Ipea fecha acordo com a Caixa

Ipea fecha acordo com a Caixa

 
Instituto vai avaliar as implicações do PAC nas áreas de habitação e saneamento no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro

Foto: Lia Marinho
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Qual é o impacto das intervenções urbanísticas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)? Com o objetivo de responder a essa pergunta e desenvolver metodologias para avaliar os empreendimentos nas áreas de habitação e saneamento do PAC, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Caixa Econômica Federal firmaram um acordo de cooperação técnica nesta quarta-feira, dia 30.

O estudo será realizado pelo instituto com base nas ações implementadas no Complexo do Alemão (RJ). A área escolhida para a pesquisa funciona como projeto de referência na construção de métodos que poderão ser ampliados para outros locais. “Para o Ipea, é uma oportunidade inédita acompanhar esse tipo de intervenção e, ao mesmo tempo, ter condições de oferecer indicadores para avaliar o seu impacto. Haverá algumas dificuldades em obter os dados, por isso esse esforço, que não será pequeno, servirá de parâmetro para ações feitas em outros momentos”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, explicou a escolha do Complexo do Alemão por ser uma área que traz muitos desafios com uma intervenção urbana muito grande. “Lá havia famílias que jamais receberam qualquer apoio público. O estudo no Complexo do Alemão vai nos permitir ter a metodologia do Ipea para avaliar o impacto das ações que a Caixa também executa em diversas regiões do país.”

Maria Fernanda ressaltou ainda a relevância dessa parceria “não só por o Ipea ser um instituto de altíssima credibilidade e uma referência no Brasil quanto ao pensamento crítico que traz reflexões e, principalmente, mudanças, mas também por a Caixa ser a grande executora do PAC em infraestrutura urbana.”

Impacto ao longo do tempo

Pochmann acrescentou que o Brasil tem tradição em realizar grandes intervenções, mas que, de certa maneira, geram um impacto muito localizado, não tem uma efetividade ao longo do tempo. “O acordo traz então uma chance de testar a metodologia e inovar do ponto de vista das ações que dizem respeito aos recursos públicos. Além de exercer nossa missão, é um privilégio ajudar a monitorar ações dessa natureza”, disse o presidente.

O prazo para apresentação do relatório final é de um ano. Pochmann, porém, prevê a conclusão de um primeiro produto no primeiro trimestre de 2010 a fim de subsidiar a participação da Caixa no Fórum Urbano Mundial.

O trabalho, intitulado Implementação de metodologia para avaliação da intervenção urbanística no Complexo do Alemão (RJ), será coordenado pelo técnico de Pesquisa e Planejamento da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) Alexandre Manoel da Silva.

Outro programa que poderá ser avaliado pelo Ipea em um possível acordo com a Caixa é o Minha casa, minha vida, do governo federal. “Assim como o PAC, esse programa é massivo. Vai se fazer casas como nunca se fez no Brasil e isso tem um impacto nas cidades. É fundamental avaliar a qualidade de vida gerada por essa intervenção”, afirma o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda.