Participação de salários na renda nacional é baixa
Publicado em 05/05/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h36
Publicado em 05/05/2010 - Última modificação em 22/09/2021 às 04h36
Participação de salários na renda nacional é baixa
Comunicado 47 avalia que a situação no País retrocedeu em 2009 após a crise mundial
Foto: Sidney Murrieta
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Apresentação foi feita em Brasília pelo presidente
do Ipea, Marcio Pochmann
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A participação reduzida da renda dos salários no Brasil indica que ainda há muito que avançar para que o país alcance a condição de nação desenvolvida. A primeira década deste século, contudo, traz dados promissores, pois os salários passaram a recuperar sua participação na renda nacional depois de 50 anos de perdas, uma vez que a renda da propriedade (lucros, alugueis, juros) crescia mais rapidamente que a dos salários.
A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao apresentar, nesta quarta-feira (5), em Brasília, o Comunicado do Ipea nº 47 - Distribuição Funcional da Renda Pré e Pós Crise Internacional no Brasil. O documento aponta que a sustentação da trajetória que o País vinha apresentando no período recente, de ampliação da massa de rendimentos do trabalho na renda nacional, foi menos favorável em 2009 que em 2008, no período pré crise internacional.
“Quando a produtividade não é repassada para o salário, ou pelo menos uma parte dela, isto termina levando a um movimento de concentração da renda nacional”, explicou Pochmann, ao apontar que políticas de juros altos e câmbio valorizado contribuem para essa concentração. Neste ambiente, segundo o presidente do Ipea, as empresas acabam enfrentando pressões de custos e evitam repasses do ganho de produtividade aos salários, tanto para competir no mercado interno quanto no mercado internacional.
Segundo o Comunicado, nesta primeira década do século XXI, o Brasil apresenta uma recuperação da renda nacional que não ocorria há 50 anos. Pochmann observou, no entanto, que o País ainda está longe da participação dos salários na renda nacional no percentual de 57%, que ocorreu no biênio 1959/60. No biênio 2008/09, por exemplo, o documento mostra que esta participação foi de 43,6%.
O documento sugere que no imediato momento de manifestação da crise internacional, entre o final de 2008 e começo de
O presidente do Ipea ressaltou que o indicador de participação dos salários na renda nacional é muito importante, inclusive para considerar se um país é desenvolvido ou não. “Nos países desenvolvidos, os salários representam mais de 2/3 do total da renda, enquanto nos países não desenvolvidos têm uma participação muito menor”, destacou.
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 47
Veja os gráficos de apresentação do Comunicado