Índice do Ipea avalia qualidade do desenvolvimento no Brasil
IQD será divulgado nesta quarta-feira, 24, na sede do Instituto, em Brasília
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quarta-feira, 24, a quinta edição de 2011 do Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD). O IQD é uma pesquisa realizada periodicamente que avalia se o desenvolvimento vivido pelo país tende a se sustentar ao longo do tempo e se o crescimento econômico promove o bem-estar e a distribuição de renda.
A nova edição do índice será apresentada pelo técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Sandro Sacchet de Carvalho, às 10h, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Qd. 1, Bloco J, Edifício BNDES, auditório do subsolo). A pesquisa qualifica o desenvolvimento a partir de três dimensões (Qualidade do Crescimento, Qualidade da Inserção Externa e Qualidade do Bem-Estar), em patamares que vão de péssimo (0 a 100 pontos) a ótimo (400 a 500 pontos), passando pelo nível instável (200 a 300 pontos), em que a economia cresce, mas não necessariamente de forma constante e com distribuição.
Leia a íntegra da 5ª edição do Índice de Qualidade do Desenvolvimento
Ipea traça perfil social e econômico das Margaridas
Instituto realizou pesquisa com as trabalhadoras que participaram da Marcha das Margaridas, em Brasília
Foto: Sidney Murrieta |
Aproximadamente 560 mulheres responderam aos questionários |
Uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CONTAG) vai resultar em um estudo sobre o perfil socioeconômico das trabalhadoras do campo e da floresta. Os questionários foram aplicados nos dias 15 e 16 de agosto, com mulheres de todo o Brasil que estiveram acampadas no Parque da Cidade, em Brasília, para participar da Marcha das Margaridas, um movimento que reivindica desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade para as trabalhadoras das áreas rurais.
As pesquisas foram coordenadas pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Ipea, com a participação de 30 pesquisadores e aproximadamente dez voluntários. “O objetivo da pesquisa é levantar informações sobre esse grupo social pouco conhecido e que em geral fica à margem do público que normalmente é destinatário das políticas públicas, e sobre o qual as pesquisas oficiais não conseguem captar informações”, disse um dos coordenadores do estudo, o técnico em Planejamento e Pesquisa, Alexandre Arbex.
“Foram realizadas cerca de 560 entrevistas, divididas em vários blocos, que tratam de temas como o acesso à terra, à participação política e à renda. E um bloco que apareceu bastante foi a questão da violência contra a mulher”, afirmou pesquisadora Cláudia Pedrosa, que além compor a coordenação do projeto, também é bolsista do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) na área de Igualdade de Gênero. “Um dado que também chamou atenção foi o fato de que a maioria dessas mulheres se identificou como chefe de família”, destacou.
Segundo Cláudia, houve fila de espera para entrar no estande do Instituto. A Região Norte foi a que mais se destacou em participação. Já as regiões Sul e Sudeste tiveram uma representação pequena, porque em grande parte, as trabalhadoras dessas regiões só vieram participar da marcha, no dia 17. Ela acrescentou que a previsão é de que o estudo esteja concluído em novembro.
Nota de falecimento
O economista e professor Antônio Barros de Castro faleceu neste domingo (21), no Rio de Janeiro, aos 73 anos
É com pesar que os servidores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) receberam a notícia da morte do economista e professor Antônio Barros de Castro, no domingo, 21 de agosto, no Rio de Janeiro. Barros de Castro colaborou com o Instituto durante sua trajetória profissional, tendo participado, em 2009 e 2010, de seminários organizados pela Casa. O Ipea se solidariza com a família e amigos.
Ipea e ONU debatem regulação do mercado financeiro
Coletiva pública no Rio de Janeiro terá especialistas da ONU, UFRJ e Universidade de Columbia
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa) realizam nesta quarta-feira, 24, às 16h, uma coletiva pública para discutir propostas de regulação do mercado financeiro e de gestão da conta de capital. O evento será no auditório Ronald Treiger do BNDES, no Rio de Janeiro (Avenida Chile, nº 100 - Centro).
O painel público terá a participação dos especialistas Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Stephany Griffith-Jones, da Universidade de Columbia; Robert Vos, da Undesa; Y. V. Reddy, ex-presidente do Banco Central da Índia; e Jose Antonio Ocampo, ex-ministro da Fazenda da Colômbia.
A conferência sintetizará as principais conclusões do seminário que será realizado no BNDES no dia 23 e na manhã do dia 24. Serão abordadas questões como o controle do fluxo de capital estrangeiro, a eficiência desses controles, as principais mudanças regulatórias desde o início da crise financeira mundial e as diferenças entre os sistemas de regulação nos países em desenvolvimento.
O encontro tem o apoio da Fundação Ford, da Foundation for European Progressive Studies e do BNDES.
