Consumo de máquinas no País dá sinais de estabilidade

Consumo de máquinas no País dá sinais de estabilidade

 

Indicador foi apresentado durante a divulgação, no Ipea, do boletim Radar

 

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Marcio Wohlers e Fernanda De Negri, da Diset, explicaram o conteúdo do Boletim Radar

O diretor de Estudos Setoriais do Ipea (Diset), Marcio Wohlers, e a diretora-adjunta Fernanda De Negri apresentaram na manhã desta terça-feira, dia 25, no auditório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a terceira edição do boletim Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. Um dos três artigos presentes na publicação da Diset aponta para a estabilidade do consumo de máquinas e equipamentos no País depois do auge da crise, no primeiro trimestre deste ano.

Fernanda De Negri comentou os dois primeiros artigos do Radar. O primeiro deles, sobre o impacto da crise global no setor de máquinas e equipamentos, revela que a taxa de investimento como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) teve queda brusca a partir do terceiro trimestre de 2008, caindo de 18,6% para 14,6% no primeiro trimestre de 2009.

"O impacto da crise no setor de bens de capital é preocupante do ponto de vista de como será a retomada da economia brasileira, se ocorrerá de maneira suficientemente competitiva, capaz de difundir progresso técnico para o restante da economia nacional", afirmou Fernanda de Negri sobre o texto, de autoria de Bruno César Araújo. Ela explicou ainda que o consumo aparente de máquinas e equipamentos no País - muito relacionado à taxa de investimento - dá sinais de estabilidade depois de uma forte queda no final de 2008 (veja o gráfico nº 2 na íntegra do documento, abaixo).

Recuperação

Os dois primeiros artigos da publicação analisam o impacto da crise global sobre o setor de máquinas e equipamentos e sobre a evolução da indústria brasileira como um todo. O terceiro aborda relações entre concorrência, mudança tecnológica e crescimento. A apresentação foi transmitida ao vivo pelo site do Ipea.

O segundo artigo do boletim aborda processos de recuperação da indústria na crise atual e em momentos anteriores de retração da economia brasileira. Os autores, Divonzir Arthur Gusso e Luiz Dias Bahia, mostram que os primeiros setores a se recuperar são os de bens de consumo duráveis e de bens de capital. "Isso aconteceu em 1999/2000 e também entre 2003 e 2004. Parece ser um padrão que se repete nos momentos de redução da atividade econômica brasileira", disse Fernanda De Negri.

O diretor Marcio Wohlers encerrou o evento comentando o terceiro artigo do boletim Radar, assinado por Luís Felipe Giesteira e José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho. Wohlers reforçou a relevância do diálogo entre economia, ciência, tecnologia, inovação e crescimento. "Esse diálogo é importante para permitir análises econômicas que consigam chegar mais perto da realidade econômica das empresas, para que as análises não fiquem apenas em um nível de abstração muito alto", declarou o diretor da Diset.

Leia a íntegra do Boletim Radar