Helio Montferre/Ipea
A Inteligência Artificial (IA) já é realidade em áreas como marketing digital e análise de risco em bancos. O avanço rápido dessa tecnologia não foi acompanhado por leis ou regulação em praticamente nenhum país do mundo. O desafio atual é estabelecer regras sem impedir os benefícios que a novidade proporciona. Esse assunto foi tema do seminário da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, de Regulação e Infraestrutura (Diset), nesta quarta-feira (28/06), no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília.
O seminário contou com a palestra da coordenadora de Inovação, Governança e Estratégia Digital da Câmara dos Deputados, Patrícia Gomes Rego de Almeida. Ela baseou a apresentação na sua tese de doutorado, defendida recentemente na Universidade de Brasília (UnB). Sua pesquisa encontrou poucas leis aprovadas nos países, mas que muitas estão em discussão. Ela acredita que é preciso garantir padrões éticos e enfrentar a questão das “caixas pretas”, que é a dificuldade de acesso aos códigos e algoritmos que fazem as tecnologias.
Para o pesquisador do Ipea, Luis Claudio Kubota, a discussão sobre regulação da AI está acontecendo no mundo inteiro e o parlamento brasileiro está relativamente adiantado nos projetos de lei. Outro aspecto apresentado ao longo do debate foi o impacto no mercado de trabalho. À medida que a automação se torna mais presente, há preocupação sobre o deslocamento de trabalhadores e a criação de desigualdades sociais. A regulamentação adequada pode ajudar a diminuir esses efeitos e incentivar a qualificação do trabalho.
O debate tratou ainda sobre como a regulação precisa estar em concordância com a garantia da segurança e privacidade dos dados, estabelecida no Brasil pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP). De acordo com os participantes, é preciso estabelecer critérios claros e responsáveis para garantir que as decisões tomadas por máquinas sejam transparentes, auditáveis e compreensíveis.
A abertura do evento foi feita pela diretora da Diset, Fernanda De Negri, que comparou o impacto intelectual de tecnologias como a IA, com a que a revolução industrial teve para o trabalho manual. A mediação foi do diretor-adjunto da Diset, Pedro Miranda. A íntegra do evento está disponível no canal do You Tube do Instituto.
Comunicação - Ipea
(61) 2026-5501 / 99427-4553
(21) 3515-8704 / 3515-8578
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), promove, nesta quinta-feira (29/06), o “Talk show Ipea LGBTQIA+: Valorizando a Diversidade”, para debater a equidade e inclusão no ambiente de trabalho do Poder Executivo Federal. O evento começa às 9h, será aberto ao público e transmitido pelo canal do You Tube do Instituto. “Para fazer política pública no Brasil, é preciso multidisciplinaridade, diversidade de visões e discussão ampla com a autonomia que sempre se requer”, enfatizou a presidenta do Ipea, Luciana Servo, ao citar a criação do grupo de trabalho relacionado às questões de gênero, raça, diversidade sexual e deficiência.
O diretor de Desenvolvimento Institucional (Dides/Ipea), Fernando Gaiger Silveira enfatizou a necessidade de implementar políticas educacionais, para promover a mudança de mentalidade e mostrar a diversidade de vivências das pessoas LGBTQIA+. Ele se diz bissexual e aponta para a importância de apresentar exemplos positivos de indivíduos que superaram adversidades e constroem vidas felizes, desmitificando estereótipos. Silveira opina ainda sobre a importância de tratar como crime os comportamentos homofóbicos, transfóbicos e misóginos na sociedade em geral e no Instituto.
O colaborador Rafael Augusto Ferreira Cardoso trabalha há sete anos no Ipea e reconhece ter passado por situações difíceis, como bullying e discriminação ao longo da vida. Ele acredita que ainda existe um resquício de preconceito no Instituto. “É perceptível no olhar e na diferenciação de tratamento de alguns poucos, mostrando que ainda há algumas barreiras a serem vencidas”. Cardoso acrescenta, porém, que se sente feliz e confortável no ambiente de trabalho, onde encontra apoio e respeito da maioria dos profissionais e colegas. Para ele, fomentar esse tipo de debate e informação não pode ser esporádico, deve ser constante e participativa. “É importante perceber que o tema LGBTQIA+ vai além das pessoas de dentro da comunidade, como pais e mães que também precisam de apoio e informação para desmitificar os tabus”.
Na mesma linha, a colaboradora do Ipea Alda Pimentel Alves, destacou que para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo para a comunidade LGBTQIA+, é essencial criar espaços de diálogo e convivência nos quais as diferenças possam ser compreendidas e respeitadas, permitindo uma melhor compreensão das experiências, desafios e lutas enfrentadas por essa comunidade.