Seminário debateu relações étnico-raciais no ensino
Estudantes, representantes de movimentos sociais e profissionais da educação se reuniram, nesta quinta-feira (18), na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, para discutir o ensino da questão racial no currículo escolar. O seminário Educação das relações étnico-raciais - implementação e a efetivação das diretrizes curriculares nacionais faz parte do ciclo de debates promovido pelo Instituto por ocasião do Ano Internacional dos Afrodescendentes.
O pesquisador Rodrigo Ednilson de Jesus, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mururi e UFMG/FE, apresentou pesquisa referente à consolidação da Lei 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade de inclusão da temática "História e cultura afrobrasileira” no currículo da rede de ensino.
Segundo Rodrigo, o objetivo do mapeamento de diferentes projetos de escolas públicas sobre relações étnico-raciais é induzir políticas públicas de implementação da lei em nível nacional. Os problemas vão desde o pequeno número de municípios (7,6% dos 5.107 analisados) com boa adesão às práticas previstas pelas diretrizes da lei até a baixa formação conceitual dos profissionais e, consequentemente, dos alunos.
Apesar de reconhecer o caráter de incentivo da lei, Rodrigo alerta para a dificuldade em modificar a estrutura do sistema educacional brasileiro: “Surgiram novos projetos, mas parte dos professores enxerga a lei de maneira formalística, não busca ações pedagógicas”.
Formação e preconceito
Os gestores (diretores, vice-diretores e coordenadores pedagógicos) alegam que falta informação sobre a aplicação da lei. Em contramão, percebe-se maior disponibilidade de material didático. Para Renísia Cristina Garcia Filice, do Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas: Gênero, Raça/Etnia e Juventude (Geraju - FE/UnB), os educadores desconhecem a história dos movimentos negros e da cultura afrobrasileira. A professora afirma que as visões de mundo e convicções, racistas ou não, se interpõem à criação de políticas públicas e inibem a ação dos gestores.
Renísia diz também que ainda que existam aqueles gestores proativos, com respostas qualificadas sobre a problemática, há uma resistência de outros tipos de gestores em aplicar a lei, como aqueles que não veem relação entre o problema da desigualdade social (de ordem estritamente econômica), preconceito e racismo. Estudiosos do tema acreditam que, durante essa etapa de convencimento da importância da lei, é indispensável investir em formação continuada.
Brasil tem boas condições para enfrentar a crise
Comunicado nº 107 analisou os fundamentos da economia brasileira e sua capacidade de responder à turbulência
O Brasil está bem preparado para enfrentar o agravamento da crise financeira internacional, e o momento atual pode até ser uma oportunidade para que o país faça alterações em sua política econômica. As afirmações estão em um estudo divulgado nesta quinta-feira, 18, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Comunicado do Ipea nº 107, O Brasil ante a crise financeira, analisou cinco fundamentos importantes da economia (PIB, crédito, inflação, fluxo de capitais e contas públicas) para traçar um quadro sobre a capacidade do país para responder a um possível agravamento da crise.
O estudo ressalta que a economia brasileira não está mais em um momento de aquecimento, o que afasta o risco de uma freada brusca, e a inflação está aparentemente sob controle, favorecida pela queda nos preços das commodities. Diferentemente de 2008, até o momento não houve restrição de crédito para o consumo e a produção, principal correia de transmissão da primeira fase da crise financeira.
“Em 2008, houve um problema grave de liquidez nos bancos das economias centrais, por causa de uma diminuição patrimonial com o subprime. Esse não parece ser o cenário atual”, argumentou Cláudio Hamilton, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.
Redução da dívida pública
Os superávits elevados nas contas públicas foram mantidos nos últimos meses, o que ocasionou uma redução na dívida pública líquida. “Uma possível desvalorização do real por causa da crise não vai afetar o endividamento público, como ocorreu nas crises de 1999 e 2002. As dívidas do governo brasileiro não estão mais indexadas ao dólar e temos reservas elevadas. A crise pode provocar, na verdade, uma redução do endividamento”, explicou.
O Comunicado alerta, no entanto, que existem algumas fragilidades. A principal delas é o passivo externo privado, que cresceu significativamente desde 2008, estimulado pelo grande volume de capital especulativo que ingressou no país. “O efeito disso é a deterioração progressiva da situação dos déficits em transações correntes”, constata o documento.
Como a inflação parece não ser mais um problema, o Comunicado aponta a queda nos juros básicos da economia (Selic) como uma das formas de estimular a demanda, melhorar o equilíbrio fiscal do estado e desestimular o ingresso de investimentos especulativos. “O Banco Central tem disponíveis todos os instrumentos que tinha em 2008 para estimular a economia, e um deles é a taxa de juros”, concluiu Hamilton.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 107
Cresce o investimento estrangeiro no Brasil
Nova edição do Conjuntura em Foco analisou a entrada de investimentos diretos e capitais especulativos no país
A edição de agosto do boletim Conjuntura em Foco, apresentada nesta quarta-feira, 17, no Rio de Janeiro, ressaltou o aumento acelerado do investimento direto estrangeiro no país. Na avaliação do coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea, Roberto Messenberg, isso pode significar mais robustez da taxa de crescimento econômico, embora haja “indícios de que exista também entrada de capital especulativo disfarçado".
