Ipea promoveu seminário sobre câmbio, crescimento e inflação

Ipea promoveu seminário sobre câmbio, crescimento e inflação

Instituto recebeu em Brasília o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa

O Ipea recebeu na quarta-feira, dia 14, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele ministrou uma palestra organizada pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) sobre câmbio, crescimento e inflação.
 
O secretário afirmou que há uma taxa de câmbio que maximiza o crescimento, e isso é possível por meio de controles de capital abrangente. “A definição de taxa de câmbio é mais derivativa do que baseada em fluxo de investimentos e tem efeitos permanentes no crescimento da economia.” Ele ressaltou que o real foi uma das moedas que mais se valorizaram frente ao dólar neste ano e também foi a que mais se volatizou.

Barbosa observou que o preço de commodities e a taxa de câmbio tiveram uma relação direta mais intensa a partir de 2006, resultado de uma política agressiva de metas de inflação. “A política cambial continua a mesma iniciada em 1999, com câmbio flutuante. O que muda substancialmente é a acumulação de reservas internacionais. Tenta-se conciliar a política de câmbio flutuante com operações do mercado de câmbio para diminuir a vulnerabilidade externa do País, acumulando um grande estoque de reservas internacionais”, explicou Barbosa.

Em relação à política fiscal, o secretário argumentou que é um dos determinantes de longo prazo da taxa de câmbio, assim como outros fatores. Mas, nos últimos anos, a influência da política fiscal sobre a taxa de câmbio tem sido pequena. “As flutuações na taxa de câmbio têm sido mais determinadas pela movimentação dos fluxos de capitais e pelas operações derivativas.”

O secretário do Ministério da Fazenda afirmou ainda que, desde a adoção do sistema de metas de inflação, a política brasileira tem sido bem-sucedida em controlar o aumento de preços, mas a volatilidade da taxa de câmbio está entre as mais elevadas do mundo. “O grande desafio para a política nos próximos anos é conciliar um câmbio estável e competitivo com o controle da inflação”, concluiu.