Já a supervisora do editorial Rio do Ipea, Aline Martins, assinalou sua orientação sexual como lésbica e as dificuldades enfrentadas em um país onde o preconceito é abundante. Ela descreveu situações desconfortáveis em locais públicos, onde se tornava alvo de olhares e comentários. No entanto, a profissional ressaltou o apoio e acolhimento de sua família e de amigos no ambiente de trabalho. “É importante promover um ambiente seguro e acolhedor para todos, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero e envolver a comunidade LGBTQIA+ nas atividades de responsabilidade social e engajamento comunitário, ouvindo e aprendendo com suas perspectivas”, disse.
Roberta Vital de Oliveira, colaboradora do Ipea há 10 anos, traz consigo uma vivência de aceitação familiar. Embora reconheça o preconceito existente no Brasil, ela pontuou a importância do apoio familiar para lidar com os desafios. Ela considera que a busca pela igualdade de gênero e raça, por exemplo, deve ser uma obrigação para um órgão como o Ipea, que trabalha com políticas públicas. “Diversidade e inclusão no ambiente de trabalho são fundamentadas no respeito mútuo”, concluiu.
Ipea LGBTQIA+: Valorizando a Diversidade – Brasília
Ipea LGBTQIA+: Valorizando a Diversidade – Rio de Janeiro
Comunicação – Ipea
(61) 2026-5501 / 99427-4553
(21) 3515-8704 / 3515-8578
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Helio Montferre/Ipea
A presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Servo, e o secretário do Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (Sela), Clarems Endara, assinaram, nesta segunda-feira (26/06), o memorando de entendimento que estabelece a cooperação técnica e institucional para promover a integração e o desenvolvimento na região. A formalização ocorreu durante o “Seminário Internacional: Desafios da Integração da América Latina e do Caribe – Pequena e Média Empresas e Portos Digitais”. O evento tratou da parceria entre o Ipea e o Sela com organismos regionais e instituições acadêmicas voltadas para a produção de pesquisas e cooperação de qualificação, formulação e avaliação de políticas públicas.
Servo registrou que o Instituto tem uma longa tradição em estudos sobre pequenas e médias empresas e conta ainda com espaço para aumentar a cooperação e a integração regional. Na mesma linha, o secretário citou a reestruturação do Sela, uma entidade de 48 anos, parceira histórica do Ipea, com ambiente para reafirmar antigas alianças e avançar em temas como o desenvolvimento regional, sustentável, segurança alimentar e logística.
O memorando de entendimento inclui questões como os desafios da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); desenvolvimento econômico ambientalmente responsável; integração energética e mercado regional de energia; integração comercial; integração produtiva; complementaridade econômica regional; integração de infraestrutura e logística física e digital; integração financeira e monetária; desenvolvimento e monitoramento de indicadores de desenvolvimento social e humano. O documento assinado durante a abertura já está em vigor.
Já o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Ruy Pereira, ressaltou o retorno do Brasil na agenda internacional. Ele comentou sobre a importância do acordo firmado em função do protagonismo das pequenas e médias empresas no cenário latino-americano e do papel do Ipea nas políticas públicas importantes para o setor.
O seminário foi coordenado pelo pesquisador da Diretoria de Estudos Internacionais (Dinte/Ipea) Pedro Silva Barros. Ele realizou uma apresentação sobre o histórico de documentos e publicações do Instituto para subsidiar as ações para o desenvolvimento regional. Entre os destaques estão o convênio com a instituição chilena Univerdad Católica del Norte, o memorando de entendimento com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e a parceria com a Agência de Cooperação Brasileira (ABC). Barros acrescentou que o Instituto deve manter os acordos de cooperação com a ApexBrasil e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Ao longo da programação ocorreu o debate entre o diretor de Articulação Institucional do Ministério de Planejamento e Orçamento, Luciano Wexell Severo; a coordenadora de Qualificação da ApexBrasil, Rita Albuquerque; e o vice-presidente de Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache. De acordo com Severo, a assinatura representa um marco para o relacionamento dos países latino-americanos, que viveu um lapso de desintegração nos últimos anos.
Rita Albuquerque lembrou que a Apex trabalha exclusivamente com produtos de valor agregado voltado para a sustentabilidade. Albuquerque acredita que o comércio com a América Latina e Caribe tem grande potencial para crescimento. Em complemento, Jorge Arbache elencou os recentes movimentos protecionistas nos diversos blocos econômicos que reforçam a necessidade de promoção de ações com os países vizinhos. Ele acredita que a América do Sul se destaca porque apresenta aspectos únicos no mundo, como uma disponibilidade de energia verde, barata e abundante, que é a força motriz da competitividade industrial do século XXI.