Messenberg destacou dois fatores para a atração do capital estrangeiro. “Há uma confiança maior no comportamento da economia brasileira, um crescimento com estabilidade”. Além disso, argumentou, por causa das medidas de controle adotadas pelo governo, o capital especulativo pode estar entrando travestido de investimento direto, para tirar vantagem do diferencial entre os juros praticados nas economias doméstica e internacional.
O Conjuntura em Foco revela ainda que, no segundo trimestre, a inflação e o crescimento econômico desaceleraram em relação ao mesmo período de 2010, sinalizando trajetórias de acomodação. A queda dos preços das commodities teve influência na diminuição da inflação no atacado. Entretanto, o etanol é considerado o vilão do momento, com grande volatilidade.
De acordo com o documento, a queda na taxa de investimentos públicos nos últimos meses e as incertezas atuais na Europa e nos Estados Unidos devem ser vistas como alertas de que o Brasil não está inteiramente livre dos ciclos econômicos conhecidos por "voos de galinha", ou seja, um crescimento instável do PIB. “O cenário básico está mantido, mas seu risco aumentou", afirmou Messenberg.
Leia a íntegra do boletim Conjuntura em Foco
Encontro discute educação nas relações étnico-raciais
Seminário reunirá nesta quinta-feira, em Brasília, especialistas do Ipea, da UFMG e do Geraiu (UnB)
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realiza em sua sede, em Brasília, o seminário Educação das relações étnico-raciais - implementação e a efetivação das diretrizes curriculares nacionais. O evento, nesta quinta-feira, 18, às 14h (terá como palestrantes Rodrigo Ednilson de Jesus, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mururi e UFMG/FE, e Renísia Cristina Garcia Felice, do Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas: Gênero, Raça/etnia e Juventude (Geraju - FE/UnB) e membro do Fórum de Diversidade e Educação das Relações Étnico-raciais do Distrito Federal e da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN).
O mediador será o coordenador de Estudos em Educação do Ipea, Paulo Roberto Corbucci, e a coordenação fica a cargo de Antonio Mario Ferreira, da Secadi (Ministério da Educação). O seminário é uma das atividades que o Instituto programou para o Ano Internacional dos Afrodescendentes, definido em resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. O Ipea tem desenvolvido uma série de trabalhos sobre as desigualdades raciais no Brasil. As publicações e os demais seminários previstos para 2011 podem ser encontrados em www.ipea.gov.br/igualdaderacial.
Pará recebe o seminário Brasil em Desenvolvimento
Evento na terça-feira, dia 23, é promovido pelo Ipea em parceria com a Anipes, o IDESP e o governo do estado
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (Anipes), com o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) e com o governo do Pará, promove na terça-feira, dia 23, em Belém, o seminário Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas. O evento ocorre a partir das 9h30, no auditório do IDESP (Rua Municipalidade, nº 1.461, Umarizal).
O objetivo do seminário é apresentar ao país as investigações e estudos do Instituto sobre as questões mais relevantes das políticas públicas no período recente, com foco nos acontecimentos que marcaram a vida nacional em 2009 e 2010. Na oportunidade, será lançado o documento Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas. A abertura do evento contará com as presenças da presidente do IDESP, Adelina Braglia, do secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará, Sergio Roberto Bacury de Lyra, e do diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Francisco de Assis Costa.
Seminário discute qualificação técnica e profissional
Evento será realizado na sexta-feira, 19, na representação do Ipea no Rio de Janeiro
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sedia o seminário Os caminhos da qualificação técnica e profissional no Brasil na próxima sexta-feira, 19, a partir de 9h, na representação do Instituto no Rio de Janeiro (Avenida Presidente Antonio Carlos, 51, Centro, auditório do 10º andar).
Participarão do encontro o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Wellington Moreira Franco, o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro, o subsecretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, além do secretário-executivo do MEC, José Henrique Paim Fernandes.
Os painéis terão os técnicos de planejamento e pesquisa do Ipea Miguel Nathan Foguel (Disoc) e Carlos Henrique Corseuil (Disoc), e os pesquisadores João Sabóia (UFRJ), Marcelo Néri (Fundação Getulio Vargas), Cláudio de Moura Castro (Grupo Positivo), Marina Águas (IBGE), Náercio Menezes Filho (USP) e André Urani (IETS).
O seminário tem como finalidade compartilhar informações e permitir a discussão entre gestores de política pública e especialistas no assunto. Serão debatidos temas como a escassez de mão de obra qualificada no Brasil, a atuação dos setores público e privado na qualificação técnica e profissional e os benefícios desse tipo de formação para os trabalhadores.
A qualificação técnica e profissional vem sendo impulsionada pelo governo federal, como demonstra o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que tem como um dos componentes a expansão dos institutos federais de educação profissional e tecnológica.