Hábitos modernos impactam qualidade de vida, revela estudo
Publicado em 13/10/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h58
Publicado em 13/10/2009 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h58
Hábitos modernos impactam qualidade de vida, revela estudo
Pesquisa inédita do Ipea avalia os efeitos de hábitos da vida moderna e das condições de trabalho sobre a previdência
O Brasil está vivendo uma fase de otimismo alimentada pela melhoria de fatores econômicos e sociais. Segundo o Comunicado da Presidência nº 33, intitulado Qualidade de Vida: Seus Determinantes e Sua Influência Sobre a Seguridade Social, existem razões para destacar que toda a população brasileira está se beneficiando de uma série de aspectos positivos, mas a continuidade desse quadro depende de políticas públicas que busquem melhorar hábitos e condições de trabalho para fazer o cidadão cumprir o tempo de serviço necessário até se aposentar.
A pesquisa inédita do Ipea, divulgada na quarta-feira, dia 14, usa como fonte de dados a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o IBGE (PNAD), o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS/Dataprev) e o Ministério da Saúde (MS/Datasus).
Os dados mostram que a probabilidade de morrer antes dos 65 anos de idade no Brasil é alta, e que além o risco de morte prematura por problemas de saúde ou de causas externas como a violência, a expectativa de vida saudável dos brasileiros é inferior à expectativa de vida total devido a doenças crônicas, principalmente as cardiovasculares.
A perda de vida saudável no Brasil (número médio de anos de vida que uma pessoa de determinada idade pode esperar viver com saúde, dado que prevaleçam as taxas de morbidade e mortalidade naquela idade específica) é quase o dobro da registrada na Alemanha. Veja o quadro.
Tabela 1 – Esperança de vida total versus esperança de vida saudável segundo gênero – dados em anos de vida para 2003
País |
Mulheres |
Homens |
|||||
Total |
Saudável |
Total |
Saudável |
||||
Finlândia |
82 |
74 |
76 |
69 |
|||
Estados Unidos |
80 |
71 |
75 |
67 |
|||
Espanha |
84 |
75 |
77 |
70 |
|||
Alemanha |
82 |
74 |
76 |
70 |
|||
Argentina |
79 |
68 |
71 |
62 |
|||
México |
78 |
68 |
73 |
63 |
|||
Rússia |
72 |
64 |
59 |
53 |
|||
Brasil |
76 |
62 |
68 |
57 |
|||
China |
74 |
65 |
71 |
63 |
|||
África do Sul |
52 |
45 |
50 |
43 |
|||
Índia |
65 |
54 |
62 |
53 |
|||
|
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Fonte: OMS
Em 2030, segundo projeções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o Brasil terá uma população idosa significativa e menor número de jovens. O estudo do Ipea sugere que a garantia da permanência e aprimoramento do sistema de proteção social do País depende de políticas públicas que projetem qualidade de vida, melhores condições de trabalho, de transportes urbanos, de atendimento à saúde e de tempo de estudo. “Não é outra, aliás, a motivação para a adoção de medidas que previnam os riscos de acidentes, violência e perda de condições de vida saudáveis observadas nas sociedades mais avançadas. Os custos com gastos sociais podem ser compensados por menores gastos com tratamentos médicos”, destaca o documento do Instituto.