Acesse as apresentações abaixo:
Desafios da Integração da América Latina e do Caribe: Pequenas e Médias Empresas e Portos Digitais – Pedro Silva Barros
Iniciativas para el Desarrollo Empresarial y Comercial de AL – Karla Sánchez
Desafíos de la integración de América Latina y el Caribe – Clarems Endara
Helio Montferre/Ipea
O mercado de trabalho voltou a apresentar maior dinamismo depois de um período de relativa acomodação, de acordo com uma análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quarta-feira (28/06). A taxa de desocupação, que mantinha relativa estabilidade em torno de 8,5%, voltou a recuar com mais força no último bimestre, atingindo em abril deste ano, o patamar registrado de 8,0% na série dessazonalizada. Os dados foram calculados pelo Instituto a partir da série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhora de algumas variáveis ligadas aos rendimentos, subocupação e desalento confirmam esse cenário mais benevolente para o mercado de trabalho.
O resultado mais baixo da desocupação dos últimos oito anos é explicado pela retração da força de trabalho aliada à expansão da ocupação. Em abril, na comparação com o mês anterior, a população ocupada apresentou a quarta expansão consecutiva, abarcando aproximadamente 99,2 milhões de pessoas. Adicionalmente, enquanto a ocupação formal registrou crescimento médio interanual de 3,2%, no último trimestre, encerrado em abril, a população ocupada informal apresentou retração de 0,6%, nesta mesma base de comparação.
O recorte setorial mostra que o crescimento da ocupação tem ocorrido de forma generalizada, mas com diferente intensidade. Nos últimos 12 meses, encerrados em abril, todos os setores mostram criação líquida de empregos, com destaque para o comércio (376,2 mil), os serviços administrativos (264,5 mil), a indústria de transformação (204,9 mil) e a construção civil (191,6 mil). Parte dessa trajetória de queda da desocupação também é creditada ao recuo da taxa de participação, que passou de 63,0% para 61,8%, entre abril de 2022 e 2023. Em abril deste ano, o contingente de 107,9 milhões de pessoas pertencentes à força de trabalho era 0,8% menor que o observado no mesmo período do ano anterior.
Nos últimos 12 meses, a população desalentada registra queda de 15,8%. Os números caíram de 4,3 milhões, em abril do ano passado, para 3,5 milhões em abril deste ano. Além da queda do número de desalentados, foi observado conjuntamente uma retração da parcela de indivíduos que estão fora da força de trabalho devido ao estudo, às obrigações domésticas, à problemas de saúde, entre outras motivações que não aspiram retornar à atividade, mesmo diante de uma proposta de emprego. Uma possível explicação é a melhora do mercado de trabalho que pode estar gerando uma necessidade menor de compensar perdas de emprego e/ou rendimento domiciliares, possibilitando que demais membros da residência possam se dedicar exclusivamente a outras atividades.
Comunicação - Ipea
(21) 3515-8704 / 3515-8578
(61) 2026-5501 / 99427-4553
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Helio Montferre/Ipea
A presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Servo, recebeu a professora e filósofa Gisèle Szczyglak na última sexta-feira (23/6). A reunião teve como objetivo apresentar os cursos sobre liderança feminina, promovidos pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), os quais são ministrados pela professora especialista em diversidade. Também participaram da conversa a diretora de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda De Negri.
Os cursos devem iniciar em agosto deste ano e um dos módulos é voltado para lideranças femininas negras. Durante a conversa, Gisèle Szczyglak defendeu a importância de haver informações e indicadores detalhados sobre a equidade de gênero em todas as áreas do governo federal. Segundo ela, o ideal é ser criado um índice de igualdade por ministério ou carreira da administração pública que pode auxiliar na identificação de gargalos com foco na maior participação feminina. Servo mencionou o baixo número de mulheres no órgão, especialmente na carreira de técnico de planejamento e pesquisa. Ressaltou também que apesar da limitação, foi possível alcançar mais de 40% de participação feminina em cargos de liderança no Ipea.
As estratégias para ampliar a participação feminina em cargos de liderança no setor privado foi outro tema abordado durante o encontro. Um caminho possível seria a criação e organização de redes femininas em áreas ou carreiras variadas. Na prática, as redes podem se concentrar numa espécie de federação, o que geraria maior força política e visibilidade para a ampliação da participação feminina em cargos de liderança.
Gisèle Szczyglak é filósofa política, professora de liderança para mulheres do Instituto Nacional do Serviço Público Francês, palestrante e mentora especialista internacional em liderança e diversidade, além de co-fundadora e presidente da Open Mentoring Network. A especialista visita o Brasil anualmente para ministrar cursos em parceria com a Embaixada da França.
Comunicação - Ipea
(21) 3515-8704 / 3515-8578
(61) 2026-5501 / 99427-4553
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.