estão endividadas, revela IEF
Brasileiros continuam otimistas com o desempenho futuro da economia, mas com moderação na hora de consumir
Foto: Sidney Murrieta |
Pochmann: Famílias estão procurando reduzir suas dívidas |
A 12ª edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), do Ipea, revelou uma diminuição no número de famílias brasileiras endividadas. No estudo, referente a julho, 52% dos entrevistados declararam não ter qualquer dívida, um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao mês anterior e o maior patamar registrado pelo Instituto desde agosto de 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada. No primeiro IEF, pouco mais de 45% afirmavam não estar endividados.
Entre as famílias com algum tipo de conta a pagar, 47,% dizem ter condições de quitá-la em sua totalidade. Em junho, elas eram 45,8%. Houve uma redução de 0,8 ponto percentual na proporção de famílias sem condições de pagar suas contas (32,8%, em julho). A dívida média registrada pelo IEF teve ligeiro aumento. Passou de R$ 4.343,95, no mês anterior, para R$ 4.433,65.
“Os dados reforçam a noção de que as famílias têm boa capacidade de pagar suas dívidas. Passamos de um período de certa euforia para consumir para um momento de moderação, em que os brasileiros buscam reduzir suas dívidas”, explicou Marcio Pochmann, presidente do Ipea.
De acordo com o IEF, as famílias continuam otimistas em relação à sua situação financeira futura, mas diminuíram o entusiasmo com o desempenho da economia brasileira nos próximos doze meses. 53% ainda acreditam que a economia brasileira terá momentos melhores nos próximos 12 meses, mas esse patamar está quase quatro pontos percentuais abaixo do de junho. Por outro lado, 80,9% dos entrevistados esperam situação financeira melhor daqui a um ano.
“Os brasileiros continuam acreditando em melhoras porque não sentem que seu emprego está ameaçado, mas recebem informações sobre decisões do governo federal, como a elevação dos juros, e passam a não esperar um desempenho tão bom da economia como em anos anteriores”, afirmou Pochmann.
Na média dos fatores pesquisados, o IEF atingiu 63,5 pontos, dentro da faixa de otimismo. No mês anterior, havia registrado 64,1 pontos.
Evento discutiu incentivos ao saneamento básico
Ipea e Ministério das Cidades debateram política de subsídios com entidades do setor
Representantes do Ministério das Cidades e do setor de saneamento básico se reuniram nesta terça-feira, 2, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para discutir uma proposta de pesquisa que ajudará a formular um programa nacional de subsídios ao saneamento. O trabalho será conduzido pelo Ipea em parceria com o ministério e delineará políticas de subsídios que atendam as populações mais carentes, com o objetivo de universalizar o serviço.
Entre as famílias que hoje não são atendidas pela rede de água tratada, dois terços têm renda mensal inferior a três salários mínimos. Em relação à coleta de esgoto, essas famílias representam metade da população sem acesso. Por isso, o Ipea e o Ministério das Cidades procuraram o setor para identificar possíveis formas de dar mais eficiência à atual política de saneamento.
“Apesar do setor já ter instituído uma estrutura de tarifas sociais e receber subsídios, ele não tem avançado para atender a população mais pobre. Queremos saber se o que existe hoje é suficiente ou se precisamos definir novas formas de subsídio”, explicou Manoel Renato Filho, do Ministério das Cidades.
“A universalização do acesso à água tratada e rede de coleta de esgoto é um desafio civilizacional brasileiro, é o desafio de dar condições dignas de vida à população, é também uma questão ambiental”, afirmou Márcio Pochmann, na abertura da reunião.
Os debates tiveram a participação de associações e especialistas em saneamento. Eles apresentaram e discutiram as principais dificuldades encontradas pelas concessionárias do saneamento básico e começaram a construir um plano de trabalho para a formulação da proposta. As entidades foram unânimes em cobrar mais investimentos da União na universalização da infraestrutura de saneamento.
“A universalização da rede de água e esgoto é uma política pública que exige investimento de longo prazo, se não for assim é difícil até mesmo discutir subsídios”, argumentou Sílvio José Marques, da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento.